Um dos motivos que me fizeram decidir excluir o aplicativo do Instagram do meu celular (tema do meu último post aqui no blog) é que estou cuidando para ficar o menor tempo possível conectada no meu smartphone.
Já trabalho diante do computador umas boas horas por dia, num ritmo bastante frenético (exigido a todos que praticam jornalismo hoje em dia), e quero que o restante do meu tempo seja mais off-line.
No meu telefone da Samsung existe uma ferramenta chamada Bem-estar digital. Acredito que ela exista em todos os aparelhos com Android e que o iPhone tenha algum similar. Por ela, podemos monitorar quantas horas por dia passamos conectados no celular, além de estabelecer metas e até colocar temporizadores de aplicativos, que bloqueiam um app quando o limite de tempo é alcançado. É também onde fazemos controle parental, para monitorar o tempo de tela das crianças.
Coloquei a meta de ficar no máximo duas horas e meia no celular, por dia.
Ainda é muito? Talvez. Mas, para quem lida com informação, acaba sendo uma quantidade necessária. Na época em que eu trabalhava no g1, ficava muuuuuuuito mais que isso – ficava conectada, literalmente, da hora que acordava até a hora de dormir (não à toa, pedi demissão). Então acho que 2h30 é uma boa medida.
Todo domingo chega um relatório de como foi meu bem-estar digital na semana anterior. E comecei a prestar mais atenção a ele…
Na semana de 2 a 8 de junho, antes de eu desinstalar o aplicativo do Instagram do meu celular, meu tempo conectada no smartphone estava assim:
Ou seja, eu passava 3 horas e 12 minutos, em média, por dia, ligada no celular. Só alcancei minha meta diária em dois dos sete dias na semana. Gastei quase 5 horas da minha semana navegando no Instagram (“igual besta”, hoje penso). Um quinto do tempo em que eu estava caminhando eu estava usando o celular ao mesmo tempo (“podendo tropeçar e cair, gente!”). E o tanto que fiquei on-line já na hora de dormir? Obviamente, prejudicando meu sono depois…
Na primeira semana em que desinstalei o Instagram, a situação melhorou, mas muito pouco:
OK, nessa semana meu tempo médio de tela caiu bastante, de 3h12 para 2h41 por dia, mas ainda assim só alcancei minha meta diária em dois de sete dias na semana.
Além disso, continuei andando igual besta olhando para a tela do celular e, embora tenha parado de usar o Instagram, fiquei usando mais o LinkedIn (coincidiu de eu ter feito um post que viralizou nessa semana…).
Mas, nas semanas seguintes, em que eu não só já não sentia a mínima falta do Instagram, mas já tinha encontrado outras coisas melhores pra fazer com meu tempo, a situação foi só melhorando, com o tempo de uso caindo drasticamente e a meta diária sendo batida em quase todos os dias da semana:
Até que cheguei à última semana, de 14 a 20 de julho, em que meu tempo médio diário no smartphone ficou abaixo de 2 horas, atingi minha meta diária nos sete dias, o tempo no WhatsApp caiu (era de mais de 7 horas antes, lembram?) e só caminhei olhando para a tela por 30 minutos:
E tem um detalhe importante: foi uma semana em que trabalhei pra burro. Ou seja, não tem essa de que estamos sempre sendo produtivos quando estamos conectados. Ou, em outras palavras, é perfeitamente possível ser produtivo e trabalhar muito, mantendo o tempo de conexão o mais baixo possível, e curtindo mais o tempo offline.
Quero continuar monitorando isso de perto e continuar gerenciando meu tempo da melhor forma possível, que traga o máximo de equilíbrio tanto para minha vida pessoal quanto profissional, tanto para minha saúde quanto para meu bem-estar.
3 passos BÁSICOS para cuidar do seu bem-estar digital
Bem-estar digital é um assunto importante, e ainda pouco falado. Você está cuidando do seu?
1) O primeiríssimo passo é excluir os aplicativos que só servem pra sugar tempo (tipo o Instagram ;)). E, aqueles que continuaram, colocar fora da tela inicial do celular, para você acessar só quando realmente precisar (e não quando vir o ícone piscando na sua frente).
