Araxá (MG): como chegar, hospedagem, pontos turísticos e mais dicas e fotos

Letreiro em frente ao Grande Hotel, em Araxá (MG). Todas as fotos: CMC / blog da kikacastro
Letreiro em frente ao Grande Hotel, em Araxá (MG). Todas as fotos: CMC / blog da kikacastro

Eu lembrava muito vagamente da Araxá que conheci nas viagens em família quando eu tinha uns 4 ou 5 anos e chamava a cidade de Xarará. Lembrava das charretes, do picolé de brigadeiro, dos corredores do Hotel da Previdência e da neblina na estrada. Mas sempre tinha um sentimento impalpável e muito gostoso, um quentinho no coração, toda vez que alguém falava daquelas viagens.

Agora criei novas memórias afetivas, tão quentinhas quanto, mas muito mais palpáveis, junto com o Beto e o Luiz neste último feriado.

De Sesc com beliche que Luiz amou e transformou em clubinho, de jogos, piscina gelada, showzinho de rock, tamancobol, redário, passarinhos, miquinhos, arraial com dança do Feijão Queimado, oficinas de cupcake, de porta-retratos e de mosaicos, pipocas, algodões e picolés de graça, comilança, show de mágica, recorde de 34 cestas no basquete, touro mecânico, caricatura, varandinha e bingo.

E de cidade com lindo Grande Hotel (maior castelo do país), fonte da Dona Beja e sua água “miraculosa”, Hotel Colombo em ruínas, ruínas do Hotel Rádio, Museu da Dona Beja (personalidade muito importante na cidade, como se vê), memorial, arte incrível de Calmon Barreto, exposição no teatro, parque do Cristo, mirante bonito, docinhos, café e queijos deliciosos (sério, tem como voltar pra casa com o mesmo peso?! Dá não).

Neste guia, vou trazer algumas informações úteis para quem pretende viajar a Araxá, cidade com mais de 100 mil habitantes, fundada no fim do século 18, que fica no Alto Paranaíba, em Minas Gerais.

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Como chegar a Araxá (MG)?

Condições da estrada e pedágios

Saindo de Belo Horizonte, nós pegamos a Fernão Dias (BR-381) e, em Betim, viramos à direita na BR-262, sentido Triângulo Mineiro. Seguimos por essa estrada até o destino final, já que ela corta Araxá (e ainda continua até depois de Uberaba).

São 362 km da capital até Araxá, passando pelas seguintes principais cidades: Contagem, Betim, Juatuba, Pará de Minas, Nova Serrana, Bom Despacho e Luz. Gastamos 5 horas e 20 minutos na ida e 5h10 na volta (lembrando que era feriado, então a estrada estava mais cheia que o normal).

Trajeto de Belo Horizonte a Araxá no Google Maps, com cidades do entorno. Maior parte é na BR-262.
Trajeto de Belo Horizonte a Araxá no Google Maps, com cidades do entorno. Maior parte é na BR-262.

Até Nova Serrana, a pista é duplicada, depois, até o fim, ela é pista simples, com muitos caminhões. Prepare-se para fazer muitas ultrapassagens! Apesar de privatizada, a estrada não está 100% boa, tendo vários remendos e buracos, principalmente depois do terceiro pedágio (sim, são três postos de pedágio, cada um a cerca de R$ 10,30). Mas também não chega a ser uma estrada ruim.

A paisagem da BR-262 é muito bonita, dá para curtir bastante a viagem, papeando e ouvindo boa música 😉

BR-262, no caminho para Araxá (MG), tem belas paisagens e muita vista bonita como esta da foto.
BR-262, no caminho para Araxá (MG), tem belas paisagens e muita vista bonita como esta da foto.

Dicas de paradas para banheiro e alimentação

Na ida, paramos para lanchar em Luz, em um restaurante grande, com lanchonete e todas as outras refeições, chamado Barril (km 511 da BR-262). Comi um delicioso biscoito frito. É uma boa opção de parada.

Na volta, do outro lado da estrada, paramos no Caffé da Terra, no km 464 da BR-262, em Araújos. Também é uma ótima pedida para almoço ou lanche, além de ser muito agradável, apesar das longas filas.

