‘A Máquina do Tempo’: leia minha resenha e veja o trailer do filme

Vale a pena assistir: A Máquina do Tempo (LOLA)
2022 | 1h19 de duração | Classificação: 14 anos | nota 9

Não sei por que este filme irlandês de 2022 só foi estrear em nossos cinemas agora em março de 2025, mas foi o que aconteceu: assisti no último sábado.

De cara, é um filme que chama a atenção por sua estética. Ele não só foi todo filmado em preto e branco, mas com câmeras antigas, de antes da Segunda Guerra Mundial. Além disso, as câmeras são sempre carregadas pra lá e pra cá, gerando imagens tremidas, corridas, cortadas bruscamente etc.

O efeito é muito autêntico: realmente parece que estamos assistindo a gravações caseiras feitas entre 1938 e 1941. A gente até se esquece, às vezes, de que não estamos no passado.

E, ao contrário do que se possa esperar, não incomoda nem um pouco assistir a um filme com esse grau de pretenso amadorismo, uma vez que essa intenção casa totalmente com o roteiro.

E o roteiro do diretor Andrew Legge também é muito bom. Gira em torno de duas irmãs britânicas órfãs, Thomasina e Martha, que criam uma máquina capaz de captar imagens do futuro. Batizam essa máquina de LOLA, em homenagem à mãe (e este é o título original do filme).

Graças a esta invenção brilhante de Thom, as duas conhecem o rock, se apaixonam pelas músicas e pela arte de David Bowie, Bob Dylan, The Kinks (veja trechinho abaixo em que elas cantam “You Really Got Me”), dentre outros, muito antes de serem conhecidos do resto do mundo – antes mesmo de eles terem nascido. Mas também percebem que a predição do futuro poderia ser útil como inteligência de guerra, evitando mortes causadas pelos nazistas durante ataques que ainda estavam em andamento.

Isso por si só já renderia um baita filme, mas fica ainda mais interessante quando a coisa desanda completamente. Tanto no mundo quanto na vida das duas protagonistas. E a gente assiste a tudo, chocados, e pensando: “Será que tem conserto?”

(Podemos pensar, depois de ver este filme, que qualquer “grande tecnologia revolucionária” pode provocar desastres em mãos erradas. Isso vale para a bomba atômica e para as redes sociais, por exemplo. E para o avanço desenfreado e desregulamentado da inteligência artificial…)

Enfim, é um filme rápido, de apenas 1h19, que a gente nem vê passar, com estética propositalmente simplória, mas que consegue contar uma história incrível de ficção científica e de guerra. Uma prova de que não é preciso rios de dinheiro para se fazer cinema de qualidade.

Assista ao trailer de A Máquina do Tempo:

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