O discurso da Dilma no Conselho de Segurança da ONU foi na quarta passada e até hoje não falei dele (vocês bem sabem que este blog, nas poucas vezes em que aborda o noticiário — já que aqui é minha rede –, se dá ao luxo de fazê-lo sem pressa ou pretensão nenhuma, como devem ser os hobbies).
Nem sei se eu ia falar, mas hoje vi a imagem abaixo e me lembrei de um trecho específico do discurso que achei sensacional. O discurso todo, aliás, foi muito bem construído, incisivo e bom, inclusive como propaganda do Brasil para sua pretensão de ganhar uma cadeira permanente no conselho (embora muitos digam que as críticas aos Estados Unidos valham como tiro no pé). Mas é o trecho abaixo que me chamou mais a atenção:
Desde o final de 2010, assistimos a uma sucessão de manifestações populares que se convencionou denominar “Primavera Árabe”. O Brasil é pátria de adoção de muitos imigrantes daquela parte do mundo. Os brasileiros se solidarizam com a busca de um ideal que não pertence a nenhuma cultura, porque é universal: a liberdade.
É preciso que as nações aqui reunidas encontrem uma forma legítima e eficaz de ajudar as sociedades que clamam por reforma, sem retirar de seus cidadãos a condução do processo.
Repudiamos com veemência as repressões brutais que vitimam populações civis. Estamos convencidos de que, para a comunidade internacional, o recurso à força deve ser sempre a última alternativa. A busca da paz e da segurança no mundo não pode limitar-se a intervenções em situações extremas.
Apoiamos o Secretário-Geral no seu esforço de engajar as Nações Unidas na prevenção de conflitos, por meio do exercício incansável da democracia e da promoção do desenvolvimento.
O mundo sofre, hoje, as dolorosas consequências de intervenções que agravaram os conflitos, possibilitando a infiltração do terrorismo onde ele não existia, inaugurando novos ciclos de violência, multiplicando os números de vítimas civis.
Muito se fala sobre a responsabilidade de proteger; pouco se fala sobre a responsabilidade ao proteger. São conceitos que precisamos amadurecer juntos. Para isso, a atuação do Conselho de Segurança é essencial, e ela será tão mais acertada quanto mais legítimas forem suas decisões. E a legitimidade do próprio Conselho depende, cada dia mais, de sua reforma.
Só nesse trecho ela conseguiu fazer críticas veladas aos Estados Unidos no Iraque, à Otan, aos países que defenderam intervenção na Síria e aos próprios regimes ditatoriais árabes.
E, como eu ia dizendo, vi uma imagem que achei que valia ser compartilhada aqui no blog, e ela tem tudo a ver com esse discurso da presidente da República:
Ah, e quem ainda não leu ou ouviu o discurso na íntegra, CLIQUE AQUI.
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Desculpe, mas não consegui enxergar elo entre o desenho e o discurso de Dilma.
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Vou deixar aqui para outro comentarista te explicar então, Túlio. Minha explicação já está no post, logo abaixo do trecho selecionado 🙂
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Não pude deixar de reparar na ilustração do seu BLOG que é um quadro de sua casa. Só há uma mulher dentre as pessoas que admira expostas no quadro – e não sei de quem se trata. Quem é?
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A Rita, ainda na época dos Mutantes! E ela não tá no quadro original, pus só no blog.
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aguarde os EUA vetando o reconhecimento da Palestina como estado e sua repercussão na guerra contra o terror 😉
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pois é… 😦
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“O mundo sofre, hoje, as dolorosas consequências de intervenções que agravaram os conflitos, possibilitando a infiltração do terrorismo onde ele não existia, inaugurando novos ciclos de violência, multiplicando os números de vítimas civis.”
Foi quase um cruzado direto no Tio Sam. Quase? Bem…rs
E a imagem explica muito mais do que uns trocentos discursos da Hillary 😉
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exato!
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