O poder da coragem, por Brené Brown

Cena de 'Brené Brown: O Poder da Coragem', na Netflix

Vale ver na Netflix: Brené Brown: O Poder da Coragem (The Call to Courage)
2019 | 1h16 de duração | Classificação: 12 | nota 9

Acho que esta é a primeira vez que indico uma palestra na minha seção de “filmes“.

A verdade é que não costumo assistir a palestras, muito menos gravadas. Autoajuda também não é meu gênero preferido (tanto que o único livro do tipo que eu já resenhei por aqui foi “As coisas que você só vê quando desacelera“).

Mas eu estava curiosa para conhecer melhor Brené Brown há bastante tempo. Inclusive, uma frase atribuída a ela mexeu muito comigo na época em que decidi pedir demissão:

Frase de Brené Brown: “Requer coragem dizer sim ao descanso e ao lazer, numa cultura onde a exaustão é percebida como símbolo de status social”.

Nessa palestra de pouco mais de uma hora, reproduzida pela Netflix, a pesquisadora norte-americana, professora da Universidade de Houston, trata de seus dois temas de estudo principais:

coragem e vulnerabilidade.

E ela mostra como esses dois conceitos estão intrinsecamente ligados entre si. Não há coragem sem vulnerabilidade. Não há vulnerabilidade sem coragem.

O que é ser vulnerável? É experimentar:

  • incertezas
  • riscos
  • e/ou se expor emocionalmente.

Três coisas absolutamente esperadas do ato de viver, não é mesmo?

Mas, ainda que sejam tão naturais, tão próprias da vida e do ser humano, são tratadas como sinônimo de fraqueza, vergonha, constrangimento, medo etc.

Brown nos mostra que ser vulnerável pode ser bom. Justamente porque nos leva a sermos corajosos, a estarmos numa arena, vivendo de corpo e alma, assumindo riscos, levando porradas, experimentando fracassos – mas vivendo.

A amar, a vivenciar a alegria, a pertencer.

Como professora e pesquisadora desse assunto há mais de 20 anos, ela poderia fazer uma palestra mais técnica, cheia de dados, estatísticas e gráficos. Mas o que a tornou uma celebridade mundial foi sua escolha de tratar desse assunto tão humano, ainda que árduo, por meio de histórias e do bom humor.

Seu humor, na verdade, é tão forte, que às vezes parece que estamos diante de uma comediante, em um show de stand-up, sabem? Me peguei gargalhando em vários momentos. Mas era só aquela acadêmica divertida, expondo suas vulnerabilidades sem medo, e recebendo os devidos aplausos por isso.

Brené Brown
Foto: reprodução / Instagram @brenebrown

Ela também compartilha muitas histórias que aconteceram com ela, com seu marido, com seus filhos. Literalmente leva sua família para o palco com ela. Ficamos até meio íntimos de Steve, Ellen e Charlie. Em alguns momentos, trocamos as risadas pelas lágrimas.

As histórias, cheias de exemplos práticos, nos aproximam dos conceitos, tornam mais fácil a compreensão.

As palavras de Brown emocionam, fazem rir, mas fazem, sobretudo, pensar. Tem também espaço para nos sacudir, frases que nos levam a uma autocrítica forte, inclusive enquanto sociedade, enquanto privilegiados numa sociedade. Ela nos tira da zona de conforto, e repete com frequência que sair do conforto é uma escolha – que deve ser feita diariamente.

Pena que ela fala tão rápido, porque às vezes acho que precisamos pausar depois de algumas frases, e digerir melhor seu significado. O que me levou ao segundo passo: acabei de comprar um livro de Brown, para ler devagarinho, e começar meu 2024 mais preparada para vestir minha capa da vulnerabilidade, para assumir os riscos do desconhecido, para falhar e fracassar várias vezes e para, com um pouco de sorte, conseguir ser mais corajosa.

Recomendo o mesmo a todos. Mas assistir a esta palestra pode ser um bom começo 😉

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Por Cristina Moreno de Castro (kikacastro)

Mineira de Beagá, jornalista (passagem por Folha de S.Paulo, g1 e TV Globo, UOL, O Tempo etc), blogueira há 20 anos, amante dos livros, poeta, cinéfila, blueseira, atleticana, politizada, otimista, aprendendo desde 2015 a ser a melhor mãe do mundo para o Luiz. Antirracista e antifascista.

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