O genial Leandro Assis: tirinhas que são murros no estômago dos ‘cidadãos de bem’

Foi só no finalzinho de 2019 que fui conhecer o trabalho sensacional de Leandro Assis, roteirista e ilustrador.

Em seu Instagram (@leandro_assis_ilustra) e Twitter (@leandroassis73) é possível ver vários quadrinhos críticos a Bolsonaro, como este que selecionei abaixo:

Mas são várias tirinhas, todas muito boas. Como ESTA (Lula Livre), ESTA (óleo no litoral) ou ESTA (do racha no PSL). Não se esqueçam de ir passando as setinhas para o lado direito, para ver todas as tirinhas de cada galeria!

Mas o que mais me chamou a atenção no trabalho do Leandro foram as tirinhas que pegam bem no calo do “cidadão de bem” brasileiro. Que escancaram o racismo camuflado, mas sempre forte, do povo brasileiro. Racismo este que, diga-se de passagem, está saindo do armário nesta era dos Bolsonaro no poder (tipo AQUI, AQUI, AQUI, AQUI e AQUI – CINCO casos só em BH, em menos de um mês!).

São tão bons que até doem na gente.

Seguem os links para vocês verem no canal do Leandro, na ordem cronológica:

1. “Ia votar no Haddad e não deixei”
2. “Não aguento pobre chique!”
3. “É só você chegar 10 minutos mais cedo”
4. “Eu não gosto de preto!”
5. “Parece metido com coisa errada”
6. “Racismo no Brasil? Nem vem!”
7. “Melhoramos como pais”
8. “Deixa que eu mesma limpo”

Nesta última tirinha, uma leitora comentou que sua mãe é doméstica e, antes de engravidar dela, sua patroa havia forçado ela a abortar do primeiro bebê.

É sobre esse tipo de murro no estômago que ele escreve. Sobre a escravidão moderna, representada pelas empregadas domésticas. Que ganharam muitos direitos na era Lula, mas já os perderam de novo, com o aumento da informalidade, desde a era Temer, e muito mais na era Bolsonaro/Guedes.

Estas tirinhas do Leandro já alcançaram milhares de leitores no Instagram, muito graças ao Mídia Ninja. Hoje ele já tem mais de 100 mil seguidores. Espero que alcance muito mais gente, que vire livro logo e que chegue, algum dia, finalmente, às consciências que mais precisam se conscientizar.

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