Como foi assistir ao ‘Menino Maluquinho’ junto do meu filho

Eu sempre imaginei como seria assistir ao filme Menino Maluquinho, tão importante na minha infância, junto com meu filho.
Mas achei que o Luiz só teria interesse em ver um filme de 1h23 de duração quando fosse mais velho, com pelo menos 5 anos, sei lá.
Eis que o garotinho de 2 anos e 5 meses descobre a existência daquele DVD em casa. E fica intrigadíssimo quando eu digo que “mamãe está lá”. E assiste a tudo, sentadinho no meu colo, com os olhos vidrados. E depois pede pra assistir de novo, e de novo, e de novo. “Quero ver mininu maiuquim”. “Quero ver a mamãe”. E ele mesmo pega o DVD, coloca no aparelho e dá play.
Ele não ficou comentando as cenas, então não sei dizer o que achou delas. Mas ficou compenetrado, vendo as crianças brincando na tela, vendo o carrinho de rolimã, o balão fazendo o resgate no alto da mangueira etc.
Na primeira vez que vimos até o fim, na semana passada, eu chorei em vários momentos. Fiquei feliz com a experiência, nostálgica com a minha infância e também com um conceito de infância e de pureza infantil que parecem estar se perdendo, ou durando cada vez menos tempo.
Quando eu era criança, queria ser criança pra sempre. “Peter Pana”, dizia meu pai.
Hoje, as crianças de 6, 7 anos já se portam como adolescentes.
Pela primeira vez na vida, assisti ao Menino Maluquinho com olhar de mãe. Junto com meu filho. E pensando em como eu gostaria que o Luiz tivesse uma infância plena como aquele personagem do Ziraldo, com tantas brincadeiras na rua, ao ar livre, sem um adulto controlando ou monitorando tudo o tempo todo. E em como isso tem se tornado cada vez mais difícil nesses tempos de violência, de muitos carros nas ruas, enclausuramento em condomínios e substituição dos contatos e conversas pessoais por virtuais.
Foi como se eu estivesse assistindo ao filme pela primeira vez, sendo que já vi mil vezes antes.
Tocada, escrevi um email ao diretor Helvécio Ratton apenas para agradecer por ter feito um filme tão incrível, que registrou, maravilhosamente, um recanto perdido da infância brasileira. Que virou um clássico do cinema. Ele me respondeu dizendo uma coisa muito legal, que eu já tinha percebido pelo retorno dos leitores do blog ao post que fiz em 2015, Por Onde Anda a Turma do Filme Menino Maluquinho, 20 Anos Depois: “O filme vem atravessando o tempo e encantando as novas gerações. A cada dia escuto de pais jovens que seus filhos, meninos de hoje, adoram o filme.”
É isso. Se, em 1995, o filme já tinha encantado crianças, seus pais e seus avós, hoje, mais de 20 anos depois, ele segue na mesma toada, com crianças diferentes daquela época, mas ainda com a mesma ânsia de serem apenas crianças, com menos cobranças, mais felizes, mais maluquinhas, mais livres.
Ou talvez as crianças não sejam diferentes coisa nenhuma, em sua essência? Nem as de agora, nem as de 1995 e nem as dos anos 60, quando se passa o filme. É pra se pensar…
O que eu sei é que foi muito mágico rever o filme agora com o olhar de mãe. Não é a primeira vez que isso me acontece, né? Recomendo a todos que assistiram Menino Maluquinho quando eram crianças para assistirem agora de novo, juntinho dos filhos 😉
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Cristina Moreno de Castro Ver tudo
Mineira de Beagá, jornalista, blogueira, poeta, blueseira, atleticana, otimista, aprendendo a ser mãe. Redes: www.facebook.com/blogdakikacastro, twitter.com/kikacastro www.goodreads.com/kikacastro. Mais blog: http://www.otempo.com.br/blogs/19.180341 e http://www.brasilpost.com.br/cristina-moreno-de-castro
Oi Kika,
Bem legal o que você escreveu.
Vi o filme com meu filho Dudu, no Netflix. Ele gostou muito. A cena preferida dele é quando o cachorro sobe na árvore para morder os meninos. Ele riu demais.
Gostamos muito do filme.
Abraço,
Douglas
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Que legal, Douglas! Luiz também ficou impressionado com a cena da mangueira. Mas eu me perdi tanto vendo o filme que me esqueci de prestar atenção às reações dele. Na próxima vez que me pedir pra ver “mininu maiuquim”, vou ficar só olhando pra ele, pra ver qual cena foi a favorita, essas coisas 😀
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As coisas lindas e verdadeiras são eternas, Cris!! Beijinhos!!
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Ou como diria o Dru-dru: “as coisas findas, muito mais que lindas, estas ficarão” ;D
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Que emoção boa de ver e sentir, Cris! Imagino Luiz no seu colo assistindo o filme e pedindo para ver de novo ” mininu maiuquim” e ver a mamãe … beijos pra você e lindo neto Luiz!
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Foi mesmo demais! Acho que já vimos umas cinco vezes, juntando todas as partes picadas heheheh
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Bravoooooo!!
Encontrar este espaço foi tudo de excelente. Trabalho com alunos do 3ª ano da educação básica e sempre que vem aquela semana voltada pra filmes que contextualize a temática da criança e suas amizades, identidade e construção da sua própria identidade, um pouco de aventura […] é com certeza o que vem primeiro a ser mostrado. Pra mim o filme representa um enorme legado de arte e a criança vê tudo aquilo é grandioso. Obrigado você por nos ter proporcionado tamanha façanha.
Valeu!!!
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Oi, Luiz! Fico feliz demais que veja a importância do filme de Helvécio Ratton! Seu comentário alegrou meu dia, obrigada! Volte sempre 😉 abraços
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Ahhhhh que lindo! Eu também fiquei encantada com o filme quando o vi! Já o vi umas dez vezes e lendo esse seu texto e o que você conta como foi o me de gravação, eu vontade de ver novamente. A cena que mais gosto é a do balão e do relógio quando o maluquinho dança entre os ponteiros. E amo saber que hoje converso com a própria Julieta! Beijos Cris! 😍
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Também amo essas duas cenas!!!!
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