Caffé da Terra, parada na BR-262, em Araújos (MG). Foto: CMC / blog da kikacastro

Caffé da Terra, parada na BR-262, em Araújos (MG)
Caffé da Terra, parada na BR-262, em Araújos (MG). Foto: CMC / blog da kikacastro

Onde se hospedar em Araxá?

Como já contei por aqui, sou 100% do time Sesc! Adoro os três hotéis do Sesc que já conheci (de Ouro Preto, de Itaparica, na Bahia, e este de Araxá). Além de ser muuuuuito mais barato que outras hospedagens, para quem tem a carteirinha do Sesc, ainda dá direito a pensão completa caprichada (café, almoço e janta), tem um quarto confortável com varandinha, ótima estrutura do hotel em si (piscina, espaço kids, sala de videogame com Playstation 5, sala de jogos, redário, academia, jardim etc) e ótima recreação (teve show de mágica, bingo, oficinas, festa junina, feirinha, apresentações musicais, vôlei, brincadeiras e jogos diversos).

A localização também é muito boa: o hotel fica bem no centro, pertinho de vários restaurantes, supermercados, farmácias etc. Visitamos os pontos turísticos (próximo tópico) de carro, mas próximos.

Antes que perguntem: não, não ganho nem um centavo pela “propaganda”. Eu é que adoro o Sesc mesmo 😉 E, pra não dizer que tudo era perfeito, senti falta de uma rede na varanda do quarto (o redário era meio longe) e da piscina mais aquecida, duas coisas que o Sesc de Ouro Preto tem e que me deixou mal-acostumada 😀

Endereço e contatos do SESC de Araxá: Rua Dr. Edmar Cunha, 150 – B. – Santa Terezinha, telefone (34) 3201-8129, email hotelaraxa@sescmg.com.br

Fotos do SESC de Araxá (clique sobre qualquer uma para abrir todas em tamanho maior):

O que fazer em Araxá?

Fora todas as mil atividades que tem dentro do próprio Sesc, e que tentamos aproveitar ao máximo, também procuramos conhecer os principais pontos turísticos da cidade em dois dos dias em que passamos lá, no feriado de Corpus Christi. Detalhe importante: TODOS os pontos turísticos listados abaixo são gratuitos! 😉

1. Passeio pelo Grande Hotel (com a fonte da Dona Beja e as ruínas do Hotel Rádio)

Este é o ponto alto da cidade: o hotel que foi inaugurado em 1944, por Getúlio Vargas, com projeto arquitetônico de Luiz Signorelli e paisagístico de Burle Marx. Ele fica dentro do Parque do Barreiro, que é de responsabilidade do governo estadual.

Por isso, embora o hotel esteja, nos últimos 15 anos, sendo arrendado pelo Grupo Tauá, que venceu uma concorrência para isso, ainda podemos entrar no parque em seu entorno e curtir, de graça, a paisagem deslumbrante, com lago, muitas árvores, a fonte da Dona Beja (e sua água que teoricamente faz bem para a saúde) e as ruínas do Hotel Rádio. Quem não gostar de longas caminhadas também pode alugar bicicletas e triciclos e passear com eles por lá.

Para quem quiser pagar (e eu não olhei o valor, porque eu não quis), é possível aproveitar as termas que estão interligadas ao hotel, com águas sulfurosas de alta temperatura devido à origem vulcânica, com grande presença de minérios e enxofre, e águas radioativas ricas em radônio. Existem opções como piscina, sauna, ducha, hidromassagem, banho de lama etc.

Próximo ao Grande Hotel, ainda na região do Barreiro, que é tombada, ficam o antigo Hotel da Previdência e o Hotel Colombo, que está virando uma ruína também. Além de uma pracinha com feira de artesanato, carrinhos de comida e uma igreja.

Endereço: R. Águas do Araxá, s/n – Barreiro, Araxá

Fotos do Grande Hotel, da fonte Dona Beja e das ruínas do Hotel Rádio:

2. Parque do Cristo

Outra atração gratuita e simpática em Araxá é o Parque do Cristo, que é um mirante da cidade, com estátua do Cristo, e três lunetas para admirar a paisagem. Vale a pena ir na hora do crepúsculo. Lá também tem parquinho, aparelhos de ginástica, lojinha de artesanato, pista de cooper e um amplo espaço para andar de bike, por exemplo.

