A Paris de todas as belas épocas
Para ver no cinema: MEIA-NOITE EM PARIS (Midnight in Paris)
Nota 9
Eu sempre disse que queria ter sido jovem nos anos 60 ou 70. Seriam meus anos de ouro. Depois, comecei a achar que outras épocas poderiam ser ainda mais interessantes, como os anos 20.
Essa é a época de ouro do protagonista deste filme, o simpático Gil (Owen Wilson). Anos 20, e em Paris, mais especificamente. Época de Cole Porter, Pablo Picasso, Hemingway, Fitzgerald, Salvador Dalí, T.S. Eliot, Luis Buñuel e tantos outros gênios e loucos, que rendem belas piadas.
Acontece que, para quem vivia naquela época, o fascinante mesmo eram os anos dourados de 1890, com Gauguin, Degas e Lautrec. A Belle Époque, como se diz.
Acontece que, para os afortunados daquele tempo, o ideal mesmo era a Renascença. A idade da luz. E assim por diante.
Dá-se um apelido encantador para cada uma dessas épocas — de ouro, da luz, bela etc — porque só o passado merece tantos adjetivos belos. Aos nostálgicos, o presente parece cinza e opaco.
Sábio é quem consegue perceber a beleza dos anos dourados de décadas atrás — e aproveitar o que deixaram de melhor, através de livros e discos e pensamentos –, sem perder a beleza do presente, já que Paris, dizem por aí, continua linda até hoje.
Mais sábio ainda é quem consegue discernir as boas e más coisas deste presente. Ficar com as primeiras e usá-las para viver cada vez melhor esta “vida misteriosa”, dia após dia, e descartar as segundas, que só nos causam dor ou amolação. Como o amigo pedante e arrogante da noiva (e outros personagens irritantes, que só Woody Allen consegue criar, mas não vou detalhar aqui, pra não estragar o filme).
De resto, “Meia-noite em Paris” nos faz querer pegar o primeiro barco para aquela cidade e desejar que caia uma chuva e que possamos apreciá-la até debaixo d’água. E nos faz desejar viver intensamente o presente, sugando tudo o que o passado nos oferece — como a linda Let’s Do It, verdadeiro hino ao amor.
Este novo filme de Woody Allen é, surpreendentemente, fantástico (no sentido da fantasia mesmo). Mágico. E até agora estou sob efeito de seu encantamento. Que dure!
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Cristina Moreno de Castro Ver tudo
Mineira de Beagá, jornalista, blogueira, poeta, blueseira, atleticana, otimista, aprendendo a ser mãe. Redes: www.facebook.com/blogdakikacastro, twitter.com/kikacastro www.goodreads.com/kikacastro. Mais blog: http://www.otempo.com.br/blogs/19.180341 e http://www.brasilpost.com.br/cristina-moreno-de-castro
Eu quero MUITO ver esse filme! Não achei pra baixar, acho que vou ter que ir até o cinema (faz um tempão que não vou…)
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Cinema é tão melhor…!
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Definitivamente um filme maravilhoso,me fez sonhar e imaginar que poderia acontecer com todos nós………voltarmos a Belle Epoque ……………já pensaram que luxo ……………
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Realmente, demais 😀
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