Ainda sobre os 30 anos da internet e do jornalismo digital no Brasil

Print da home page do UOL em maio do ano 2000. Fonte: Web Archive.
Print da home page do UOL em maio do ano 2000. Fonte: Web Archive.

Ainda no mês de maio, lendo o site da “Folha”, descobri que estavam fazendo uma série de reportagens sobre os 30 anos da internet comercial no Brasil. Até então eu nem sabia desse marco, mas li que foi no dia 1 de maio de 1995 que “a então estatal Embratel liberou o acesso da rede à população geral, após um período de testes com 250 usuários”.

De lá pra cá, muita coisa mudou na internet, nem é preciso dizer. O comércio virtual, o mercado dos influenciadores, as redes sociais. Lendo esta matéria da Folha com o fundador do Orkut, fiquei até nostálgica de um tempo em que o uso da internet parecia mais inocente, mais saudável, mais democrático, e menos corrompido pelo capitalismo.

Print da minha página pessoal no Orkut.
Print da minha página pessoal no Orkut.

O engenheiro turco pioneiro das redes sociais disse uma frase que achei muito certeira sobre as redes sociais atuais (Instagram, TikTok, YouTube etc):

“Eles estão transformando nossa atenção em narcisismo, nossa amizade em moeda, e a intimidade em um teatro de espetáculos”.

Enfim, mas isso tudo é sempre muito discutido aqui no blog, em posts como este, sobre o documentário Dilema das Redes.

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Jornalismo digital também muda radicalmente em 30 anos

Como já foi abordado aqui no blog, no post do dia 29 de maio feito pelo Beto Trajano, não é só a internet comercial que completa 30 anos de idade neste mês de maio: o jornalismo digital também faz o mesmo aniversário.

E sou testemunha ativa, como leitora e fazedora de jornais, da mudança radical pela qual o jornalismo também passou nestas três décadas, desde que os pioneiros Jornal do Brasil, Folha de S.Paulo, Estadão e Estado de Minas criaram seus “portais” – na época, páginas estáticas, com alguns links para as notícias que haviam publicado em suas edições impressas.

Comecei a ler notícias diariamente pela internet no ano 2000, quando eu tinha 15 anos, e meu portal preferencial da época era o JB, mesmo sendo um jornal carioca, provavelmente movida pela história que meu pai tinha com esse veículo. Depois de um tempo, passei a ler mais a Folha, que se fixou como meu favorito (e lá fui começar minha carreira de foca, em 2008).

Print da home page da Folha em março de 2008, na mesma semana em que comecei a trabalhar no jornal. Fonte: Web Archive.
Print da home page da Folha em março de 2008, na mesma semana em que comecei a trabalhar no jornal. Fonte: Web Archive.

Embora tenha tido blogs desde os primórdios, ainda em 2003, e sempre tenha me interessado por internet (comecei a publicar críticas de filmes em um site ainda em 1999 ou 2000), só fui trabalhar diretamente com jornalismo digital a partir de 2014, quando virei redatora no portal O Tempo, sob a batuta do Cândido Henrique (na verdade, em 2012 eu já fazia isso, no g1 Minas, mas por um período bem curto, por isso nem contei).

Mesmo assim, tudo ainda era mato naquela época. Capinamos muito nesta internet, até que chegasse ao formato atual.

Print da home page do portal de notícias O Tempo, em março de 2014, quando comecei a trabalhar com jornalismo digital por lá. Fonte: Web Archive.
Print da home page do portal de notícias O Tempo, em março de 2014, quando comecei a trabalhar com jornalismo digital por lá. Fonte: Web Archive.

Melhorou de lá pra cá? Em vários sentidos, sim, claro. Em outros tantos, piorou bastante – lebre que sempre levanto aqui no blog (como neste post de 2023: “O jornalismo mudou. Para melhor ou pior?” e neste deste ano: “Precisamos falar sobre o Google Discover“).

O que eu acho é que as mudanças em velocidade explosiva que estão sacudindo o jornalismo digital de uns dois anos pra cá, notadamente depois da popularização das ferramentas de IA, nos impelem a continuar debatendo essa missão (e modelo de negócio) SEMPRE.

Como jornalistas, é nossa obrigação refletir sobre o fazer jornalístico correto, dentro do prumo, comprometido com a sociedade e com os fatos – e corrigir as rotas desviadas pelas mudanças mais apressadas e irresponsáveis que surgem no embalo dos interesses políticos e das big techs.

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Blog também faz parte da história da web, com muitas mudanças em 15 anos

A foto que ilustra este post é um print do UOL – Universo Online, de maio de 2000 (ou seja, 25 anos atrás! 😲), capturado pelo web.archive.org – site muuuuito interessante que acompanha as mudanças das páginas na web nessas poucas décadas de existência. Ah, o Corinthians acabou caindo para o Palmeiras depois, e o Boca Juniors foi o campeão da Libertadores naquele ano 😉

Aproveito as maravilhas do Web Archive para compartilhar alguns prints antigos deste blog, que foi criado em dezembro de 2010, também mudou muito nos últimos 15 anos, e faz parte desta história da internet, afinal ❤

Dezembro de 2010:

Blog da Kikacastro em dezembro de 2010. Fonte: Web Archive.
Blog da Kikacastro em dezembro de 2010. Fonte: Web Archive.

Dezembro de 2013:

Blog da Kikacastro em dezembro de 2013. Fonte: Web Archive.
Blog da Kikacastro em dezembro de 2013. Fonte: Web Archive.

Dezembro de 2014:

Blog da Kikacastro em dezembro de 2014. Fonte: Web Archive.
Blog da Kikacastro em dezembro de 2014. Fonte: Web Archive.

Outubro de 2020:

Blog da Kikacastro em outubro de 2020. Fonte: Web Archive.
Blog da Kikacastro em outubro de 2020. Fonte: Web Archive.

Novembro de 2022:

Blog da Kikacastro em novembro de 2022. Fonte: Web Archive.
Blog da Kikacastro em novembro de 2022. Fonte: Web Archive.

E aí, melhorou ou piorou com o tempo? 😀

***

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Por Cristina Moreno de Castro (kikacastro)

Mineira de Beagá, escritora, jornalista (passagem por Folha de S.Paulo, g1, TV Globo, O Tempo etc), blogueira há mais de 20 anos, amante dos livros, cinéfila, blueseira, atleticana, politizada, otimista, aprendendo desde 2015 a ser a melhor mãe do mundo para o Luiz. Autora dos livros A Vaga é Sua (Publifolha, 2010) e (Con)vivências (edição de autor, 2025). Antirracista e antifascista.

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