Do que existe por trás de um hambúrguer
Para pegar na locadora: NAÇÃO FAST FOOD (Fast Food Nation)
Nota 8
O que há por trás de um hambúrguer?
Segundo o filme, que foi baseado em um best-seller homônimo de 2001, muita coisa ruim. De imigrantes ilegais a abatedouros pouco higiênicos a sistemas de produção chaplianos em que pernas e braços são cortados a todo momento a uso indiscriminado de anfetaminas para conseguir suportar a jornada exaustiva a adolescentes despreparados e porcos trabalhando nas lanchonetes a milhões investidos em marketing pesado.
Tudo isso levando outros milhões de consumidores a comer, inadvertidamente, cocô de boi misturado à carne (e uma pitada de cuspe).
O relato, forte, tem o grande mérito de ser permeado por ótimos personagens, com histórias pessoais boas e interpretados por atores de qualidade. Do contrário, o filme teria virado um documentário chatíssimo, a que ninguém conseguiria assistir — exceto os ativistas do vegetarianismo e afins.
Mas lá existe o diretor de marketing, interpretado por Greg Kinnear, que, como nós, espectadores, vai se surpreendendo a cada instante com as revelações que descobre — e tem sérias dúvidas éticas sobre como proceder a partir dessas revelações. E lá está a adolescente (Ashley Johnson) que precisa ajudar a mãe nas contas e foi trabalhar em uma grande rede de fast food, na mesma fase da vida em que está desenvolvendo seu senso político e sua natural vontade de mudar o mundo. Por fim, lá estão o trio de mexicanos, que quase morreram de sede atravessando o deserto para ganhar mais dinheiro em uma vida com qualidade duvidosa. São interpretados pelos ótimos Ana Claudia Talancón, Catalina Moreno e Wilmer Valderrama. E, além desses, temos personagens secundários muito interessantes na pele de atores como Bruce Willis, Ethan Hawke, Kris Kristofferson e Patricia Arquette. Todos (eles e nós) acomodados em um sistema onde há mais culpados que vítimas.
Temos aí um enredo de documentário, supostamente real, construído a partir de belos personagens, sob a batuta do diretor Richard Linklater, de Escola de Rock. Um filme bom para fazer pensar e, ao mesmo tempo, divertir, como nas cenas da limpeza de ratos e do ativismo dos adolescentes. Se vou deixar de comer carne depois de assisti-lo? Acho difícil. Mas é, sem dúvida, um argumento a mais para quem estiver repensando a dieta carnívora.
Categorias

Cristina Moreno de Castro Ver tudo
Mineira de Beagá, jornalista, blogueira, poeta, blueseira, atleticana, otimista, aprendendo a ser mãe. Redes: www.facebook.com/blogdakikacastro, twitter.com/kikacastro www.goodreads.com/kikacastro. Mais blog: http://www.otempo.com.br/blogs/19.180341 e http://www.brasilpost.com.br/cristina-moreno-de-castro
Quando a fome se lembra de mim ainda sou capaz de comer um hambúrguer com queijo, por ser uma refeição ligeira equilibrada!
Quanto a um filme tendo como base todo o processamento deste produto, deverá ser com toda a certeza muito divertido!
CurtirCurtir
Eu não gosto muito de hambúrguer de McDonalds e afins, mas como em casa de vez em quando… E adoro uma carne. Mas realmente é triste ver o sofrimento com que sujeitam os animais em alguns abatedouros.
CurtirCurtir
Infelizmente o sofrimento e a falta de higiene em alguns abatedouros é uma realidade muito negativa e este problema é uma das razões que parte da carne brasileira só está sendo exportada para os BRICS e para os MINT.
Quanto aos filmes, os realizadores de humor sabem fazer rir qualquer um com a sua imaginação fértil e fazer esquecer os pontos negativos.
CurtirCurtir
Mas esse filme não é de humor…
CurtirCurtir
Por curiosidade já pesquisei e encontrei o link na web para quem quiser assistir:
http://www.assistironlinefilmes.tv/nacao-fast-food-uma-rede-de-corrupcao.html
CurtirCurtir
Obrigada!
CurtirCurtir
Muito antes do hambúrguer, um sábio europeu já havia ensinado no século XIX que é melhor não saber como são feitas as salsichas (e a política). Hoje, lendo o blog do Talis Andrade, fiquei sabendo que é melhor, para os mineiros entusiasmados com a primeira penitenciária privatizada do Estado não saber como se alimentam os presos de Pedrinhas, no Maranhão. A fonte do poeta e jornalista Talis, um pernambucano dos melhores que existem, é a insuspeita revista Época. Trecho do post dele:
“Culpam as facções criminosas, os governos paralelos, histórias assombrosas de terrorismo, quando tudo é fruto da corrupção que existe fora das cadeias.
O governo do Maranhão informou que 131 milhões já foram investidos para melhorias nos presídios. Esqueceu de acrescentar que o sistema carcerário de Pedrinhas é privatizado.
Denunciou a revista Época: “O gasto do governo Roseana Sarney com as duas principais fornecedoras de mão de obra para os presídios do Maranhão chegou a R$ 74 milhões em 2013, um aumento de 136% em relação a 2011. Uma das empresas que mais receberam verba, a Atlântica Segurança Técnica, tem como representante oficial Luiz Carlos Catanhêde Fernandes, sócio de Jorge Murad, marido da governadora, em outra empresa, a Pousada dos Lençóis Empreendimentos Turísticos.”
Quanto se gasta com a alimentação de um preso? Entre 3 a 4 mil por cabeça não degolada. Um dinheiro que nenhum professor ou jornalista tem reservado exclusivamente para as três refeições diárias de suas famílias.”
Íntegra aqui: http://andradetalis.wordpress.com/2014/01/10/a-corrupta-privatizacao-dos-presidios-tem-pedrinhas-como-exemplo-de-enriquecimento-ilicito-tortura-e-morte/
CurtirCurtir
Rende um post, hein papai? Os leitores do blog sentem sua falta!!!
CurtirCurtir
É necessário perguntar aos (des)governos dos Sarney o quanto investiram e investem na Educação, na Saúde, no Saneamento Básico e na infraestrutura rodoviária, ferroviária e portuária do Maranhão! Assim ficam a saber qual é a origem de tanta violência!
CurtirCurtir