Endereço: R. Washington Barcelos – Micro Distrito Santa Rita, Araxá

Fotos do Parque do Cristo de Araxá:

3. Museu da Dona Beja

Fica em um edifício do início do século 19, onde Dona Beja morou. Em 1965, foi transformado em museu por Assis Chateaubriand, e hoje é um prédio tombado.

Achei muito legal o fato de a visita ser guiada, porque a gente realmente aprende um bocado sobre a personalidade de Ana Jacinta e também sobre a História de Minas naquela época. Dela mesmo só temos duas cartas (foto), um colar e uma balancinha. O restante do acervo são móveis e outros itens da época em que ela viveu, mas que pertenceram a outras famílias e foram doados para compor o museu (inclusive os vestidos que Maitê Proença usou na novela que fez como Dona Beja nos anos 80).

Fica em frente à praça da Igreja Matriz e onde também está o Teatro Municipal. Nele, vimos rapidamente uma exposição itinerante de máscaras africanas.

Exposição de máscaras africanas no Teatro Municipal de Araxá. Foto: CMC / blog da kikacastro
Exposição de máscaras africanas no Teatro Municipal de Araxá

Endereço: Praça Cel. Adolfo, 98 – Centro, Araxá

Fotos do Museu Dona Beja:

4. Museu Calmon Barreto e Memorial de Araxá

A poucos metros do Museu da Dona Beja está este, que é dedicado a prestar uma homenagem ao pintor, escultor e desenhista Calmon Barreto, nascido em Araxá. São dezenas ou centenas de obras de arte maravilhosas, que ele fez por hobby, sem nunca ter vendido ou se preocupado em fazer fama ou riqueza com elas em vida. Muitas delas ajudam a contar um pouco da História da região, assim como o outro museu já tinha feito, e nos ajudaram a ver como Araxá foi importante para Minas Gerais nos séculos 18 e 19.

Além das obras de Calmon, há também um memorial na mesma casa, que conta histórias de outras personalidades e famílias araxaenses, e de hábitos e costumes da cidade no passado.

Endereço: Av. Ver. João Sena, 98 – Centro, Araxá

Fotos do Museu Calmon Barreto:

Outros pontos turísticos de Araxá

Não deu tempo de conhecermos tudo, claro. Outros pontos turísticos de Araxá incluem:

  1. Antiga Estação Ferroviária de Araxá, que é da década de 1920 e foi tombada;
  2. Serra da Bocaina, a cerca de 30 km da cidade, com o Horizonte Perdido, que é um mirante e rampa de voo a 1.350 metros do nível do mar;
  3. Igreja de São Sebastião, tombada, de 1804;
  4. Capela de Nossa Senhora das Graças, que fica lá no Barreiro, em frente ao Grande Hotel;
  5. Igreja Matriz de São Domingos de Gusmão;
  6. Edifício Nacional, prédio tombado de 1931;
  7. Cine Teatro Brasil, edifício tombado de 1930, hoje chamado de Casa do Poeta, que é sede da Biblioteca Pública Municipal Viriato Corrêa e da Academia Araxaense de Letras;
  8. Estação Ferroviária do Distrito de Itaipu: hoje centro cultural, é uma construção tombada de 1926.

Capela de Nossa Senhora das Graças, no Barreiro, em Araxá. Foto: CMC / blog da kikacastro

Capela de Nossa Senhora das Graças, no Barreiro, em Araxá. Foto: CMC / blog da kikacastro
Capela de Nossa Senhora das Graças, no Barreiro, em Araxá

O que e onde comprar em Araxá?

Tentei ir duas vezes a um Centro de Artesanato que ficava lá perto do SESC, mas nas duas ele estava fechado. Tinha também uma lojinha dentro do Parque do Cristo, uma feirinha de artesanato muito simpática em frente ao Grande Hotel e uma feirinha mais simples apareceu numa manhã numa das alamedas internas do SESC.

Mas a verdade é que o forte de Araxá são as comidinhas. Mais precisamente os vários doces, cafés e queijos deliciosos que são produzidos naquelas terras. Se você quiser levar uma lembrança de Araxá, para você mesmo ou para dar de presente a outras pessoas, o melhor souvenir é este, na minha opinião 😉

Compramos os queijos na loja Doces Joaninha, que funciona junto com a fábrica na Rua Rio Branco, 318, Centro, Araxá. Ela abre todos os dias da semana, inclusive aos domingos e feriados.

