Dengue: a saga, a desinformação e os sintomas nada óbvios

Eu e Luiz aguardando atendimento médico em pronto-atendimento lotado de hospital de BH.
Eu e Luiz aguardando atendimento médico em pronto-atendimento lotado de hospital de BH.

Luiz, Beto e eu estamos oficialmente com dengue – pela primeira vez.

Só testamos ontem, pra sair da suspeita pra certeza, embora os sintomas do Luiz tenham começado na terça passada, e os meus na quinta.

Por que demoramos tanto? Porque recebemos orientações erradas de uma farmacêutica e de um médico antes.

Explico: na quinta de manhã, fui a uma drogaria Araujo fazer três testes no Luiz: para Covid-19, influenza e dengue. A farmacêutica disse que, como os sintomas dele tinham começado dois dias antes, eu tinha que esperar até sábado para fazer o teste de dengue, para não dar falso negativo.

Fiz os outros dois testes, então: negativos.

Enquanto isso, nada da febre dele passar. Chegou a quase 40 graus de madrugada. A esta altura eu já estava me sentindo péssima também, com o corpo todo fraco e dolorido, e cheguei a ter febre baixa na tarde de quinta. Mas atribuí ao cansaço e às noites sem dormir direito, cuidando do pequeno.

Uma médica amiga disse que ele poderia estar com dengue mesmo sem outros sintomas, para eu hidratar bastante. É o que estávamos fazendo, de toda forma.

Na sexta, às 17h, ele reclamou de dor no ouvido. Pronto: um sintoma novo. Desta vez resolvi levá-lo ao pronto-atendimento de um hospital pediátrico de BH (o São Camilo), na esperança de diagnosticar tudo o que fosse preciso.

Ficamos lá de 17h50 até 21h, quando fomos atendidos. Exaustos, já sem saber mais o que inventar para dar conta da espera, e cercados por trocentas criancinhas chorosas, doentinhas, a maioria delas sem máscara. Aliás, praticamente só nós dois de máscara no hospital inteiro (não dá pra entender).

O médico que nos atendeu foi muito atencioso, diagnosticou a otite, prescreveu um antibiótico para ela, mas, quando perguntei se não deveria testar para dengue, ele disse que descartava a dengue, que dengue não causava dor de ouvido. Ok, ele que sabe, mas será que a pessoa não pode ter otite e dengue?! Será que não deveríamos descartar tudo, já ver plaquetas etc?

Como já estávamos exaustos e com sono, fomos para casa.

Começamos o antibiótico e pareceu fazer efeito: no sábado o Luiz ficou finalmente um dia inteiro sem febre.

Até que, no domingo (ontem), além de acordar com febre de novo, suas bochechinhas e bracinhos estavam cheios de pintinhas vermelhas. Resolvi ir lá para a Araujo de novo, seguindo o tal prazo que a farmacêutica tinha me passado. Não ia dar falso negativo neste domingo.

Mas a farmacêutica que me atendeu desta vez disse que não tinha nada disso, que eu poderia ter ido testar no segundo dia, sem problema nenhum, que recebi informação errada da primeira vez… Fala sério!

Mas, enfim, testamos. Ele, eu e o pai. Os três positivos, Luiz já com anticorpos (porque pegou a dengue há mais tempo), eu e Beto ainda na fase aguda da doença.

Sintomas da dengue não são óbvios

Não se enganem, pois os sintomas de dengue não são nada “óbvios”.

A gente fica esperando febre alta, dores fortes no corpo, especialmente nas articulações, machas vermelhas, náusea e vômito.

Mas o Luiz só teve febre. E a otite, que aparentemente não tem nada a ver com a dengue.

Eu só tive febre um dia. Mas tive calafrios, e desde quinta estou com muita fraqueza, cansaço e dor no corpo (uma dor parecendo muscular, meio irritante, meio difusa).

Beto teve alguns poucos momentos de febre baixa, dor de cabeça e nas pernas, cansaço.

Felizmente, o combo pra curar qualquer virose não muda muito, né? Muita hidratação, repouso e paracetamol ou dipirona em caso de febre. É o que estamos todos fazendo nos últimos dias, independentemente do tardio teste positivo.

Mas saber que é dengue é importante também, inclusive para a notificação sanitária. E também para passarmos ainda mais repelente, para evitar que os novos mosquitos que nos piquem não infectem outros incautos por aí.

E tá explicado por que tenho me sentido tão mal. Não era só cansaço, como eu vinha me dizendo. Agora é torcer pra eu também criar esses anticorpos e, principalmente, para o Luiz sarar logo, porque ele não aguenta mais, tadinho. Ninguém aguenta mais 😓

 

P.S. O blog não vai ficar sem posts, porque eu já tinha deixado a semana inteira e o início da próxima com textos agendados ❤ Que os saudáveis e os doentes que me leem possam seguir com as leituras, caso queiram.

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Por Cristina Moreno de Castro (kikacastro)

Mineira de Beagá, escritora, jornalista (passagem por Folha de S.Paulo, g1, TV Globo, O Tempo etc), blogueira há mais de 20 anos, amante dos livros, cinéfila, blueseira, atleticana, politizada, otimista, aprendendo desde 2015 a ser a melhor mãe do mundo para o Luiz. Autora dos livros A Vaga é Sua (Publifolha, 2010) e (Con)vivências (edição de autor, 2025). Antirracista e antifascista.

4 comments

  1. Melhoras, Cris. Fiz teste na Araújo e deu negativo para Dengue. Fiz em casa logo depois e deu positivo para Covid. Escapei da frigideira e caí no fogo.

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