Iago Bolívar, analista político e diretor de Análise Digital do JOTA, mas sobretudo meu amigo querido há 16 anos (desde que fomos trainees da “Folha de S.Paulo” na mesma turma), fez um trabalho maravilhoso de reportagem na semana passada: entrevistou cada um dos sete pré-candidatos a prefeito de Belo Horizonte.
As eleições municipais de 2024 já estão logo ali: faltam pouco mais de cinco meses para o primeiro turno, em 6 de outubro. Você já sabe em quem vai votar?
As candidaturas ainda não foram oficializadas (o registro dos nomes na Justiça Eleitoral só acontece entre 20 de julho e 15 de agosto). Mas já sabemos alguns dos nomes que estão no páreo. São os que meu amigo Iago ouviu, entre 8 e 12 de abril, em ordem cronológica:
- Fuad Noman (PSD), atual prefeito em busca de reeleição
- Carlos Viana (Podemos), senador
- Bruno Engler (PL), deputado estadual bolsonarista
- Gabriel Azevedo (MDB), presidente da Câmara Municipal de BH
- Bella Gonçalves (PSOL), deputada estadual
- Duda Salabert (PDT), deputada federal
- Rogério Correia (PT), deputado federal
Para ler as entrevistas na íntegra, basta clicar nos links da listinha acima! 😉
O que dizem os pré-candidatos à Prefeitura de Belo Horizonte
Nas entrevistas, os sete pré-candidatos falam sobre as próprias propostas para a cidade, sobre política local e nacional e respondem sobre assuntos mais recentes do noticiário, que dizem respeito a cada um deles.
Mas também há trechos importantes sobre o embate entre as correntes de extrema-direita e de esquerda, de conservadores e progressistas, em Belo Horizonte e em todo o Brasil, que é a pauta mais importante das eleições neste ano, a meu ver.
Foram esses trechos que selecionei abaixo. Vejam, a seguir, algumas frases que eu pincei das entrevistas feitas pelo Iago Bolívar (em ordem alfabética):
Bella Gonçalves: “Então, assim, não é que Belo Horizonte seja uma cidade conservadora. É que o jogo de forças em Belo Horizonte fez com que se abrisse um vácuo nacional, inclusive, para o fortalecimento da extrema direita, que investiu muito em Belo Horizonte. Minas Gerais é estratégico, Belo Horizonte é estratégico. Mas combinado também por um desacerto do campo progressista, que não conseguiu encontrar um caminho de coerência, de mobilização, de construção de esperança unificada há um bom tempo.”

Bruno Engler: “Hoje eu represento amplamente o campo da direita aqui em Belo Horizonte com apoio do ex-presidente Bolsonaro, do [deputado federal] Nikolas, do senador Cleitinho. E a gente busca fazer uma política que não é viciada.”

Carlos Viana: “Eu não sou um candidato que vai repetir o que Bolsonaro fala, porque tenho as minhas divergências com ele. Muito menos com o Lula, que eu entendo que tem um discurso muito populista e que, no fundo, acaba deixando o país sempre num buraco econômico difícil de sair.”

Duda Salabert: “Eu não tenho a menor dúvida de que se vier Nikolas ou Bruno Engler para a prefeitura, que eu ganho as eleições deles. Porque eu confio nesse fato de que Belo Horizonte é uma cidade equilibrada, progressista e não propensa a extremismos. Na verdade, a última eleição foi algo pontual, ligado a questões da polarização nacional. Basicamente isso.”

Fuad Noman: “Belo Horizonte passou quatro anos à míngua com o Bolsonaro. Falavam que no mapa da Presidência lá, no mapa do Brasil, Belo Horizonte era um buraco. Não tinha nada para Belo Horizonte. (…) O presidente Lula tem atendido todos os nossos pleitos, os ministros nos recebem continuamente, com a maior atenção possível. As coisas estão acontecendo. Às vezes demora mais, demora menos, mas o impacto está aí, a gente tem uma porção de coisa para fazer.”

Gabriel Azevedo: “O que está em pauta nessa eleição não é a minha sexualidade. A sexualidade não é palanque e nem ferramenta para resolver trânsito, para resolver falta de moradia e para resolver dificuldade de empreender. O que eu quero oferecer pra cidade, muito mais do que a minha sexualidade, são as minhas ideias… Aliás, eu estou doido pro Engler me chamar de veado.”

Rogério Correia: “É em Belo Horizonte, nas capitais, que precisa ter uma derrota nacional do Bolsonaro de novo. Não podemos permitir que eles recuperem fôlego, porque o estrago foi muito grande. Então, isso unifica esse setores todos. E a segunda é a cidade, a ação da cidade. Uma cidade governada pela ultradireita — que não é conservadora, é reacionária— seria um desastre em Belo Horizonte, que tem uma diversidade tão grande.”

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