O Brasil está em crise. Será?
Dizem que o Brasil vive uma de suas piores crises dos últimos tempos. Mas será mesmo?
Vejam as fotos das praias cariocas no último dia do ano e no primeiro sábado do ano distribuídas pela Agência Brasil, dentre várias outras agências de notícias:



Será que, num país em crise, as pessoas têm dinheiro para viajar para o Rio de Janeiro e passar as férias em uma das mais praias mais caras de lá — Ipanema — onde a latinha de cerveja é R$ 8? Porque, obviamente, não há só cariocas e farofeiros nesta orla entupida de gente.
E não é só o point do Rio que está movimentado assim. Mesmo em uma Belo Horizonte esvaziada de janeiro, numa noite de domingo (nem foi numa sexta ou sábado, mas domingão mesmo), o que vi foram bares e restaurantes cheios na região mais cara da cidade, a Savassi:







Além das praias, bares e restaurantes, temos visto estradas e aeroportos lotados, shoppings e cinemas com gente a sair pelo ladrão, shows esgotados, parques e praças com comércios, ainda que informais, a pleno vapor. Se antes noticiávamos que os ventiladores estavam esgotados nas prateleiras das lojas no verão, agora são os três vezes mais caros climatizadores que não podem ser encontrados em lugar nenhum, desde em shoppings caros até lojas populares.
Ok, Cris, qual é o seu ponto? Meu ponto é que podemos ler o noticiário econômico, que traz muito o ponto de vista pessimista do mercado e dos bancos e costuma destacar mais as políticas econômicas dos governos federal e estaduais — Banco Central, Ministério da Fazenda, Secretarias de Estado etc. E podemos dosá-lo com a economia do dia a dia, da vida real, das nossas esquinas. Porque uma coisa que aprendi na minha incursão de mais de ano no jornalismo econômico foi que há vários fatores, além das políticas fiscais, que levam um país a estar em crise ou em conforto, inclusive fatores psicológicos — daí porque a confiança do consumidor, que tem se mantido estável nos últimos meses, é estudada por escolas tradicionais como a FGV. Enquanto o emprego continua em situação confortável e os brasileiros seguem consumindo produtos e serviços, a economia se mantém relativamente aquecida.
Outra coisa que aprendi é que, num país em crise aguda, o primeiro item a ser cortado da lista de prioridades das famílias é o supérfluo — onde se inclui o lazer e o turismo. A família se preocupa mais com alimentação e vestuário do que com a cervejinha do fim de semana no bar mais caro da Savassi ou uma viagem para o Rio de Janeiro em pleno Réveillon.
É por isso que eu acho que, embora a situação econômica do Brasil não esteja das melhores, a crise ainda não é tão ruim quanto muitos querem nos fazer crer. Pode até ser que fique, mas ainda não ficou — e estou na torcida para que as coisas só melhorem, né 😉
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Cristina Moreno de Castro Ver tudo
Mineira de Beagá, jornalista, blogueira, poeta, blueseira, atleticana, otimista, aprendendo a ser mãe. Redes: www.facebook.com/blogdakikacastro, twitter.com/kikacastro www.goodreads.com/kikacastro. Mais blog: http://www.otempo.com.br/blogs/19.180341 e http://www.brasilpost.com.br/cristina-moreno-de-castro
Oi Cris! Muito bom o seu post. É um contraponto para essa epidemia de crise econômica que vemos diariamente nos noticiários. Creio que estamos passando por duas crises: a primeira é a crise de caixa do Governo. O Poder Público precisa fazer a máquina de arrecadação ampliar a sua receita, sem que isso afete demais o trabalhador e a iniciativa privada. A outra crise é de água. Essa é a que mais me dá medo. Me preocupa o modo como o Governo vem conduzindo a coisa….para mim, a situação é mais séria do que a gente imagina. Beijos
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Concordo contigo, Wander! A crise da água é a que mais me preocupa e acho que vem sendo malconduzida em todas as esferas de poder. Mas nem tudo está perdido ainda, né! 😉
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Está uma crise horrível! Aqui na empresa tivemos um fim de ano atípico: muitos clientes novos em dezembro! Nunca tinha acontecido, pois dezembro sempre foi mês parado… Mas é a crise, gente!
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ta uma bagunça danada. violência sem precedentes, larápios em brasilia. so vai mudar qd o ´politico receber um salario mínimo mensal e tiver seus pertences roubados.
OS EUA ESTÃO ADORANDO ESSA BAGUNÇA POIS O POVO NÃO SE DA CONTA DA ROUBARELHA NO PAIS SO CARNAVAL.
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