Nesta semana de novas mudanças na minha vida profissional, os algoritmos do WordPress me levaram a reler um post que escrevi há 11 anos. Ali, relembrava a coragem que eu precisei ter para me mudar para São Paulo e, depois, como foi necessária uma dose de coragem ainda maior para pedir demissão do meu “emprego dos sonhos” (na época, a “Folha de S.Paulo”) e retornar a Beagá.
Fiquei impressionada ao constatar o tanto que meu pensamento de 11 anos atrás me guiou por todo esse tempo, e continua me guiando:
“Acho que requer alguma coragem para abandonar coisas que estão indo bem e encarar outras, que são como uma folha de papel em branco, e podem também ser boas, mas podem ser frustrantes ou até mesmo desastrosas. Mas esse tipo de coragem é necessário e acho que todo mundo tem que ter pelo menos umas cinco vezes na vida. Não tem nada mais triste do que seguir num mesmo barco apenas por acomodação, sem explorar novas condições na vida, mesmo que elas venham com um monte de sacudidas. (…)
Só posso dizer, neste blog, que estou muito mais feliz que há um ano (mas talvez tão feliz quanto há cinco anos). E que essas experiências que tive só me dão coragem para repetir futuras guinadas, sempre que sentir falta de uma sacudida na vida. Daqui a um ano, ou dez, quem sabe estarei de volta a São Paulo, ou em outro país, ou no mesmo lugar que hoje? Eu não sei. Viver é um risco.
Desejo aos meus leitores que estão em dúvida que tenham a mesma vontade de mudar: prometo que será indolor e, na maioria das vezes, recompensador. Porque, no fundo, no fundo, até por uma questão evolutiva, a gente sempre sabe o que é melhor para nossa vida. E se há uma coceira por mudança, é porque ela é necessária para nossa vida, naquele momento (e não quando for tarde demais).”
Me chamou a atenção também o que escrevi em resposta a um leitor que havia comentado no post (naquela época, as pessoas ainda comentavam em blogs 😁):
“Dinheiro e prestígio são critérios a serem levados em conta na hora de chutar o balde, mas não só. Também é preciso pesar outros critérios, como qualidade de vida, estresse, saúde, ficar mais perto da família, ou o que mais for importante para cada um de nós (em cada fase da vida)”.
Quando ainda nem estava na moda falar sobre saúde mental, qualidade de vida e outros benefícios para além da remuneração salarial, este já era meu lema. E, graças a esse jeito de pensar, tenho conseguido me manter em constante aprendizado, mas “sem perder a ternura jamais” 😉
Que bom que tive coragem todas as vezes em que a “coceira por mudança” me atacou…! Desejo a vocês que nunca percam a coragem, meus amigos. Ela pode vir junto com uma penca de perrengues, mas é o que nos leva mais longe nesta vida (que é uma só, vale lembrar). 😊
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Atribui-se a Sócrates, mais de 400 anos antes de Cristo, a frase famosa “só sei que nada sei”. Há 11 anos, a Cris já sabia das coisas…
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Continuo sem saber de nada 😀
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