Dia desses, em abril, eu estava meio pra baixo. Na verdade, foi uma semana inteira meio desanimada, como parte daqueles vales que intercalam os picos de emoções, que sentimos às vezes.
O Luiz, meu filhote de 8 anos, observou:
– Você está triste, mamãe. Não gosto quando fica triste.
E completou:
– Quando você fica triste, eu também fico. Sentimento é contagioso.

Essa pérola final me bateu em cheio. Quanta sabedoria pode caber em uma cacholinha de criança!
Sim, sentimento é contagioso. Eis uma das grandes verdades do mundo. Comportamento também é.
As pessoas se espelham muito em seus pares, naquelas outras que convivem pertinho.
Quantas vezes você foi trabalhar se sentindo alegre e acabou mal-humorada porque todos ao redor estavam assim? E, claro, também o contrário. O bom humor, a tristeza, a alegria, a irritação, o mau humor, tudo isso contagia como um vírus potente.

Também pode acontecer de estarmos com um sentimento tão forte e apertado em nós, que mal percebemos o que se passa ao redor, ou nos fechamos em um casulo protetor que nos impede de sentir o que os outros sentem.
Nesse caso, nada abala nossa tristeza ou nossa alegria: ela é mais forte que nós mesmos e que os outros.
Mas, sem dúvida, o que sentimos e transbordamos funciona como uma nuvenzinha que contribui para o clima ambiente. Tanto o clima dentro de casa, em família, quanto no trabalho ou na escola.
Se levarmos isso em conta, temos grande responsabilidade sobre como nos sentimos. Porque nossa tristeza deixa de ser só nossa, e passa a ter também um impacto sobre outras vidas – como a do nosso filho de 8 anos, que acordara serelepe.
Por isso, deixo a pergunta: como você está se sentindo hoje? E que sentimento quer passar ao mundo ao seu redor?
***
Leia outras reflexões aqui no blog:
- Reflexões sobre medo de mudança, rotina e flexibilidade
- Reflexões sobre o medo, traumas de infância e empatia
- Reflexões sobre a importância de não fazer nada
- Reflexões sobre a saúde mental e a beleza dentro de cada um de nós
- Reflexões sobre a satisfação no trabalho
- Reflexões sobre trabalho, burnout e a importância do DESCANSO
- Reflexões sobre a falsa urgência no trabalho
- Breves reflexões sobre o caráter
- Reflexões sobre encontros, a recessão da amizade e a solidão na vida adulta
- Reflexões sobre a correria, a passagem do tempo, a vida adulta e o sentido (ou falta dele) nisso tudo
- Reflexões sobre a curiosidade insaciável das crianças e as respostas cada vez mais rápidas
- Reflexões sobre a morte da internet
- Reflexão sobre a morte… e sobre a vida
➡ Quer reproduzir este ou outro conteúdo do meu blog em seu site? Tudo bem!, desde que cite a fonte (texto de Cristina Moreno de Castro, publicado no blog kikacastro.com.br) e coloque um link para o post original, combinado? Se quiser reproduzir o texto em algum livro didático ou outra publicação impressa, por favor, entre em contato para combinar.
➡ Quer receber os novos posts por email? É gratuito! Veja como é simples ASSINAR o blog! Saiba também como ANUNCIAR no blog e como CONTRIBUIR conosco! E, sempre que quiser, ENTRE EM CONTATO 😉
Descubra mais sobre blog da kikacastro
Assine para receber nossas notícias mais recentes por e-mail.




Obrigado. Muito bom. Bom relembrar isso.Stefan
CurtirCurtir
Obrigada, Salej! 🙂
CurtirCurtir
“Bom relembrar isso”, comentou aqui Stefan Salej, 80 anos. ”Sentimento é contagioso”, disse Luiz, 8 anos, ao ficar triste por ver a mãe triste. Os dois me dão lição de vida. Fui reler a biografia de Stefan (“O enigma Salej”) disponível na biblioteca do blog. O pai dele teve que fugir para a Itália para não ser preso, deixando para trás mulher e os dois filhos, ele com seis anos e a irmã com nove meses de vida. A mãe foi presa, quando tentou se juntar ao marido levando os filhos, e acabou condenada a sete anos de prisão com trabalho forçado. Os filhos foram separados e todos só se juntaram em 1960, no Brasil, para onde o pai se refugiara. Ao entrevistá-lo para o livro, Stefan disse que teve uma infância feliz. Eu sempre o conheci como um otimista – e um vencedor.
CurtirCurtido por 1 pessoa
a existência verdadeira é alcançada pela intensidade do sentimento (KIEKEGAARD, Søren)
CurtirCurtir