
Neste Carnaval não fui a nenhum bloquinho de rua, nem ouvi nenhum axé ou marchinha, nem entrei em nenhuma muvuca, nem usei nenhuma fantasia. Na verdade, mal lembrei que era Carnaval.

Aproveitei o feriado para fazer algo que todos nós, seres hiperconectados do mundo, deveríamos fazer de vez em quando: me internei no meio da natureza, num canto cheio de passarinhos e com poucas pessoas, e fiquei sem celular (nem pegava sinal), sem internet — sem Facebook, Gmail, Blog e Twitter –, com a TV basicamente desligada, sem relógio, até sem espelho.

A comunicação com o mundo se deu através do sol, nascendo e se pondo nas horas de sempre, com o céu absolutamente estrelado, o livro de contos que levei pra ler, e a rádio, que permaneceu ligada — mas só com músicas, sem noticiário.

Ouvi falar, nem lembro mais como, que o papa se demitiu. Mas nem quis saber por quê. Se a Dilma tivesse se demitido, eu também daria de ombros. O objetivo era descansar e percebi que atingi esse objetivo quando esqueci até mesmo que eu tinha um frila pra entregar nesta quarta-feira de cinzas. Esqueci. Em um fim de semana normal, teria perdido boa parte da manhã lendo todos os jornais, vendo telejornal, postando neste blog, interagindo nas redes sociais e, inevitavelmente, trabalhando. E, assim, nem corpo nem mente descansam nunca, e até de noite os sonhos perturbados são ligados a trabalho.

Essa pausa de “Carnaval”, longe da tecnologia, me lembrou que precisamos desligar de vez em quando, para recarregar as baterias. Nadar, ir a uma praça, ler um bom livro, e mergulhar nos nossos próprios pensamentos ainda é a melhor maneira de renovar o corpo e o cérebro. Que venha a Semana Santa!

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