‘Adoráveis Mulheres’: uma mensagem poderosa e atual, mais de um século depois
Vale a pena ver no cinema: ADORÁVEIS MULHERES (Little Women)
Nota 8
Em 2012, assisti pela primeira vez ao filme “Adoráveis Mulheres“, aquela versão de 1994. No elenco, só tinha nomão: Winona Ryder (Jo), Kirsten Dunst (Amy), Christian Bale (Laurie), Susan Sarandon (mãe), Claire Danes (Beth). Mas com um detalhe: tirando Susan Sarandon, todos os outros ainda eram, então, meros iniciantes na carreira de atores.
Escrevi sobre o filme e também dei nota 8 a ele. Uma das coisas que me chamaram a atenção, naquele momento, foi a construção da história, que nos faz captar direitinho a personalidade tão diferente de cada uma daquelas mulheres protagonistas. Outra coisa foi que os homens eram apenas coadjuvantes na história, muito marcada por discursos contra o machismo, em plena guerra da Secessão. Destaquei a qualidade dos diálogos. E, por fim, falei como aquela família retratada era unida, ainda que as personagens fossem tão diferentes.
Dá para ler aquela crítica AQUI.
Agora, passados oito anos, fui assistir a mais uma versão de Little Woman, de 2019. Se naquele ano o filme dirigido por uma mulher – Gillian Armstrong – concorreu a três categorias do Oscar (melhor atriz para Winona, figurino e canção), sem levar nenhuma; neste ano, o filme também dirigido por uma mulher – Greta Gerwig – concorre a seis categorias (melhor filme, melhor atriz para Saoirse Ronan, melhor atriz coadjuvante para Florence Pugh, roteiro adaptado, figurino e canção), e também acho que possivelmente não vai levar nenhuma.
Acredito que vá ser como o mesmo filme dirigido por Greta no ano passado, Lady Bird. Indicado a cinco categorias do Oscar, incluindo a de melhor filme, ele não levou nenhum.
Por que digo isso? Porque “Adoráveis Mulheres” é tão sensível e delicioso de se ver quanto a versão de 1994, mas não tem nada de excepcional, que extrapole para um Oscar. Pelo contrário, ele tem uma construção de história muito mais confusa que a versão de 1994, indo para frente e para trás no tempo de forma bastante brusca e às vezes repentina demais, o que prejudica na construção das personagens. A gente demora um pouco mais a entender quem são Beth e Meg, embora Amy e, principalmente, Jo fiquem mais claras desde o início.
Mesmo a atuação das duas atrizes indicadas eu acho que não teve nada de muito excepcional. Saoirse é uma boa atriz, já indicada ao Oscar quatro vezes, mas acho que ainda tem muito arroz com feijão para comer. Basta ver que suas personagens em Brooklyn, Lady Bird e Little Women sempre guardam uma semelhança entre si…

Seja como for, são atuações honestas, incluindo as de Emma Watson e Eliza Scanlen, além das veteranas Laura Dern e Meryl Streep. Que, quando juntas, conseguem um efeito agradável de naturalidade, de se transformarem mesmo em parte de uma mesma família, feminina, forte, barulhenta, falante, cheia de arte e de energia. São pequenas grandes mulheres, como muitas de nós, muitas que conhecemos na vida, que se sobressaem mais pelo que têm de corriqueiro do que pelo que têm de extraordinário.
Que esta poderosa mensagem da escritora Louisa May Alcott (a Jo da vida real) venha sendo transmitida desde o início do século passado no cinema (o primeiro filme é de 1918) e que se mantenha ainda tão atual nos dias de hoje é algo para nos fazer pensar. Que a arte ainda consiga ser um trampolim para muitas mulheres, invisibilizadas neste mundo dominado por homens.
Assista ao trailer do filme:
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Cristina Moreno de Castro Ver tudo
Mineira de Beagá, jornalista, blogueira, poeta, blueseira, atleticana, otimista, aprendendo a ser mãe. Redes: www.facebook.com/blogdakikacastro, twitter.com/kikacastro www.goodreads.com/kikacastro. Mais blog: http://www.otempo.com.br/blogs/19.180341 e http://www.brasilpost.com.br/cristina-moreno-de-castro