O massacre da Palestina de um jeito que qualquer um pode entender

Charge do Angeli, publicada em 8.1.2009
Charge do Angeli, publicada em 8.1.2009

Eu não sou nada entendida de direito internacional, nem de direitos humanos, nem de religião ou de quase nada nesta vida. Mas consigo ler um gráfico e interpretá-lo bem. E o gráfico abaixo me diz que o que está acontecendo hoje na Faixa de Gaza é inadmissível — de novo, como já aconteceu tantas vezes nas últimas décadas. E me diz que a força que está sendo empregada por Israel no conflito com o Hamas é desproporcional. E me grita: “NENHUM CIVIL DEVERIA MORRER NESTA HISTÓRIA!”. Vejam vocês mesmos:

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Em azul, os soldados israelenses mortos. Em vermelho, os civis judeus mortos.
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Em azul, os “militantes” palestinos mortos. Em vermelho, os civis palestinos mortos desde 8 de julho em ataques em Gaza.

Os gráficos dizem usar como fontes reportagens do NYT e da CNN e dados da ONU. Dizem respeito ao período de 8 de julho a 29 de julho. Mas, como esse tipo de informação é sempre controversa, estou aberta a outros gráficos de que tenham conhecimento. Tenho dúvidas de que qualquer outro, mesmo os gráficos feitos pela cúpula de Tel Aviv, mostrem realidades muito diferentes desta, pelo que tenho acompanhado no noticiário. E, neste caso específico, fico muito feliz que a diplomacia do meu país tenha tomado um partido.

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Pra fechar o assunto aqui no blog, recomendo a leitura da entrevista que o jornal “O Tempo” fez com o embaixador da Palestina no Brasil. Leia AQUI. Vale ressaltar que o embaixador, obviamente, tem uma opinião extrema sobre o assunto. Mas, nessa guerra de religiões, vale também ressaltar que nem todos os judeus concordam com tudo o que é feito por seu país, muito menos com o massacre de civis palestinos. O presidente da Confederação Israelita do Brasil chegou a ligar para a Casa Civil para lamentar o que foi dito pelo porta-voz de Israel, que chamou o Brasil de “anão diplomático”. Veja AQUI. Também recomendo a leitura do blog Carta & Crônica, que tem feito boas análises sobre o conflito atual.

E, pra fechar de verdade, segue a animação “This Land is Mine”, de Nina Paley, que mostra as sucessivas guerras por causa da região do oriente médio, desde o homem das cavernas até o anjo da morte, passando por cananeus, egípcios, assírios, israelitas, babilônicos, gregos, ptolemaicos, selêucidas, sacerdote hebreu (que não luta), macabeus, romanos, bizantinos, árabes califas, cruzados, mamelucos do Egito, turcos otomanos, árabes, britânicos, palestinos, sionistas, Hamas/Hezbollah/Organização para a Libertação da Palestina, Estado de Israel e guerrilhas palestinas. AQUI, um quadro explicando cada um dos desenhos e o que significam. Abaixo, o vídeo que acaba de dizer tudo o que eu queria sobre o assunto:

Leia também:

Por Cristina Moreno de Castro (kikacastro)

Mineira de Beagá, jornalista (passagem por Folha de S.Paulo, g1 e TV Globo, UOL, O Tempo etc), blogueira há 20 anos, amante dos livros, poeta, cinéfila, blueseira, atleticana, politizada, otimista, aprendendo desde 2015 a ser a melhor mãe do mundo para o Luiz. Antirracista e antifascista.

6 comentários

  1. Acho que existem poucos conflitos no mundo mais complicados do que o da Palestina. Eu ia comentar sobre os argumentos que Israel tem dado e o fato de o Hamas ter recusado o cessar-fogo quando podia, mas a verdade é que já estou cansada de ver tragédias nos portais 24 horas por dia.
    Mas cabe uma reflexão ainda: em termos numéricos, o conflito entre Israel e Palestina não é o mais mortal da atualidade (se não me engano, são na faixa de 40 mil mortes), e nem o mais cruel (lembrando que o Boko Haram ainda mantém 100 meninas nigerianas como reféns). Por que esse conflito recebe tanta atenção a mais da mídia internacional que os outros?

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  2. Torço para estar errada, mas acho que meus tataranetos irão ler notícias no jornal sobre a guerra Israel e Palestina…
    É tudo muito complicado, mesmo nas épocas de trégua fica aquela tensão permanente em que um evento qualquer é suficiente para desencadear nova ofensiva de um dos lados. Muito triste.

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  3. Um horror! Uma pena. Por mais que expliquem os analistas, essa guerra (esse massacre) será sempre incompreensível. Postei o link do vídeo no Face.
    Um abraço, Kika!

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