Eu nunca tinha ouvido falar em Hannah Tinti. Mas, como já fiz outras vezes, aproveitei as múltiplas possibilidades (gratuitas) que só uma biblioteca nos oferece e resolvi descobrir quem é esta autora.
O máximo que podia acontecer era eu desperdiçar meu tempo, como quando fui conhecer Ottessa Moshfegh e seu livro repetitivo, “Meu Ano de Descanso e Relaxamento”, ou quando conheci o decepcionante Patrick Modiano e seu “Uma Rua de Roma”. Mas, se eu desse sorte, poderia descobrir uma autora incrível, como aconteceu quando peguei emprestado “Expiração”, de Ted Chiang, ou “Falar Sozinhos”, de Andrés Neuman.
E como é bom descobrir novos bons autores, viu! Claro, é ótimo ler os clássicos, é ótimo reler quem a gente já sabe que escreve bem, mas também é maravilhoso descobrir novos estilos, novas ideias, novas intenções. Quem sabe, até, futuros clássicos. Como tem livro bom no mundo! ❤
O best-seller premiado “O Bom Ladrão“, que me introduziu a Hannah Tinti, me fez lembrar alguns livros de aventuras que eu lia quando criança. Não à toa, o “New York Times” traçou um paralelo entre a atmosfera sombria que ela constrói e a de Robert Louis Stevenson (de quem já li “A Ilha do Tesouro”, “O Médico e o Monstro” e “Ladrão de Cadáveres”), e também comparou a “assustadora infância vitoriana” retratada por ela com a do grande Charles Dickens.
Este livro de aventura se passa ainda no tempo das carruagens, na Nova Inglaterra, e seu personagem principal é um garoto de 12 anos, Ren, que não tem a mão esquerda.
Começa em um orfanato (como tantas boas histórias da literatura, já repararam?) e continua por ruas sombrias, em meio a golpes, trambiques, vigaristas, assassinos e outros personagens insólitos. Os cenários incluem passeios por chaminés, tabernas escuras, ratos e ratazanas, um anão, uma velha surda, um alcoólatra, centenas de meninas feias e uniformizadas trabalhando em uma fábrica de ratoeiras.
Enfim, é uma história de submundo, de imundície e de anti-heróis. Mas que ganha um encanto e uma inocência próprios das histórias cujos protagonistas são crianças – como acontece, por exemplo, em “Festa no Covil” e “O Olho Mais Azul“.
Valeu a pena conhecer Hannah Tinti. Agora tenho mais dois livros dela para me aventurar, se encontrar na biblioteca: o de contos “Verdadeiros Animais” (2005) e o mais recente “The Twelve Lives of Samuel Hawley” (2017), que acho que ainda não recebeu tradução no Brasil. Será que são bons como “O Bom Ladrão” ou é melhor eu desbravar novos autores de novo? 😉
“O Bom Ladrão”
Hannah Tinti
Rocco
334 páginas
R$ 26,90 na Amazon (preço consultado na data do post; sujeito a alterações)
Você também vai gostar destes posts:
- Minha seleção de livros de escritoras mulheres
- Um livro de aventuras
- Livro para formar o caráter daqueles com 11 anos
- Os livros e seus cenários mágicos
➡ Quer reproduzir este ou outro conteúdo do meu blog em seu site? Tudo bem!, desde que cite a fonte (texto de Cristina Moreno de Castro, publicado no blog kikacastro.com.br) e coloque um link para o post original, combinado? Se quiser reproduzir o texto em algum livro didático ou outra publicação impressa, por favor, entre em contato para combinar.
➡ Quer receber os novos posts por email? É gratuito! Veja como é simples ASSINAR o blog! Saiba também como ANUNCIAR no blog e como CONTRIBUIR conosco! E, sempre que quiser, ENTRE EM CONTATO 😉
Descubra mais sobre blog da kikacastro
Assine para receber nossas notícias mais recentes por e-mail.