2) O segundo, e tão importante quanto, é desativar TODAS as notificações, visuais e sonoras, dos aplicativos que você tem (você NÃO PRECISA responder ao WhatsApp no mesmo segundo em que ele chega, confie em mim, nem tudo é urgente). Desde 2022, eu só deixo a notificação sonora das ligações telefônicas e só a ligação visual do zap. Dos outros apps, zero notificações. Foi a melhor coisa que fiz.
3) E o terceiro é monitorar seu tempo de tela, para ver como ele está sendo usado, como fiz acima. Os próprios aparelhos têm ferramentas para fazer isso.
Conte para mim: você já fez ou faz algumas dessas coisas? E quanto tempo passa ligado no seu smartphone? 😉
Você também vai gostar destes posts:
- 2011: Pra que servem as redes sociais??
- 2011: Luto pelo email
- 2011: Sete anos depois, o fim do Orkut
- 2011: Internet: antro de covardes anônimos
- 2011: Memórias virtuais
- 2012: Todo mundo respeita os outros no metrô (ao menos nos comentários)
- 2012: Sua vida na rede
- 2013: O caso de dois viciados em smartphones e tablets
- 2013: Finalmente, surgem as reações aos viciados em smartphones
- 2013: Oito motivos para deletar a conta do Facebook (mas nunca deletamos)
- 2013: Redes sociais e um mundo de mortos-vivos
- 2013: Geração Robocop
- 2013: De como não sentimos falta daquilo de que não precisamos
- 2013: O homem que enxergava
- 2013: Quanto mais Facebook, mais infelizes somos (ou não)
- 2014: De essencial a obsoleto
- 2014: Sobre cartas que viraram emails que viraram tweets (que viraram nada)
- 2014: ‘Ela’: um mundo com menos toques
- 2015: A ‘elalização’ do mundo, em três cenas
- 2015: Reflexões sobre a morte da internet
- 2016: Comentários na web e o ódio contra mulheres, gays e minorias
- 2017: Por menos gritos, muros e ódio nos discursos dos meus amigos de Facebook
- 2017: Se dirigir, não mande WhatsApp
- 2019: De quando não tínhamos só uma tela pela frente
- 2019: O smartphone é mais viciante que o cigarro – e é isso que as gigantes da tecnologia querem
- 2019: Como reduzir o uso do smartphone: 11 coisas que eu fiz e que funcionaram
- 2020: Por que eu deletei o Facebook (há um ano e meio) e como a vida melhorou depois disso
- 2021: Você já perdeu alguém que ama para as teorias conspiratórias?
- 2022: 10 ideias para se desconectar da rotina de trabalho e das telas
- 2022: Fato ou boato? 10 passos para identificar notícias falsas
- 2022: Precisamos repensar o WhatsApp no trabalho
- 2023: ChatGPT por ele mesmo: entrevista com o robô do momento
- 2023: Tudo sobre a OpenAI, o ChatGPT e o GPT-4
- 2023: Fake news: como identificar e combater esse mal moderno
- 2023: Precisamos falar sobre a falsa urgência no trabalho
- 2024: ‘Sabrina’: como as fake news e as conspirações são criadas
- 2024: ‘A Rede Antissocial’: um filme de terror real
- 2024: Fake news: ‘Como vivem? Onde comem? O que fazem?’
- 2024: ‘O Dilema das Redes’: 3 motivos para ver este documentário da Netflix
- 2024: Redes sociais: o que VOCÊ pode fazer para combater os problemas que elas causam?
➡ Quer reproduzir este ou outro conteúdo do meu blog em seu site? Tudo bem!, desde que cite a fonte (texto de Cristina Moreno de Castro, publicado no blog kikacastro.com.br) e coloque um link para o post original, combinado? Se quiser reproduzir o texto em algum livro didático ou outra publicação impressa, por favor, entre em contato para combinar.
➡ Quer receber os novos posts por email? É gratuito! Veja como é simples ASSINAR o blog! Saiba também como ANUNCIAR no blog e como CONTRIBUIR conosco! E, sempre que quiser, ENTRE EM CONTATO 😉
Descubra mais sobre blog da kikacastro
Assine para receber nossas notícias mais recentes por e-mail.









