Dicionário atualizado de paulistanês, com tradução direta do mineirês

À esquerda, BH nublada (e ainda linda); à direita, São Paulo naqueles dias em que não dá pra ver nem o contorno das nuvens, de tão cinza 😉

Depois do post de ontem, que trouxe vários comentários muito enriquecedores, acrescentei mais 21 verbetes* ao nosso Dicionário Atualizado de Paulistanês!

Clique nele para ver maior.

(Com a devida correção, apontada pelo @romani83, do sanduíche Bauru.)

Vou manter este post sempre atualizado com a última versão do dicionário, a partir das sugestões dadas por vocês 😉

Aproveito pra dividir mais coisas a partir dos comentários:

  • a sugestão do @dcabello de usar o site http://www.cruzalinhas.com para ajudar a definir as melhores rotas na cidade;
  • das amigas mineiras do Thiago Meller sobre andar de carro SEMPRE com GPS;
  • a dica da Talita de comer no restaurante Cantin di Minas;
  • o alerta da Flavinha de que NUNCA se deve pedir catchup pra comer com a pizza e de que nem todas vêm necessariamente com queijo.

P.S. Troquei a foto em homenagem ao Alexandre Giesbrecht, pra ele ver por que São Paulo é Terra Cinza 😉

Mas fecho o post com a foto abaixo, tirada também na terra da garoa, pra mostrar que pra toda regra há exceção (e que esta “guerrinha” é do bem, porque nós nos adoramos, como bem disse a Flavinha) 😀

Parque do Ibirapuera em dia de sol e céu azul. (Fotos: CMC)
* Só deixei de fora os que foram muito contestados por outros paulistanos.

Por Cristina Moreno de Castro (kikacastro)

Mineira de Beagá, jornalista (passagem por Folha de S.Paulo, g1 e TV Globo, UOL, O Tempo etc), blogueira há 20 anos, amante dos livros, poeta, cinéfila, blueseira, atleticana, politizada, otimista, aprendendo desde 2015 a ser a melhor mãe do mundo para o Luiz. Antirracista e antifascista.

25 comentários

  1. Eu não sei se é porque eu sempre li muito GIBI da Turma da Mônica, mas acho que uso mais palavras do Paulistanês do que do Mineirês, rs. Algumas coisas como “holerite”, “salgadinho”, “empresa” e “lavar louça” eu sempre ouvi por aqui e “casaco/agasalho” nunca. Será que varia de bairro pra bairro tb? rs. Tem o café com leite, que aí é “média”, né? Aliás, isso me custou três reais e dez centavos aí em SP, acompanhado por um único pão de queijo. Repensei minha vida depois desse valor.

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    1. hehehe, pode ser: adoro os baianos também! 😉
      e o ritmo dos mineiros, pelo menos lá em Minas, é bem menos apressado e estressado que o dos paulistanos. Mas, uma vez aqui, até os baianos tb se tornam mais apressados e estressados, todos entram na engrenagem da cidade!

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      1. Aliás, acho injusto dizerem que os paulistas trabalham mais. Acho que a galera de fora que vem pra SP acaba trabalhando mais, porque, pelo menos num primeiro momento, é a única coisa que temos pra fazer. Não temos namorado, família, amigos, nada. Só o trabalho. Depois, aos poucos, vamos conseguindo essas outras coisas boas da vida, mas até lá já estamos acostumados a trabalhar 10/12h por dia e não recuamos 😕

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  2. Algumas são mesmo coisas de São Paulo, mas outras… Por exemplo, uso e ouço muito mais “casaco” do que “blusa”. O mesmo vale para:
    • “empresa” — nunca falo “firma”;
    • “praça” — para cada Largo do Paissandú você tem inúmeras Praças Oswaldo Cruz;
    • “puteiro” — se alguém me chamar para ir a uma “boate”, eu assumo que posso levar a Mel;
    • “sanduíche” — “lanche” até uso, mas para generalizar, e não fica limitado a sanduíche;
    • “chips” — nem uso muito, mas, quando uso, uso da forma correta, relativa apenas às batatinhas;
    • “sinal” — nesse caso, sou exceção e sei disso.