Já os doces a gente comprou na loja Doces Cecília, que também abre todos os dias da semana, e fica na Av. Tancredo Neves, 900 – Vila Silveria, Araxá.

Os cafés a gente comprou no supermercado perto do SESC mesmo; tinha várias opções da região.

Delícias de Araxá, que compramos pra gente e para dar de presente. Foto: CMC / blog da kikacastro
Delícias de Araxá, que compramos pra gente e para dar de presente.

Faz frio em Araxá?

Olha, eu levei uma mala abarrotada de roupas de frio, agasalhos de todos os tipos, crente que Araxá era fria, talvez por sua grande altitude. A verdade é que praticamente não usamos casaco nenhum lá, e achamos bem mais quente do que Belo Horizonte. E eu fui em pleno inverno, hein. Então, claro, confira a previsão do tempo quando for viajar, mas não pense que se trata de um lugar especialmente frio, não.

O céu de Araxá no dia em que começou o inverno de 2025. Foto: CMC / blog da kikacastro
O céu de Araxá no dia em que começou o inverno de 2025.

E os restaurantes de Araxá?

Esta parte eu vou ficar devendo, gente. Afinal, tivemos café, almoço e janta no SESC, então não saímos para restaurantes para comer. Se não me engano, é possível comer no SESC mesmo se você não estiver hospedado. Então fica sendo minha sugestão de comida self-service gostosa, com boa variedade e numa região de fácil acesso.

***

Por fim, obrigada, Xarará, por todos os momentos lindos que você nos proporcionou e pelo novo estoque de memórias doces que me entregou!

Nunca me esquecerei de sua gente gentil, acolhedora, que para na faixa de pedestres, de suas rotatórias fazendo o trânsito fluir bem, e de sua história tão rica para Minas Gerais (pena que quase nenhuma casa histórica ficou de pé pra ajudar a contar, como souberam fazer em Ouro Preto e Tiradentes).

Você é muito especial! Espero voltar mais vezes 🥰❤️

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Por Cristina Moreno de Castro (kikacastro)

Mineira de Beagá, escritora, jornalista (passagem por Folha de S.Paulo, g1, TV Globo, O Tempo etc), blogueira há mais de 20 anos, amante dos livros, cinéfila, blueseira, atleticana, politizada, otimista, aprendendo desde 2015 a ser a melhor mãe do mundo para o Luiz. Autora dos livros A Vaga é Sua (Publifolha, 2010) e (Con)vivências (edição de autor, 2025). Antirracista e antifascista.

7 comments

  1. Obrigado, Cris, pelas lembranças que me trouxe de Xarará. Estive lá muitas vezes a passeio e a trabalho. Sempre gostei. E nem conhecia, até agora, muito do que mostra neste histórico post.

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  2. Li hoje no Diário do Comércio uma boa notícia sobre Araxá. A prefeitura está realizando um segundo leilão virtual para vender por R$ 2,7 milhões, pagáveis em 60 meses, o Hotel Colombo, no Barreiro de Araxá. Ele tem área de mais de 7 mil metros quadrados e, por sua antiguidade e importância para a região, é tombado pelo patrimônio histórico. Espero que o leilão, ao contrário do primeiro, tenha interessados e o hotel seja finalmente restaurado.

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  3. E o Diário do Comércio publica hoje nova reportagem sobre Araxá. O prefeito da cidade enviou à Câmara Municipal, que aprovou, projeto de lei que permite a exploração na cidade, para incrementar o turismo, a exploração do cassino no Grande Hotel de Araxá, aberto em 1944, no governo Getúlio Vargas, exatamente para essa finalidade. E em outros locais do município. Só está esperando, para entrar em vigor, a aprovação pelo Congresso Nacional, do Projeto de Lei (PL) 2.234/2022, que prevê a autorização para cassinos, bingos. Ele já foi aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado e segue para o plenário. Se aprovado, haverá regulamentação para licenças, critérios de operação, exigências quanto à infraestrutura (funcionamento junto a resorts ou hotéis de padrão), controle social, entre outros dispositivos. Uma emenda apresentada na CCJ prevê o funcionamento de três cassinos em Minas Gerais.

    Vão concorrer com os cassinos virtuais dominados, na Internet, pelos bilionários americanos, entre outros.

    E o Brasil que se dane.

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