
texto de José de Souza Castro:
Há indicações de que os Estados Unidos estejam se tornando um estado fascista, com sérias repercussões mundo afora. É uma reação, até certo ponto esperada, ao que se imaginava fosse um grande avanço da democracia progressista com a eleição de um negro, filho de imigrante, para o mais alto cargo da República.
O presidente Barack Obama não conseguiu administrar essa reação, mesmo fazendo o possível para agradar ao establishment salvando, com recursos públicos, capitais privados depositados em bancos que assumiram riscos imensos, confiantes na sua capacidade de convencer a todos de que era preciso socializar os prejuízos, na eventualidade destes ocorrerem, como de fato ocorreram.
E o presidente acabou se enfraquecendo perante seus eleitores, como mostram os resultados das últimas eleições para o Congresso, com a volta triunfante dos republicanos ao controle da Câmara de Representantes e, por pouco, do Senado.
Esses eventos animam o que há de mais retrógrado na direita americana.
Joan McCarter, nascida em Idaho e graduada em estudos internacionais pela Universidade de Washington, vem acompanhando com preocupação essa onda fascista. Em artigo no blog Daily Kos, ela analisa o discurso do senador Mike Lee, um republicano que se orgulha de ser membro do Tea Party, aquele da célebre senadora Sarah Palin.
Para Joan, o Tea Party tem como principal objetivo conduzir a América de volta aos bons tempos em que não existiam leis federais como a que proibiu o trabalho infantil.
Aprovada pelo Congresso americano em meados do século 19, a proibição do trabalho infantil foi contestada no Judiciário. O senador Mike Lee defende que a lei é inconstitucional. Ele se baseia num julgamento da Suprema Corte, de 1918, que manteve a proibição mas considerou que esta deveria ter sido aprovada por legisladores estaduais, não federais.
Para Joan McCarter, o senador Mike Lee não visa apenas à volta do trabalho infantil. A mesma teoria legal usada por ele nesse caso poderia servir para impugnar as leis federais aprovadas desde o governo de Franklin Roosevelt pelo Congresso Nacional, como a que criou o salário mínimo e os planos de aposentadoria e de saúde.
Parece absurdo. Mas nem tanto, tendo em vista a onda direitista que se verifica, no momento, nos Estados Unidos.
Os ricos – e os muito ricos, como o brasileiro Eike Batista – se preparam para surfar nessa onda que pode se tornar global. Em menor escala, já ocorre por aqui, como comprova esse e-mail que recebi ontem:
“li seu texto publicado no seguinte endereço
http://www.novae.inf.br/site/modules.php?name=Conteudo&pid=1120
estava pesquisando sobre indenização para a passagem do mineroduto, este mineroduto irá passar no terreno do meu pai e ofereceram uma quantia muito pequena; meu pai é uma pessoa muito simples e não quer entrar em confronto na justiça; gostaria de saber se conhece casos como os do meu pai e o que acontecerá se ele não assinar o documento permitindo a passagem do mineroduto.”
Alguém aí, que não seja o Mike Lee, sabe? Gostaria de poder ajudar, mas não sei como.
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Essa foto da Sarah Palin me lembrou aquela famosa foto do José Serra segurando uma arma e apontando para o fotógrafo.
Só que ele fez cara de bobo. Quero dizer, fez a cara de sempre.
abraços!
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Também lembrei daquela foto, é inevitável a comparação, né? O Bush também tem a sua. bjs
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E o Bush é o que mais combina com armas…rss
(desculpe só responder agora, mas é que não estou conseguindo te acompanhar no blog…haha)
bjos
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Que isso, tá só um por dia!
E ainda tem dia (como hoje) em que posto um troço inútil só pra não ficar sem nada heheheh
bjos
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