Vale a pena assistir: Uma Batalha Após a Outra (One Battle After Another)
2025 | 2h41 de duração | Classificação: 16 anos | nota 9
- Texto escrito por Cristina Moreno de Castro
“Uma Batalha Após a Outra” nem bem estreou nos cinemas e já está sendo considerado um dos melhores filmes do ano (ou simplesmente o filme do ano), uma obra-prima, e um dos favoritos ao Oscar pelos críticos (ou mesmo o favorito).
Só fui descobrir isso depois de assistir, porque evito ler resenhas antes de ir ao cinema. Até as sinopses e os trailers eu tenho evitado, porque é impressionante como ninguém se importa em dar spoilers. E eu realmente detesto spoiler.
Pra mim, nada se compara à experiência de chegar a uma sala de cinema e ver diante de mim, literalmente, uma tela em branco.
É por isso que, ao escrever minhas resenhas aqui no blog, sempre tomo o cuidado de não dar nenhum spoiler. Vai que os leitores que chegam aqui têm as mesmas manias que eu, não é mesmo? 😉
Não sei se este é o melhor filme do ano e não faço ideia se é favorito ao Oscar, mas sem dúvida é um filmaço.
Estamos falando de mais uma sátira política. Mas, ao contrário de “Mickey 17“, outro filmaço que também faz críticas ao autoritarismo perverso, este é mais uma mescla de drama, thriller e ação e contém bem menos comédia.
Ou, pensando bem, a comédia é menos escancarada, embora também esteja ali. Por exemplo, nos trejeitos do “vilão”, o coronel Steven J. Lockjaw, vivido maravilhosamente por Sean Penn – que tem a mesma cara eterna de nojo que o vilão do outro filme (Mark Ruffalo).

Ou no “herói” anacrônico, vestido em um roupão na maior parte do filme, vivido pelo também sempre incrível Leonardo DiCaprio. É impossível não sorrir com o diálogo que gira em torno de uma senha passada 16 anos antes, e que o pai junkie esqueceu.

Bom, já deu pra ver que o elenco é de peso, né? Não tenho dúvidas de que pelo menos estas duas indicações ao Oscar estão garantidas. E ainda tem Benicio Del Toro e três mulheres que também estão FODAS: Teyana Taylor, Regina Hall e a novata Chase Infiniti.

(O diretor e roteirista Paul Thomas Anderson também garantiu uma pontinha para Alana Haim, sua musa em “Licorice Pizza“.)
Mas nem sempre elencos brilhantes são garantia de filmes bons, a gente sabe bem. O que segura as quase três horas deste filme é sua história eletrizante, cheia de suspense e tensão, que se condensa, na maior parte, no que acontece ao longo de um único dia.
Tem o tema político que já mencionei? Tem, sim, bastante. A crítica aos extremismos, ao racismo, à perseguição contra os imigrantes, ao pensamento de um certo grupo, muito parecido com o que hoje ocupa o poder nos Estados Unidos. Mas o filme não é só sobre isso.
É também sobre paternidade, juventude e idealismo. E mais camadas de política: busca por um mundo melhor, polarização, desigualdade, o uso da máquina do Estado para fins pessoais etc.
A gente não pisca – não dá tempo. Nem vi o tempo passar. A cena de perseguição naquelas estradas ondulantes da Califórnia foi uma das melhores que já vi no cinema. É tensão pura. A trilha sonora é praticamente ininterrupta, um misto de jazz, rock e canções variadas.
Além disso, a história que dá base ao roteiro é simples. É fácil de entender cada uma das engrenagens da trama. E os personagens são fortes, marcantes, porque são todos como caricaturas. Como se representassem um grupo inteiro: os revolucionários ensandecidos, os fascistas escrotos, os playboys reacionários com camisa polo de marca, os homens velhos brancos participantes de um clube imbecil etc.

Ao fim e ao cabo, é um filme de ação que nos diverte. Daqueles que nos fazem sair da sala de cinema animados, com a cabeça fervendo e o coração ainda um pouco acelerado. (E com os olhos cheios de imagens impressionantes, que a filmagem em VistaVision garantiu.)
Se é o melhor do ano? Uma obra-prima? O favorito do Oscar? Não sei. Sempre achei Paul Thomas Anderson um pouco superestimado. Já vi neste ano outros filmes que me arrancaram uma nota 10, como o já citado Mickey 17 e o A Vida de Chuck. Mas eu não sou crítica de cinema. Sou apenas alguém que quer ter a experiência única de mergulhar em uma tela em branco – e não estragar essa experiência para ninguém.
Assista ao trailer de Uma Batalha Após a Outra:
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