Na guerra da criação dos filhos, será que preciso ter sempre um time?

No domingo retrasado, presenciamos cenas deprimentes de briga generalizada de torcidas em Beagá. Era dia de clássico Galo X Cruzeiro e teve torcedor fanático saindo de casa com porretes, prontos para a pancadaria, logo que o sol raiou. Não foi a primeira nem a última vez que o noticiário esportivo pareceu jornalismo policial.
Mas não é só no futebol que as pessoas se engalfinham apenas por torcerem por times opostos. Na política, é a mesma coisa – e a polarização do Brasil desde 2013, agravada nas eleições de 2014, só piorou o quadro. E até mesmo no nobre universo da maternidade/paternidade/criação de filhos já se nota um radicalismo muito grande, com times sendo formados e um apontando o dedo, raivoso, para o time oposto.
Desde que o bebê nasce — ou até mesmo antes disso, quando está na barriga –, já somos instados a tomar partidos e escolher um time. Veja só algumas das situações de que me lembrei rapidamente agora:
Sou mãe há 1 ano e 7 meses. E, quanto mais sou mãe, mais me convenço de que não precisamos ter opinião formada sobre tudo, que não há coisas totalmente certas ou erradas e que cada um tem que ter o direito de tatear na criação do próprio filho, ainda que sejam bem-vindas as informações científicas e trocas de experiências.
A questão que proponho é: será que precisamos mesmo ter sempre um time para escolher? Que tal criarmos um “time 3”, com alguns meandros e caminhos mesclados dos dois times? Ou então defendermos com unhas e dentes nossas escolhas, mas sem julgar aqueles que adotam caminhos diferentes dos que achamos melhor para nossas crias?
Por menos dedos apontados na cara dos outros e mais abraços de apoio e solidariedade. Por menos guerra e mais debate amistoso 😉 ❤
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Cristina Moreno de Castro Ver tudo
Mineira de Beagá, jornalista, blogueira, poeta, blueseira, atleticana, otimista, aprendendo a ser mãe. Redes: www.facebook.com/blogdakikacastro, twitter.com/kikacastro www.goodreads.com/kikacastro. Mais blog: http://www.otempo.com.br/blogs/19.180341 e http://www.brasilpost.com.br/cristina-moreno-de-castro
Oi Kika,
Nessa história toda, parece que a “guerra” vem antes da coisa em si mesma, isto é, da criança. Talvez seja o império do “valesquismo”, do “tiro, porrada e bomba”.
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Verdade 😦
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Leia isso:
http://www.ladecasa.blog.br/morangos-organicos-sem-acucar/
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Excelente, Dri! Assino embaixo desse post. “Solidariedade e generosidade com a maternidade alheia podem deixar tudo mais leve e, não por coincidência, tornar os nossos filhos pessoas melhores e mais felizes.”
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É de doer, viu! Sábado uma mãe me “regulando/questionando/julgando” porque meu filho de 10 anos já tem celular. Meia hora depois ela saca da bolsa o celular dela e dá pro filhinho de 15 “meses” ver video da Peppa. Eu dei só uma “olhada” e o pai defende: É a única coisa que o distrai…”
Poxa! Era só ter sido solidária no comentário comigo e tava tudo de boa! A conversa poderia ter rendido muito! Mas não, tinha que tripudiar em cima de outra mãe!
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Nossa, tá difícil conviver com outras pessoas, viu 😦
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