Estou quase terminando meu segundo livro de Octavia E. Butler. O primeiro que li dela, “Kindred“, mexeu muito comigo, como escrevi aqui na época.
Este segundo, “Filhos de Sangue e outras histórias“, traz sete contos e dois ensaios, também muito impactantes. Assim que eu terminar o livro, compartilho aqui uma resenha mais detalhada, como sempre faço.
Hoje eu queria trazer as dicas preciosas que ela trouxe no ensaio “Furor Scribendi“, que está neste livro, para quem quer se tornar escritor ou escritora.
Para quem quer viver da escrita, e não tê-la apenas como hobby.
São seis dicas, que ela chama de “regras”. Ela as apresentou primeiro em uma palestra que deu para novos escritores, e depois saíram publicadas na série de antologias “Writers of the Future“.
Dividi algumas delas, que achei que mereciam um destaque maior, e cheguei às 13 abaixo. Tudo o que está entre aspas é da lavra da escritora norte-americana.
Então vamos às 13 dicas da premiada escritora Octavia E. Butler para quem quer viver da escrita:
1 – Leia de tudo
“Leia. Leia sobre arte, artesanato e o negócio da escrita. Leia o tipo de obra que você gostaria de escrever. Leia boa e má literatura, ficção e realidade. Leia todos os dias e aprenda com o que leu.”
- Vejas as dicas de bons livros que compartilhei aqui no blog!
Ela também sugere que as pessoas escutem audiolivros enquanto trabalham ou no trânsito, por exemplo.

2 – Faça cursos para escritores
“Oficinas e cursos são leitores alugados, públicos alugados, para o seu trabalho. Aprenda com comentários, perguntas e sugestões tanto dos professores como da turma. Essas pessoas relativamente estranhas são mais propensas a dizer a verdade sobre seu trabalho do que seus amigos e sua família, que podem não querer magoar ou ofender você.”
3 – Aprenda a escrever corretamente
“Faça aulas. Vocabulário e gramática são ferramentas básicas. São usadas com mais eficácia e até manipuladas com mais eficácia pelas pessoas que as compreendem. Nenhum programa de computação, nenhum amigo ou funcionário pode substituir o conhecimento pleno de suas ferramentas.”
4 – Escreva todos os dias
“Escreva. Escreva todos os dias. Escreva sentindo vontade ou não. Escolha uma hora do dia. Quem sabe você possa se levantar uma hora mais cedo, ficar acordado até uma hora mais tarde, abrir mão de uma hora de lazer, ou abrir mão de sua hora de almoço.”

5 – Mantenha um diário
“Escrever diários ajuda você a ser mais observador em relação ao seu mundo, e um diário é um bom lugar para guardar ideias de histórias para projetos futuros.” (Comentário da Cris: pode ser um blog também, em vez de diário, hein! ;))

6 – Revise os textos
“Revise seus textos até que sejam o melhor que você é capaz de fazer. Toda a leitura, a escrita e as aulas devem ajudar você nisso. Verifique o que escreveu, a pesquisa (nunca negligencie a pesquisa) e a aparência de seu manuscrito. Não deixe passar nada de qualidade inferior.”
7 – Corrija todos os defeitos
“Se perceber algo que precisa ser corrigido, corrija. Sem desculpas. Haverá muita coisa errada que você não vai perceber. Não cometa o erro de ignorar defeitos que são evidentes para você. (…) Volte. Corrija o defeito. Crise o hábito de fazer o melhor que pode.”

8 – Insista no envio do seu trabalho
“Envie seu trabalho para publicação. Primeiro, pesquise os mercados que são de seu interesse. (…) Então, envie seu trabalho. Se a ideia de fazer isso assustar você, tudo bem. Vá em frente e fique com medo. Mas envie seu trabalho mesmo assim. Se for rejeitado, envie-o outra vez, e outra vez. As rejeições são dolorosas, mas inevitáveis. São o rito de passagem de qualquer escritor.”
9 – Aprenda com as rejeições
“Não desista de uma obra que não consegue vender. (…) Na pior das hipóteses, você deveria ser capaz de aprender com a obra rejeitada. Pode até ser capaz de usar todo o texto ou parte dele em uma nova obra. De um jeito ou de outro, escritores podem usar ou ao menos aprender com todas as coisas.”
10 – Confie mais no hábito que na inspiração
“O hábito vai sustentar você se estiver inspirado ou não. O hábito vai ajudar você a concluir e lapidar suas histórias. A inspiração, não. Hábito é persistência e prática.”

11 – Esqueça o talento
“Se você o possui, ótimo. Se não possui, não faz mal. Assim como o hábito é mais confiável do que a inspiração, o aprendizado contínuo é mais confiável do que o talento.”
12 – Seja persistente, mas não teimoso
“Nunca permita que o orgulho ou a preguiça impeçam você de aprender, de aprimorar seu trabalho, de mudar de direção quando necessário. A persistência é essencial para qualquer escritor: a persistência para terminar sua obra, para continuar escrevendo apesar da rejeição, para estudar, apresentar sua obra para venda. Mas a teimosia, a recusa em alterar um comportamento improdutivo ou em revisar um trabalho invendível pode ser fatal para suas esperanças como escritor.”

13 – Divirta-se com sua imaginação
“Brinque com suas ideias. Divirta-se com elas. Não se preocupe em ser ingênuo ou escandaloso ou impróprio. Grande parte da escrita é diversão É, em primeiro lugar, deixar que seus interesses e sua imaginação levem você para todos os lugares. Uma vez que seja capaz de fazer isso, você terá mais ideias do que consegue empregar. É então que começa o verdadeiro trabalho: dar a elas a forma de uma história.”

Bônus: não desista!
Depois do ensaio, nesta edição que eu li de “Filhos de Sangue”, há ainda uma nota da autora em que ela comenta o que acabamos de ler. E ela frisa que, de tudo o que ela recomendou, o que considera mais importante é a dica número 12, da persistência.
Achei que valia a pena compartilhar também algumas observações que ela escreveu a respeito nessa nota:
“As pessoas que querem escrever ou escrevem ou não. Por fim, comecei a dizer [a entrevistadores] que meu talento, ou meu hábito, mais importante era a persistência. Sem ele, eu teria desistido de escrever muito antes de finalizar meu primeiro romance. É espantoso o que podemos fazer simplesmente nos recusando a desistir.
(…) É uma verdade que se aplica além da escrita, se aplica a tudo que é importante, mas difícil, a tudo que é importante, mas assustador. Somos capazes de subir tão mais alto do que, em geral, nos permitimos imaginar.
Novamente, a palavra é: ‘persista’!”
Achei genial esta frase dela que grifei com o negrito. Conseguimos fazer muuuuita coisa mesmo apenas graças à persistência, se pensarmos bem.
E persistir é importante em todos os campos da vida. Na escola, no casamento, na criação dos filhos, nas amizades, nas dietas, nas rotinas de atividade física, nas mudanças, nos empregos, na política.
Vamos ter isso em mente sempre! Sermos persistentes, mas não teimosos, e nos divertirmos no meio do caminho. Obrigada, Octavia, por ensinar tanto.
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