texto de José de Souza Castro:
Não sei se os leitores do blog recebem pela Internet o SinPermiso. Eu recebo e quase sempre leio. Hoje li com especial interesse um artigo de Marshal Auerback, economista norte-americano ligado ao Roosevelt Institute e colaborador regular do New Economic Perspectives e do NewDeal2.0.
Ele faz uma rápida análise dos 40 anos de imposição das políticas econômicas neoliberais. É uma leitura útil no momento em que Dilma Rousseff assume o governo sem nenhuma perspectiva de mudança nessas políticas que castigam a maioria dos moradores deste grande e bobo país.
O que se segue é um breve resumo. O artigo pode ser lido AQUI. Para se aprofundar na análise, Auerback indica o livro “Econned”, de Yves Smith, fundadora do blog Naked Capitalism. Lançado em março passado, o livro de 368 páginas pode ser comprado na Amazon.com por US$ 19,80.
A autora afirma que a economia estava indo bem até a década de 70, quando se iniciou o trabalho dos economistas de Chicago que contestaram os fundamentos econômicos de Keynes e defenderam a desregulamentação que acabou desembocando na atual crise financeira mundial.
Segundo Auerback, o livro proporciona uma excelente explicação histórica sobre o modo como teorias totalmente infundadas, porém amplamente aceitas, levaram à prática de políticas que geraram o atual estado de coisas. Mostra ainda a capacidade de tais teorias para ressuscitarem, inclusive quando se acumulam contra elas provas conclusivas. O livro documenta a crescente degradação dos economistas profissionais neoclássicos e também a maneira como fundações muito bem financiadas subvencionaram universidades e think tanks que, por sua vez, legitimaram e validaram essas filosofias charlatãs.
Desse modo, a idéia de que governos democraticamente eleitos devem servir-se de políticas fiscais discricionárias para contrabalançar as flutuações do ciclo de gastos não-públicos chegou a ser vista como algo muito próximo do socialismo.
Essa cantilena, não obstante a atual crise que castiga os países capitalistas, será gritada ainda mais alto, caso, numa hipótese pouco provável, Dilma Rousseff venha a fazer aquilo que, imagino, dela espera a maioria dos que nela depositaram seus votos e suas esperanças.
O que não é o meu caso. Estou vacinado contra esse tipo de frustração.
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