O que nossos deputados estaduais fazem quando não têm o que fazer

Postei sobre isso ontem em meu Facebook e acho por bem compartilhar também aqui:

A Assembleia de Minas convoca uma reunião extraordinária apenas para prestar homenagens ao sargento da PM que foi indiciado pelo homicídio de um morador do Aglomerado da Serra, há poucos dias atrás: veja AQUI.

Dizem que o morador morto tinha envolvimento com o tráfico, mas também dizem que não houve troca de tiros, e, sim, execução. Tudo no diz-que-diz, porque, afinal, está em investigação.

E o sargento foi preso em flagrante e depois indiciado por conta dessa suposta execução de um suposto criminoso. E nossos deputados condecoram este cidadão.

É difícil entender a lógica das coisas. Mesmo que Helenílson fosse um criminoso, não existe pena de morte em vigor no Brasil. Portanto, a atitude do sargento Victor é condenável, ou, pelo menos, carece de ampla investigação.

Homenagear alguém sob investigação por um homicídio é, no mínimo, um desrespeito com a família do morto e com os moradores do Aglomerado da Serra. (E, como acrescentou uma amiga do Facebook, desrespeito também com o contribuinte em Minas, já que as sessões extraordinárias são remuneradas.)


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Por Cristina Moreno de Castro (kikacastro)

Mineira de Beagá, escritora, jornalista (passagem por Folha de S.Paulo, g1, TV Globo, O Tempo etc), blogueira há mais de 20 anos, amante dos livros, cinéfila, blueseira, atleticana, politizada, otimista, aprendendo desde 2015 a ser a melhor mãe do mundo para o Luiz. Autora dos livros A Vaga é Sua (Publifolha, 2010) e (Con)vivências (edição de autor, 2025). Antirracista e antifascista.

2 comments

  1. O policial é vítima dos monstros que nós criamos, ele não tem culpa de ter que enfrentar o garoto pobre que não recebeu educação e foi absorvido pelo mundo do crime, ótimo seria se não houvesse . Claro que deve ter seu trabalho pautado pelos princípios gerais do direito e se abster de cometer arbítrios. Mas esse garoto que agora é chefe do tráfico, é uma criação do governo, minha, sua, e de todos que não conseguem dar um caminho adequado a ele, afinal de contas quando o problemas está em pauta, buscamos respostas e apontamos responsáveis, mas puxando a raiz do problema verá que é mais profundo do que um “simples policial que matou o bandido”, bem mais.

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