A humanidade se divide em dois tipos de pessoas

Fazia tempo que eu não divulgava aqui no blog trechinho de livro que estou lendo. Sabe aquele trechinho bom, que nos faz pensar, que dá vontade de ler e reler várias vezes e de compartilhar com todo mundo? Pois é.

Já fiz isso ao longo de outras leituras (veja os links mais abaixo). Hoje o trechinho que decidi dividir com vocês está na página 76 do excelente livro “A Boa Sorte”, de Rosa Montero, que estou lendo (e amando!) neste momento.

Vejam que excelente esta fala do personagem Felipe, o vizinho idoso do nosso protagonista:

“– Olha, na minha idade cheguei à convicção de que as pessoas não se dividem entre ricos e pobres, negros e brancos, direitistas e esquerdistas, homens e mulheres, velhos e jovens, mouros e cristãos – diz enfim. – Não. A humanidade se divide de verdade é entre gente boa e gente ruim. Entre as pessoas que são capazes de se pôr no lugar dos outros e sofrer com eles, e de se alegrar também, e os filhos da puta que só agem em benefício próprio, que só sabem olhar o próprio umbigo. Esses que são capazes de vender a mãe, você me entende? Depois, entre os bons, alguns são ótimos, e entre os ruins, alguns são péssimos. (…) E você? O que você é? Gente boa ou ruim?”

Quando eu terminar de ler “A Boa Sorte”, escreverei uma resenha completa do livro, como sempre faço. Mas, enquanto isso, deixo vocês com esta bela reflexão. Que lembra um pouco a que escrevi há poucas semanas. E você, que tipo de pessoa é? 😉

Leia mais trechos legais de livros que já compartilhei aqui no blog:

• “Um Drama na Malásia” e como valorizar a vida
• “As Vinhas da Ira” (trecho 1), sobre a gaita e o violão
• “As Vinhas da Ira” (trecho 2), sobre religião
• “Doce Quinta-feira”, e uma alegoria do fanatismo 
• “Festa no Covil”, sobre os carecas
• “O velho que acordou menino”, sobre a solidão infantil
• “Ostra feliz não faz pérola”, sobre a morte
• “Eu não vim fazer um discurso”, com trechinhos de Gabriel García Márquez
• “Sobre os Ossos dos Mortos”: várias reflexões da Olga Tokarczuk

Leia também estes livros de outras boas escritoras:

• ‘Amiga de Juventude’, de Alice Munro: reencontros com o passado
• Tetralogia napolitana de Elena Ferrante: terminamos, exauridos, sem conseguir parar de ler
• ‘A Vida Invisível de Eurídice Gusmão’: um livro sobre todas nós
• ‘Tudo o que nunca contei’: uma história familiar
• Quando dois rios se separam para sempre
• ‘O Olho Mais Azul’, de Toni Morrison: a história da criança negra que queria existir
• ‘Tudo é rio’: este livro de Carla Madeira já é um clássico
• A história de mulheres invisibilizadas pela História dos homens
• Mais posts sobre livros

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