‘Sunny – O Lado Bom da Vida’: uma lição para crianças e adultos

Dia desses fui com o Luiz à melhor biblioteca de Belo Horizonte e ele escolheu este livro para ler: “Sunny – O Lado Bom da Vida“. Começou a leitura quase imediatamente, devorando cada página com os olhos, e terminou poucos minutos depois. “Gostou, filho?” “Gostei, mas o final é triste.”

Fiquei curiosa e impressionada com a velocidade com que ele leu um livro de mais de 200 páginas, ainda que fosse uma história em quadrinhos. Por isso, fui ler também. E descobri que, embora estivesse na prateleira da literatura infanto-juvenil, esta obra dos irmãos Jennifer L. Holm e Matthew Holm não é necessariamente voltada para crianças.

O livro é autobiográfico, inspirado em uma experiência difícil que os irmãos viveram quando eram crianças. Se não quiser nenhum spoiler, pule os próximos dois parágrafos.

Na história, a menina Sunny, de 10 anos, sofre com o mesmo problema que os autores: o abuso de drogas por alguém da família deles. No caso dela, seu irmão mais velho. Mas, como dizem os autores em uma nota no fim da obra: “Quando alguém da sua família luta contra a dependência de drogas, a família inteira também luta“.

Eles também escreveram: “Quando crianças, éramos apenas espectadores desse comportamento que, mesmo assim, afetou todo o nosso mundo. Fez com que nos sentíssemos envergonhados, assustados e tristes. (…) Escrevemos este livro para que jovens leitores que estejam passando pelo mesmo problema não se sintam envergonhados, como nós nos sentimos“.

Sunny é enviada para a Flórida, para passar o verão com o avô em um lar de idosos. Um lugar cheio de velhinhos, bem diferente do que espera uma criança em férias. Mas ela faz um amigo e vai vivendo uma rotina diferente, em que descobre um universo de heróis dos quadrinhos, jacarés assustadores, gatinhos fujões, pãezinhos na bolsa, sofás-cama barulhentos e outra porção de coisas que podem ser irritantes, entediantes ou realmente encantadoras.

O livro mescla esse presente na Flórida com o passado recente na Pensilvânia, e vai costurando os dois períodos, para que a gente entenda o que levou Sunny até essas férias com o avô.

Assim como ela, vamos descobrindo como olhar esse lado bom da vida – uma frase que seu avô solta e que, sem dúvida, marcará sua vida toda, e até sua personalidade.

A vida nem sempre é fácil, crianças, mas pode ser boa. (E o final, na verdade, nem é triste…).

Sunny – O Lado Bom da Vida
Jennifer L. Holm e Matthew Holm
Ed. SESI-SP
224 páginas
R$ 42 na Amazon (preço consultado na data do post, sujeito a alteração)

Mais dicas de bons livros em forma de quadrinhos:

• Material Poético, de Alves
• The Arte of Living, de Grant Snider
• Sabrina, de Nick Drnaso
• Confinada, de Leandro Assis e Triscila Oliveira
• Só dói quando eu rio, de Ziraldo
• Persépolis, de Marjane Satrapi
• Blues, de Robert Crumb
• Teocrasília, de Denis Mello

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