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    1. Mas vc não é parâmetro pro que a gente ouve vários outros paulistas dizerem, uai. Tem termos que são unânimes entre alguns grupos, bairros, regiões, camadas sociais etc.
      O que eu já ouvi da expressão “festa da firma” não tá no gibi.
      Salgadinho e lanche todas as moças que vendem comida no carrinho da Redação falam.
      Farol nem comento.
      Largo não existe em BH, simplesmente. Custei a entender que era igual a praça. É expressão de uma época e BH é uma cidade mais jovem.
      Blusa é muito comum entre vários colegas paulistas aqui do jornal.
      E tenho medo de falar “Boate” em SP, pq vários me alertaram sobre não ser a mesma conotação que sempre usamos em BH…

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  3. Bom, a definição de Bauru continua errado. Na primeira versão dizia que Bauru era “pão com presunto e queijo”. Na verdade, isso seria “misto”, que geralmente é quente (misto quente), mas também pode ser frio. Agora está dizendo que Bauru é “pão com queijo e tomate”. Na verdade, Bauru é pão com presunto, queijo e tomate, que seria algo como um misto com tomate. De resto, dou minha contribuição, embora não saiba se em Minas é diferente ou não:

    Café com Leite = Média (dose pequena) ou pingado (dose grande)
    Pão com manteiga na chapa sem miolo = Canoa na chapa

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    1. Reza a lenda que o bauru “original”, feito lá no Ponto Chic, é pão com rosbife com queijo com pepino. Não me lembro nem de vir tomate no meio. Mas hoje todo mundo chama Bauru de misto com tomate, né? Por isso minha confusão ao definir 😉 Depois vou corrigir e acrescentar esses três! bjos

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    2. sou de são paulo e nunca pedi canoa na chapa…peço sempre “pão na chapa sem miolo”, em todas as padarias entendem …

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  4. Largo não é exatamente igual a praça, não. É uma praça, mas uma praça seca: totalmente aberta com circulação massiva de pedestres (eventualmente tem tb um caráter histórico, retendo denominação antiga). Uma área ajardinada de dimensão menor é chamada de praça.

    A Praça da Sé é um largo.

    E não é uma expressão paulistana ou paulista. No Rio tem e até em Minas: Em Ouro Preto tem, p.e., o Largo Frei Vicente Botelho, que é mais uma pracinha do que exatamente um largo. (http://maps.google.com/maps?q=Largo+Frei+Vicente+Botelho+&hl=en&ll=-20.388883,-43.501418&spn=0.001048,0.001725&vpsrc=6&t=h&z=19)

    []s,

    Roberto Takata

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    1. Eu acho que tem mais a ver com a antiguidade da praça/cidade do que com essa definição que vc deu, já que a Praça da Liberdade e tantas outras de BH seriam largos, por essa lógica. Ouro Preto é do tempo de São Paulo, daí porque também tem largos. Mas como eu sou de BH, estranhei quando vi tantos largos em São Paulo e acho que muitos outros mineiros de cidades não-históricas também vão estranhar.

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  5. Muito bacana!
    Lembrei de mais uma: o “brigada eu”. Quando em BH alguém agradece e a gente vai agradecer de volta, a gente diz: “obrigada você”. Aqui eles dizem: “obrigada eu”. Acho que é uma mistura do “eu que agradeço” e o nosso.
    Tô repassando para a paulistanada que tá achando “da hora”! =)

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  6. O q eu acho foda aí em SP são as pizzas sem queijo. Uma vez eu pedi uma de calabresa e veio massa e calabresa, só! Chamei o garçom e ele disse que se eu quisesse queijo tinha que ter pedido com queijo.
    Nunca comi uma pizza boa em SP, apesar de os paulistas ficarem tirando onda de “fazemos a pizza mais gostosa do mundo”.

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  7. Cris, a do “queijo minas” é a melhor. Apesar de paulistano nunca entendi isto de generalizar o queijo minas. Nunca cai nessa, minha vó é mineira e fazia queijo em casa, por isso aprendi desde cedo a diferença.

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  8. Dessa lista toda, a única que eu comecei a falar depois q vim pra SP foi “travessa”, pq acho mais fácil do q explicar “é a rua que corta…”. E “é nois” eu já falava antes, acho que só aumentou

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  9. Acho que o sanduíche e o lanche tem mais coisa nessa história, porque lembro que eu falei: vou tomar café da tarde, e eles não falam isso, falam sanduíche, ou alguma coisa assim meio trocada.

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