Por que a Nvidia virou a empresa mais valiosa do mundo

Nvidia criou a GPU H100, usada pelas gigantes da tecnologia para rodar suas inteligências artificiais. Foto: Nvidia / Divulgação
Nvidia criou a GPU H100, usada pelas gigantes da tecnologia para rodar suas inteligências artificiais. Foto: Nvidia / Divulgação

Texto escrito por Beto Trajano:

Na última semana, reportagens sobre tecnologia e economia noticiaram que a Nvidia se tornou a empresa mais valiosa do mundo, superando a Microsoft e a Apple. O portal g1 disse que a companhia norte-americana foi avaliada em US$ 3,33 trilhões (o equivalente a R$ 18 trilhões).

Talvez quem não esteja muito imerso no universo da informática não conheça esta empresa. Eu a conheço e garanto que quem se liga em computadores, principalmente na cultura dos games e do audiovisual, também.

A Nvidia ficou famosa pelas suas placas gráficas de processamento de vídeo, que permitiram aos computadores potência para rodar jogos com gráficos altamente elaborados – como o Fifa Soccer, LOL, GTA e Counter Strike – e reproduzir e editar fotos e vídeos, inclusive com recursos tridimensionais.

Estas placas ficam dentro de notebooks e de desktops, e carregam chips potentes e ventiladores para arrefecimento de temperatura. Algumas são mais caras que o restante da máquina inteira.

Nvidia é uma fabricante de servidores acelerados, que permitem análise de dados com um desempenho muito maior. Foto: Nvidia / Divulgação
Nvidia é uma fabricante de servidores acelerados, que permitem análise de dados com um desempenho muito maior. Foto: Nvidia / Divulgação

Mas não foram estas placas de vídeo que levaram a Nvidia ao patamar mais alto de valorização. A empresa se especializou em chips para treinar inteligências artificiais, como o ChatGPT e o Copilot. E, de uma hora para outra, todas as gigantes da tecnologia – como a Microsoft e Apple, mas também a Meta (do Instagram, Facebook e WhatsApp), a Amazon e a Alphabet (do Google) – viraram clientes da Nvidia.

Conforme o g1, os principais produtos neste setor de IA são as unidades de processamento gráfico (GPU, na sigla em inglês) H100 e A100. Os chips das placas de vídeo também são unidades de processamento gráfico, porém os de inteligência artificial são muito mais potentes. O H100 é hoje o microchip mais demandado do setor e custa dezenas de milhares de dólares por unidade.

Para se ter uma ideia, o ChatGPT requer cerca de 30 mil GPUs para funcionar, segundo a empresa especializada TrendForce.

Nvidia criou a GPU H100, usada pelas gigantes da tecnologia para rodar suas inteligências artificiais. Foto: Nvidia / Divulgação
Nvidia criou a GPU H100, usada pelas gigantes da tecnologia para rodar suas inteligências artificiais. Foto: Nvidia / Divulgação

Podemos perceber que o dono da Nvidia, o taiwanês Jensen Huang, executou uma grande jogada, saiu na frente, dominou o mercado e vende um produto para uma clientela não tão volumosa, mas que demanda muito e tem muito dinheiro para gastar.

Fora os outros negócios de placas de vídeo que não param – inclusive eu sou cliente desta empresa há mais de 15 anos. No meu notebook tem um selinho “Nvidia, Geforce Experience”, que faz ele rodar tudo que eu preciso, já que trabalho com edição de vídeo e gosto de jogar com meu filho nas horas de lazer.

Por que você precisar testar a inteligência artificial

Voltando para a inteligência artificial, você, caro leitor, já se aventurou neste mundo? Se ainda não, está por dentro do que seja isto? A inteligência artificial está presente em várias tecnologias das nossas vidas e vai transformar profissões, educação, lazer, entre outros segmentos, enfim, toda a sociedade.

Mesmo sem saber, você já pode estar usando. Vou dar exemplos de aplicações comuns no nosso dia a dia com as empresas gigantes que citei acima.

A famosa caixa de som inteligente Alexa, da Amazon, conta com inteligência artificial embarcada. Uma outra aplicação do nosso cotidiano, a busca do Google, conta com algoritmos inteligentes que retornam os resultados de uma pesquisa. A Apple tem a Siri, que conversa com os donos de iPhone.

A Alexa, da Amazon, usa inteligência artificial. Assim como o buscador do Google e várias outras ferramentas que já se tornaram corriqueiras. Foto: Jonathan Borba / Divulgação
A Alexa, da Amazon, usa inteligência artificial. Assim como o buscador do Google e várias outras ferramentas que já se tornaram corriqueiras. Foto: Jonathan Borba / Divulgação

São inúmeras aplicações, algumas bastante complexas, como o ChatGPT, que nos responde as mais variadas perguntas e demandas de forma precisa e assertiva. Conhece o ChatGPT, né? Já testou ele para te ajudar no trabalho, como se fosse um colega?

Pouco depois do lançamento, ocorrido em novembro de 2022, eu ainda não tinha testado, e um amigo programador me disse: “Instalei, estou usando e é muito útil. Uso ele para desenvolver códigos e ele é como se fosse um colega, um outro funcionário, e está agilizando meu trabalho”.

Dias atrás soube que esse meu amigo perdeu o emprego. Será que ele já está sendo vítima do ChatGPT, que a empresa decidiu substitui-lo pela máquina? Acredito que não. Pois a inteligência artificial precisa de um guia, de uma curadoria, de um chefe. Mas com certeza empregos vão ser perdidos e quem vai ficar é quem sabe manusear estas ferramentas.

Já venho testando tanto o ChatGPT quanto o Copilot e muitas outras inteligências artificiais segmentadas. Recomendo as duas primeiras para diversas aplicações e formas de uso. Sobre as segmentadas, falo em outra oportunidade.

Como dica inicial para quem quer conhecer este universo, indico que busque relacionar as ferramentas com o seu trabalho, com alguma atividade de casa, da escola, ou até mesmo com algo que faça em momentos de lazer. São inúmeras possibilidades.

Charge da Laerte sobre inteligência artificial, publicada na "Folha de S.Paulo" de 1.3.2023.
Charge da Laerte sobre inteligência artificial, publicada na “Folha de S.Paulo” de 1.3.2023.

Importante sempre lembrar que não dá para acreditar em todos os retornos das IAs, então cuidado com a desinformação em questões sensíveis. Outro problema relacionado a este universo é o racismo algorítmico, sobre o qual vou dar mais detalhes em outra oportunidade.

Entre os prós e os contras, o fato é que precisamos conhecer as IAs. As coisas estão evoluindo muito rápido e não podemos negar a realidade.

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Por Cristina Moreno de Castro (kikacastro)

Mineira de Beagá, jornalista (passagem por Folha de S.Paulo, g1 e TV Globo, UOL, O Tempo etc), blogueira há 20 anos, amante dos livros, poeta, cinéfila, blueseira, atleticana, politizada, otimista, aprendendo desde 2015 a ser a melhor mãe do mundo para o Luiz. Antirracista e antifascista.

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