A cerveja que você toma é cada dia menos cerveja

Foto da minha antiga janela. (CMC)
Foto da minha antiga janela. (CMC)

Já escrevi por aqui sobre uma pesquisa da USP, de 2012, que mostrou que a cerveja que consumimos no Brasil é feita de milho, não de cevada, como manda a receita original. E isso é permitido, até um certo percentual, pela nossa legislação.

Hoje, reportagem do jornal “O Tempo” mostra que o problema é mais embaixo: o milho que vem sendo usado para fazer a cerveja é transgênico.

Você pode perguntar: e daí? E daí que a gente paga cada vez mais caro para tomar cerveja, movimenta um mercado bilionário e, ainda assim, consumimos algo que nem sequer é informado no rótulo (para que tenhamos a opção de deixar de consumir, se não concordarmos).

Em 2008, quando me mudei de Beagá para São Paulo, fiquei escandalizada com os valores das cervejas por lá: giravam em torno de R$ 5,50. Na época, minha terrinha tinha as bebidas sempre na casa dos R$ 3, mesmo que fosse R$ 3,99. Quando voltei, no final de 2012, quase caí pra trás: dependendo do bar, a cerveja custa mais de R$ 6! Será que a inflação cresceu 100% em menos de cinco anos e eu não percebi?

Pra piorar, como eu já escrevi por aqui, existem quadrilhas especializadas em falsificação de cerveja. Ou seja, mesmo quando estamos pagando os R$ 6 por uma cerveja de milho transgênico da Ambev ou da Schin, talvez estejamos tomando uma barataça de marca semidesconhecida, que nem sabemos ainda o que leva em sua composição.

O que fazer? Para quem gosta de cerveja, acho que não há muita solução. Talvez o ideal seja comprar direto no supermercado, priorizar as especiais, tomar menos e em casa. De quebra, o bolso e a saúde agradecem.

  • Clique AQUI para ler todos os artigos relacionados ao assunto.
  • Clique AQUI para ler o artigo original sobre a toxicidade do milho transgênico (em inglês).
  • Clique AQUI para ler a reportagem sobre o milho transgênico.

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Por Cristina Moreno de Castro (kikacastro)

Mineira de Beagá, escritora, jornalista (passagem por Folha de S.Paulo, g1, TV Globo, O Tempo etc), blogueira há mais de 20 anos, amante dos livros, cinéfila, blueseira, atleticana, politizada, otimista, aprendendo desde 2015 a ser a melhor mãe do mundo para o Luiz. Autora dos livros A Vaga é Sua (Publifolha, 2010) e (Con)vivências (edição de autor, 2025). Antirracista e antifascista.

10 comments

  1. A cerveja tem que ser tomada bem gelada para não sentirmos a verdadeira falta de sabor que ela já não tem, ou nunca teve. A cervela venezuelana ainda é pior! Parece água com sabor a cerveja!
    Já vai aparecendo cerveja artesanal com boa qualidade mas com preço algo salgado.
    Eu particularmente prefiro o vinho, embora este ainda esteja com preços altos quase proibitivos(será que algum dia o vinho vai deixar de ser artigo de luxo?).
    A solução é comprar no supermercado ou nas lojas de revenda especializadas.

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    1. Pois é, também tenho preferido as cervejas artesanais, que estão virando comuns aqui na região de BH (estão chamando Nova Lima de “Bélgica” brasileira) e, consequentemente, barateando. Mas só pra tomar pouco e em casa, porque ainda sai caro.

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  2. Só existem duas cervejas industriais que valem a pena, na minha opinião: Heineken e Kaiser Gold. A Gold, apesar de ainda muito desconhecida da maioria e cada dia mais difícil de achar, é sensacional! Por isso mesmo tenho certeza que logo logo será descontinuada..rs

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  3. será que o subproduto da fermentação da cerveja (o levedo), terá sido alterado devido a utilização do milho como matéria prima para a fabricaçã e sendo o mesmo trangenico ?
    será que o levedo continuaria com seus benefícios derivando de milho trangenico ?
    quem puder me responda por favor !

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