Vale ver na Netflix: Maestro
2023 | 2h09 de duração | Classificação: 16 anos | nota 9
Confesso que eu estava com preguiça de ver “Maestro“. Achei que seria um daqueles filmes do Oscar que eu assisto só por obrigação, mas que acho chatíssimo. Tipo Jackie, Um Limite Entre Nós, Duna, Projeto Flórida, Drive My Car ou A Filha Perdida. Chaaaaaaatos.
Mas eis que encontrei nele um filme belo, interessante, e que me prendeu a cada minuto. Eu praticamente não sabia nada sobre o maestro, compositor e pianista Leonard Bernstein, que foi tão famoso em sua época, mas ainda assim achei interessante conhecer sua biografia.
O mais interessante, aliás, é que não tem nada de muito extraordinário na vida desse artista. Ele parece predestinado a fazer sucesso desde sua primeira regência da Filarmônica de Nova York, aos 25 anos. Em resumo, além de ser brilhante na música, ele é apenas um fumante compulsivo, um homem que amava a mulher e era carinhoso com os três filhos, mas muito mais apaixonado e faminto pelos casos extraconjugais com outros homens.
O que torna esse filme interessante é ele não ter ficado preso apenas à história de Bernstein, a mais um dentre tantos gays que se casam com mulheres, mas muito mais em sua relação com a atriz Felicia Montealegre. Os dois são os protagonistas da história, e não apenas ele. E isso deixa o filme mais emocionante, mais humano: é sobre os conflitos, os dramas, a cumplicidade e o afeto que podem existir entre um casal – qualquer casal.
Isso só funcionou tão bem porque os dois atores que trabalharam para construir este casal estão entre os melhores de sua geração: Bradley Cooper e Carey Mulligan. Ela está maravilhosa, como sempre, e arrancou muuuuitas lágrimas minhas quando a personagem já estava no fim da vida.
Ele entrou tanto no personagem que os três filhos de Bernstein ficaram chocados com a semelhança. Ficou seis ANOS ensaiando para fazer a regência de uma música de 6 minutos e 21 segundos que aparece por volta de 1h30 de filme. Ficou quatro ANOS trabalhando para a construção da maquiagem que o deixaria tão semelhante ao músico. A gente até esquece que é Bradley Cooper na tela, de tanto que ele assume o papel de Bernstein.
Sem falar que é ele também o diretor, roteirista e um dos produtores do filme (ao lado dos monstros Martin Scorsese e Steven Spielberg). Por isso, não foi exagero quando ele disse à “New Yorker”: “Fiz este filme com amor e trabalhei o máximo que pude”. E descreveu este filme como “uma história de amor”.
É isso! Como eu já disse, o que mais me tocou em “Maestro” foi a história de amor retratada ali. Um gay — assumido — que amava a mulher? Sim, claro, por que não? Eis a complexidade dos humanos, mesmo nas vidas que parecem menos complexas.
‘Maestro’ foi indicado a 7 Oscars em 2024 (e não venceu nenhum):
- Melhor maquiagem
- Melhor som
- Melhor atriz principal (Carey Mulligan)
- Melhor ator principal (Bradley Cooper)
- Melhor roteiro original (Bradley Cooper)
- Melhor fotografia
- Melhor filme do ano
Assista ao trailer do filme ‘Maestro’:
Você também vai se interessar:
- Bolão do Oscar 2023: acertei 11 de 15 categorias (73% de aproveitamento!)
- Dicas de bons filmes escondidos em serviços de streaming
- Os melhores livros de detetive, policiais ou de mistério que já li
- As melhores séries policiais ou de suspense no streaming
➡ Quer reproduzir este ou outro conteúdo do meu blog em seu site? Tudo bem!, desde que cite a fonte (texto de Cristina Moreno de Castro, publicado no blog kikacastro.com.br) e coloque um link para o post original, combinado? Se quiser reproduzir o texto em algum livro didático ou outra publicação impressa, por favor, entre em contato para combinar.
➡ Quer receber os novos posts por email? É gratuito! Veja como é simples ASSINAR o blog! Saiba também como ANUNCIAR no blog e como CONTRIBUIR conosco! E, sempre que quiser, ENTRE EM CONTATO 😉
Descubra mais sobre blog da kikacastro
Assine para receber nossas notícias mais recentes por e-mail.



