Para Todas as Mulheres que Não Têm Coragem, de Daniela Arrais, em 12 frases

O livro "Para Todas as Mulheres que não têm Coragem" e a sua autora, Daniela Arrais, em imagens divulgadas pela revista Marie Claire.
O livro "Para Todas as Mulheres que não têm Coragem" e a sua autora, Daniela Arrais, em imagens divulgadas pela revista Marie Claire.

Logo que a Daniela Arrais lançou seu livro, “Para Todas as Mulheres Que Não Têm Coragem“, em outubro do ano passado, mandei uma mensagem para ela, sobre outro assunto e, no fim, escrevi:

“Ah, e parabéns pelo livro! 😁 Fiquei com vontade de ler, porque, como eu já disse, gosto muito dos seus textos. Mas, por outro lado, uma das poucas coisas boas que acho que sou é corajosa”.

Ela, que é do Recife e mora em São Paulo, veio a Belo Horizonte lançar seu livro em março. Coincidentemente, bem no dia em que lancei o meu livro de crônicas. Como uma não pôde ir ao dia especial da outra, depois trocamos os exemplares autografados por Correio mesmo. Na dedicatória, ela escreveu: “Sei que não te falta coragem, mas vai que você aceita alguns convites que escrevi aqui”.

Não só aceitei como pincei algumas das frases que mais me chamaram a atenção, que postei no perfil Pílulas de Reflexões enquanto lia o livro dela. Hoje resolvi trazer estas 12 frases para o blog:

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Obrigada, pai e mãe, pela minha infância e pela coragem que ela me trouxe!

No livro, Daniela Arrais aborda vários temas, divididos em oito partes: luto, maternidade, saúde, relacionamentos, dentre outros. Meu favorito foi justamente o primeiro capítulo, sobre a infância, que é sobre como a forma como somos criadas pode nos ajudar ou atrapalhar a ter coragem ao longo da vida.

Ela fala, por exemplo, que gostaria de ter persistido na ginástica artística em vez de ter desistido por medo de fazer uma mortal. E que essa desistência fácil na infância pode ter contribuído para que ela tivesse medo de se arriscar mais vezes na vida adulta.

Outro exemplo que ela dá tem a ver com os preconceitos que nos afastam de oportunidades, como quando ela desistiu de fazer aula de piano por causa da música que a professora tocou.

E aborda, é claro, a forma como nossos pais (ou famílias em seus vários formatos, já que seu pai era ausente) podem contribuir ou não para moldar nossa coragem de encarar desafios. Podem ser superprotetores e nos criar numa bolha, podem dar um peso grande demais para os erros, podem encorajar nas conquistas ou responder com um frio “Não fez mais que sua obrigação”.

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Como em todo o livro, ela faz isso em forma de uma conversa, e está sempre nos perguntando: como foi com você? E a sua infância? E sua família? etc.

Isso me fez pensar bastante e, pela primeira vez, correlacionar a coragem que sinto ter hoje, nos meus anos de adulta, ao meu período da infância.

Ler o livro da Dani me deixou com vontade de escrever para o mundo que meus pais me proporcionaram uma infância maravilhosa, mas, mais do que isso, me dei conta de que eles me estimularam a ser a pessoa corajosa que me tornei.

Meu amuleto da coragem ;)
Meu amuleto da coragem 😉

Minha infância teve almoços de domingo na vovó Rosa, com a casa cheia da família grande, teve sábados no sítio subindo em árvores, teve viagens à praia, no Sul da Bahia, nas férias de janeiro, teve aulas de natação, em que eu persisti, mesmo sendo uma das piores da turma, e acabei na Equipe (ainda como uma das piores, mas na Equipe, rs). Teve muitos livros e o estímulo constante para que eu lesse muito, escrevesse e fosse caprichosa e presente nas atividades escolares.

Teve minha participação no filme Menino Maluquinho, tendo que dar entrevistas, autógrafos, fazer coisas que eu nunca tinha feito antes, e sendo alertada a todo momento para “não ficar metida”.

Além disso, eu e meus três irmãos não vivíamos numa bolha, até porque não deve ser fácil manter quatro filhos debaixo das asas o tempo todo. Meus pais trabalhavam o dia inteiro, e a gente ficava em casa, ora sozinhos, ora com alguma pessoa adulta que trabalhava como empregada doméstica – mas não como babá, ou seja, ainda nos virávamos. Como sou bem mais nova que meus irmãos, acabei sendo muito cuidada por eles também, especialmente pela Vivi, que era minha melhor amiga na época.

Ou seja, minhas lembranças da minha infância são todas muito boas, crescendo cercada de muito afeto, com um certo grau de autonomia e independência, e podendo explorar minha criatividade e minhas habilidades, mesmo quando não muito boas, porque era estimulada a fazer isso, e ouvia palavras elogiosas com frequência, dos meus pais. Sou muito grata a eles por isso.

Depois a vida seguiu seu rumo e, claro, perdeu um pouco da doçura da infância. Mas tenho muito orgulho por ter tomado decisões corajosas toda vez que precisei tomá-las, e acho que só pude fazer isso porque me senti forte o suficiente para tentar, para arriscar, e confiante o suficiente de que tudo daria certo no fim, porque também fui criada para ser otimista.

E o livro da Dani me fez pensar, acho que pela primeira vez, que isso só foi possível graças à criação que eu tive, principalmente na minha infância. Com muita segurança e muita presença, em todos os sentidos.

Eu, criança, com minha mãe e meu pai, no sítio da família. Aí eu devia ter uns 8 ou 9 anos.
Eu, criança, com minha mãe e meu pai, no sítio da família. Aí eu devia ter uns 8 ou 9 anos.

Eu me inspiro muito nos meus pais para tentar oferecer ao meu filho, Luiz, a mesma infância maravilhosa que eu tive – e agora, alertada pela Dani, vou ter atenção de oferecer a ele também a mesma segurança, presença e apoio que eu tive para poder arriscar, ousar, tentar e ter coragem, mesmo se ocorrerem vários fracassos ou joelhos ralados no meio do caminho. Porque isso é essencial para os anos que virão depois da infância.

Obrigada, pai José e mãe Ivona, pelos tijolinhos que colocaram em mim na minha construção! ❤ E conte comigo para fazer o mesmo, Luiz!

(E parabéns, Dani, por ter conquistado sua coragem de outras formas, ao longo da vida, ainda que ela não tenha sido necessariamente forjada em sua infância :))

 

Livro Para todas as mulheres que não têm coragem, de Daniela Arrais“Para todas as mulheres que não têm coragem”
Daniela Arrais
Ed. Best Seller
266 páginas
R$ 44,90 na Amazon (preço consultado na data do post; sujeito a alterações)

 

Como comprar o livro de crônicas (Con)vivências, de Cristina Moreno de Castro, do blog da kikacastro.

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Por Cristina Moreno de Castro (kikacastro)

Mineira de Beagá, escritora, jornalista (passagem por Folha de S.Paulo, g1, TV Globo, O Tempo etc), blogueira há mais de 20 anos, amante dos livros, cinéfila, blueseira, atleticana, politizada, otimista, aprendendo desde 2015 a ser a melhor mãe do mundo para o Luiz. Autora dos livros A Vaga é Sua (Publifolha, 2010) e (Con)vivências (edição de autor, 2025). Antirracista e antifascista.

2 comments

  1. Que belo texto, Cris. Obrigado pela parte que me cabe. Hehehe, continuo no sítio, vestido como gosto: de roceiro.

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