Já briguei com vários amigos ao longo da vida, ou simplesmente me afastei, por força das circunstâncias. No último ano, por exemplo, duas amigas ficaram para trás e agora são praticamente apenas parte da memória.
Isso me lembra que, quanto mais crescemos, mais as coisas vão se tornando “definitivas”. É por isso que um velho escritor disse, certa vez, que afortunado é aquele que tem um amigo verdadeiro na hora da morte, porque valerá mais do que dez amigos fajutos.
Eu acho que ainda conto uns dez verdadeiros, mas é uma contagem que se altera com o passar do tempo. E, ao mesmo tempo, nos adaptamos cada vez mais fácil a esse tipo de perda.
Por outro lado, quando somos crianças, as brigas duram meia hora, e logo se faz as pazes, sem ressentimentos, como se a memoriazinha curta, ainda em formação, não alcançasse mais do que isso. (Ou – acho mais provável – quando somos crianças os problemas e as sacanagens cometidas são bem menos graves ou doloridos do que com o avançar da idade.)
Quando eu era criança, era muito comum brigar no recreio, por qualquer bobagem, e olhar para a amiga, fazendo um gesto da mão dando um tapinha nas bochechas, alternadamente, entoando: “Belém-belém, nunca mais tou de bem!”
Cada cidade e época deve ter sua variante para a tradição.
Eu própria “criei” uma, que preferia usar: “Belém-belém, daqui a pouco tou de bem.” Achava mais realista.
Lembrei disso agora por causa da minha sobrinha de 3 anos.
Certo dia, ela chegou para a mãe e disse: “Você é minha melhor amiga para sempre!”
Semanas depois, esquecida da declaração, a mãe a chateou por algum motivo e ela soltou a seguinte pérola:
“Nunca mais falo com você!!!”
Pensativa, ruminou o que acabara de dizer por alguns segundos e completou:
“… só quando eu precisar de ajuda pra fazer cocô!”
😀
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engraçado que estou fazendo a sessão descarrego lá no bazar e estou separando os livros de acordo com a utilidade que eles vão ter (pilha pra doação pra pré-vestibular comunitário, pilha pra biblioteca, pilha pra amigo tal, pilha pra amigo tal etc.). Tem uma pilha de uns 8 livros que é pra você. Só que daí, como estamos afastadas, não tenho certeza se vc vai querer, são livros de política, humor e viagem (3 daquela coleção ‘o escritor e a cidade’), alguns velhinhos, outros mais bem cuidados. E aí, vai querer?
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Uai, eu não tinha te colocado na “cota” de afastados, embora a gente não seja mais tão amigas quanto antes de 2004. Mas continuamos frequentando a mesma turma, nos falando quando estamos nos eventos, vc já ficou aqui em casa etc.
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yept, afastadas no sentido de eu não saber se vc vai querer os livros ou não. Em 2004 eu saberia! 😛
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ah bão… levantou a questão num contexto ruim rs 😛
uai, acho que quero sim! leve lá no amigo oculto preu ver. livro nunca é demais 😀
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Aí é melhor ela ser amiga do Pedrinho. : D
[]s,
Roberto Takata
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heheheh
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http://rmtakata.tumblr.com/post/2523110985/enquanto-isso-na-casa-do-pedrinho
http://rmtakata.tumblr.com/post/2952823415/novamente-na-casa-do-pedrinho
[]s,
Roberto Takata
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😀
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Hahahahah essa do cocô foi ótima!
Mas infelizmente essa é realidade da vida. Muitos “amigos” já ficaram apenas como parte da memória, desde o momento em que eu comecei a seguir a filosofia do “só falo com quem também me procura…” se não procura é porque não sente falta né?!
=/
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Essa filosofia eu não adoto não, senão não sobraria quase ninguém. Já dei várias “chamadas” nos meus amigos de colégio (que é a turminha mais unida da minha vida, a mais antiga e permanente, a que vejo comigo até a velhice, como no filme Invasões Bárbaras…) por eles sumirem, deixarem meus emails semanais (que mando desde que me mudei pra SP, como forma de não perder contato com ninguém) sem resposta etc. Mas aí entendi, um dia, que as pessoas são individualistas, muito centradas em suas próprias vidas, e têm certa dificuldade em entender quando alguém está precisando de ajuda, está carente, está mals etc. Daí parei de me preocupar com isso. O importante é que, quando nos reunimos, sempre é bom. E, apesar de não responderem, a maioria lê os emails, então pelo menos está por dentro, com certeza mandando vibrações positivas para mim, como bons amigos que são.
O que não suporto é quando alguém me sacaneia, ou começa, repetidamente, a fazer pouco caso da amizade. Eu vou dando de ombros algumas vezes, mas, quando chego ao limite, corto de vez.
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É com algumas pessoas eu cheguei nesse limite, comecei testando essa filosofia e ela deu muito certo… A conclusão é que os que importam e se importam, ficam!
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🙂
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