Na guerra da criação dos filhos, será que preciso ter sempre um time?

Foto: Pixabay

No domingo retrasado, presenciamos cenas deprimentes de briga generalizada de torcidas em Beagá. Era dia de clássico Galo X Cruzeiro e teve torcedor fanático saindo de casa com porretes, prontos para a pancadaria, logo que o sol raiou. Não foi a primeira nem a última vez que o noticiário esportivo pareceu jornalismo policial.

Mas não é só no futebol que as pessoas se engalfinham apenas por torcerem por times opostos. Na política, é a mesma coisa – e a polarização do Brasil desde 2013, agravada nas eleições de 2014, só piorou o quadro. E até mesmo no nobre universo da maternidade/paternidade/criação de filhos já se nota um radicalismo muito grande, com times sendo formados e um apontando o dedo, raivoso, para o time oposto.

Desde que o bebê nasce — ou até mesmo antes disso, quando está na barriga –, já somos instados a tomar partidos e escolher um time. Veja só algumas das situações de que me lembrei rapidamente agora:

Sou mãe há 1 ano e 7 meses. E, quanto mais sou mãe, mais me convenço de que não precisamos ter opinião formada sobre tudo, que não há coisas totalmente certas ou erradas e que cada um tem que ter o direito de tatear na criação do próprio filho, ainda que sejam bem-vindas as informações científicas e trocas de experiências.

A questão que proponho é: será que precisamos mesmo ter sempre um time para escolher? Que tal criarmos um “time 3”, com alguns meandros e caminhos mesclados dos dois times? Ou então defendermos com unhas e dentes nossas escolhas, mas sem julgar aqueles que adotam caminhos diferentes dos que achamos melhor para nossas crias?

Por menos dedos apontados na cara dos outros e mais abraços de apoio e solidariedade. Por menos guerra e mais debate amistoso 😉 ❤

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Por Cristina Moreno de Castro (kikacastro)

Mineira de Beagá, escritora, jornalista (passagem por Folha de S.Paulo, g1, TV Globo, O Tempo etc), blogueira há mais de 20 anos, amante dos livros, cinéfila, blueseira, atleticana, politizada, otimista, aprendendo desde 2015 a ser a melhor mãe do mundo para o Luiz. Autora dos livros A Vaga é Sua (Publifolha, 2010) e (Con)vivências (edição de autor, 2025). Antirracista e antifascista.

6 comments

  1. Oi Kika,

    Nessa história toda, parece que a “guerra” vem antes da coisa em si mesma, isto é, da criança. Talvez seja o império do “valesquismo”, do “tiro, porrada e bomba”.

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      1. É de doer, viu! Sábado uma mãe me “regulando/questionando/julgando” porque meu filho de 10 anos já tem celular. Meia hora depois ela saca da bolsa o celular dela e dá pro filhinho de 15 “meses” ver video da Peppa. Eu dei só uma “olhada” e o pai defende: É a única coisa que o distrai…”

        Poxa! Era só ter sido solidária no comentário comigo e tava tudo de boa! A conversa poderia ter rendido muito! Mas não, tinha que tripudiar em cima de outra mãe!

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