Na semana passada terminei a leitura de “O Meninos da Rua Paulo“, livro indicado pelo @brsamba quando escrevi sobre minhanecessidade de encontrar um livro que me prendesse muito.
O livrinho foi escrito pelo húngaro Ferenc Molnár e achei incrível que a tradução tenha sido feita por Paulo Rónai, que também é húngaro e pôde acrescentar notas valiosas sobre a pronúncia dos nomes e contextos históricos de Budapeste (cidade que ainda pretendo conhecer!).
O livro é ótimo, mas fiquei pesarosa por não tê-lo lido quando era criança.
Não que seja exatamente um livro infantil. Assim como “Alice no País das Maravilhas”, e tantos outros, é um livro com questões às vezes mais apreciadas pelos chamados adultos.
Mas com certeza o básico do enredo, que é a disputa entre duas gangues de rua por um terreno baldio (grund), teria sido mais bem aproveitado pela minha imaginação se eu tivesse uns 15 anos a menos.
Dificilmente eu leria os ataques com bolas de areia como alegoria para a guerra de verdade, que estava se encaminhando quando o livro foi escrito, em 1907 (época de nacionalismos exacerbados, como os que impregnam a disputa pelo grund, de todo modo).
Provavelmente me chocaria com o excesso de formalismos adotado pelos garotos, uns burocratas natos, que adoravam o militarismo e as hierarquias.
E certamente aprenderia muito sobre lealdade, honestidade, dignidade, hombridade, coragem, respeito e todos esses valores que a gente só aprende quando ainda é criança — e, se não aprende a tempo, passa todo o resto da vida com algum buraco no caráter, irreparável.
Este é um livrinho para darmos de presente aos nossos amiguinhos (filhos, sobrinhos, filhos dos amigos) que completarem 11 anos de idade. Para que tenham o prazer de reler quando tiverem 26 sem ficar com aquele pesar dos que leram na idade errada, mas com o prazer indescritível dos que relembram cada batalha e cada aventura como se tivesse sido vivida e imaginada várias vezes, nos sonhos da infância.
Me deu até vontade de ler.
É muito bom quando lemos algum livro da nossa época de criança, não é Cris?
O primeiro livro que eu li sozinho, sem a ajuda da minha mãe, foi O Menino Maluquinho e tenho boas recordações dele.
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Engraçado, acho que não lembro qual foi o primeio livro que li sem ajuda de ninguém… Tomara que meus pais leiam este coment e possam me ajudar 😦
O Menino Maluquinho ainda vai ser post aqui hehe 😀
bjos
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