Pessoas em cargos de liderança estão EXAUSTAS (ainda mais no jornalismo)

Exaustão no trabalho: pessoas em cargos de chefia ou liderança estão ficando exaustas e sofrendo com burnout. Foto mostra mulher em mesa de trabalho segurando o rosto com as mãos, em posição de desespero e cansaço. Foto: Elisa Ventur / Unsplash
Exaustão no trabalho: pessoas em cargos de chefia ou liderança estão ficando exaustas e sofrendo com burnout. Foto: Elisa Ventur / Unsplash

Hoje li um post no LinkedIn, do mestre em psicologia Luckas Reis, que me fez pensar sobre um assunto que já abordei algumas vezes aqui no blog: a exaustão no trabalho. Um trechinho:

“A #lideranca está cada vez mais exausta.

Para além dos impactos no bem-estar pessoal do colaborador, quando um líder mostra sinais de exaustão, isso comunica para o time que a organização não acolhe o sofrimento psíquico das pessoas que trabalham lá.

E esses casos não são isolados.

Uma pesquisa publicada na Harvard Business Review mostra que mais da metade dos líderes está sofrendo por exaustão e despersonalização no trabalho, dois dos principais sintomas da síndrome de #burnout.”

Foto mostra menino gritando, em desespero, envolto em fitas onde se lê "frágil". Palavras-chave da imagem: Desesperado, Gritando, Burnout, Bullying, Emoção, Gritar, Frágil, fragilidade, vulnerabilidade, grito, desespero.
Tudo bem sermos frágeis! Foto: Morgan Basham / Unsplash

Essa reflexão do Luckas me incentivou a escrever também, mais uma vez, a respeito. Resolvi trazer ao blog o que postei naquela rede social:

Eu era uma liderança absolutamente EXAUSTA.

Pelo menos nos 28 meses em que fiquei na coordenação do g1 Minas/central de apuração da TV Globo em BH, ainda acumulando chefia de reportagem e chefia de plantão nos fins de semana e feriados.

Sei o que é trabalhar como uma máquina – e não é saudável. Provavelmente minha exaustão respingava em todos da minha equipe, por mais cuidado que eu tinha com eles.

Recomendo a reflexão que o post abaixo [do Luckas Reis] traz pra gente. Se você está em cargo de liderança e está se sentindo exausta, que tal repensar esse trabalho?

Pedir demissão, como eu fiz, pode ser uma saída gratificante. Mas, claro, existem outras. O que não dá é para aceitar – ou, pior, normalizar – situações degradantes.

(Nas redações de jornal é comum esse tipo de normalização. “Ah, é do trabalho do jornalismo.” “Jornalista tem que trabalhar 24 por 7.” “Quem não aguenta não pode seguir esta carreira.” Eu respondo: não, não, não. Trabalhei por 15 anos em redações e não acho que esse tipo de pensamento está certo. Os profissionais que mais denunciam precarização e irregularidades em todas as áreas são os que mais sofrem com elas. Quem vai denunciar as irregularidades nos veículos, se não nós mesmos?)

Se você é um gestor de uma empresa com lideranças exaustas, ou um profissional de RH dessa empresa, que tal repensar algumas práticas lá dentro, para preservar a saúde, física e mental, de todos os seus colaboradores, em todas as esferas? Que tal trabalhar por ambientes mais leves e menos tóxicos?

Garanto que lideranças menos exaustas são muito mais criativas, produtivas e, em última instância, felizes no ambiente de trabalho. E isso reverbera entre todos da equipe, e em todo o ambiente. Todos ganham.

O primeiro passo é analisar a fundo: como estão, de verdade, as lideranças na sua empresa? Será que estão bem? Ou já estão exaustas? O que pode ser mudado para tornar a rotina delas mais saudável?

Já faz mais de um ano que minha bandeira mais levantadinha é esta: pelo fim da normalização da exaustão! (Ou até da glamourização da exaustão.)

Será que a pandemia não nos ensinou nada? A vida é uma só, pessoal. Como bem diz uma das minhas tirinhas favoritas do Malvados (André Dahmer)… bom, só vendo ela mesmo:

Tirinha dos Malvados falando sobre trabalhar 20 horas por dia

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Por Cristina Moreno de Castro (kikacastro)

Mineira de Beagá, jornalista (passagem por Folha de S.Paulo, g1 e TV Globo, UOL, O Tempo etc), blogueira há 20 anos, amante dos livros, poeta, cinéfila, blueseira, atleticana, politizada, otimista, aprendendo desde 2015 a ser a melhor mãe do mundo para o Luiz. Antirracista e antifascista.

2 comentários

  1. Já em 1935 o inglês Bertrand Russell, matemático e filósofo, publicou “O Elogio ao Ócio”, e não foi o primeiro. Segundo ele, o trabalho não é (ou não deveria ser) o objetivo da vida de ninguém. Acho que o equívoco da maioria só piorou. Estamos cada vez mais distantes daquele ideal de um mundo em que todos possam se dedicar a atividades agradáveis. O tempo ocioso não deve ter como objetivo divertir-se apenas, mas também para ampliar os conhecimentos e a capacidade de reflexão, como a Cris tem feito aqui.

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    1. Neste mundo de telas, acho que a ociosidade foi mesmo para o brejo. Cada minuto de folga, que poderia ser dedicado ao lazer, às reflexões ou ao conhecimento, como defendia o filósofo, agora é preenchido com stories e reels e feeds de redes sociais que parecem não ter fim… Uma pena. Que consequências isso terá para os humanos e a sociedade? Saberemos em breve.

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