Fábula curtinha do Millôr para rir de bobeira :)

Li este livro de fábulas do Millôr, “Fábulas Fabulosas”, quando era criança. Amei. Foi minha primeira chance de conhecer a genialidade divertida do escritor. Mais tarde, comprei todos os números do Pasquim21 e conheci, através dele, o velho Pasquim de que meu pai já me havia falado. E outras versões de Millôr, mais sarcástico, tipo na charge acima.

Agora, já sem ele por aqui para desenhar, tuitar, escrever e confabular, retorno à minha primeira descoberta, por meio de uma fábula bem curtinha, mais de adulto que de criança:

***

A Viúva 


Quando a amiga lhe apresentou o garotinho lindo dizendo que era seu filho mais novo, ela não pôde resistir e exclamou: “Mas como, seu marido não morreu há cinco anos?” “Sim, é verdade” — respondeu então a outra, cheia daquela compreensão, sabedoria e calor que fazem os seres humanos — “mas eu não”.

MORAL: Não morre a passarada quando morre um pássaro.

***

Divirtam-se no fim de semana lendo mais Millôr AQUI, AQUI, AQUI ou AQUI 😀


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Por Cristina Moreno de Castro (kikacastro)

Mineira de Beagá, escritora, jornalista (passagem por Folha de S.Paulo, g1, TV Globo, O Tempo etc), blogueira há mais de 20 anos, amante dos livros, cinéfila, blueseira, atleticana, politizada, otimista, aprendendo desde 2015 a ser a melhor mãe do mundo para o Luiz. Autora dos livros A Vaga é Sua (Publifolha, 2010) e (Con)vivências (edição de autor, 2025). Antirracista e antifascista.

3 comments

  1. Muito interessante também essa história do Millôr: a velha tanto insistiu para ensinar seu gato siamês a falar, que conseguiu. E a primeira coisa que o gato falou:

    “- Madame, foge pelo amor de Deus! Foge, madame, que o prédio vai cair. Corre, madame, que o prédio vai cair!

    A mulher, tremendo de comoção e de alegria, chorando e rindo, pôs-se a gritar por sua vez: – Vejam, vejam, meu gatinho fala! Milagre! Milagre! Fala o meu gatinho!

    Mas o gato, fugindo ao seu abraço, saltou para a janela e gritou de novo:

    – Foge, madame, que o prédio vai cair! Madame, foge! – e pulou para a rua.

    Nesse momento, com um estrondo monstruoso, o prédio inteiro veio abaixo, sepultando a dama gentil e senil em meio aos seus escombros.

    O gato, escondido melancolicamente num terreno baldio, ficou vendo o tumulto diante do desastre e comentou apenas, com um gato mais pobre que passava:

    Veja só que cretina. Passou a vida inteira para fazer eu falar e no momento em que eu falei não me prestou a mínima atenção.

    MORAL: – O mal do artista é não acreditar na própria criação.”

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