Texto escrito por José de Souza Castro:
Lembro-me bem da gritaria na imprensa brasileira quando a Petrobras divulgou o balanço do segundo trimestre deste ano, revelando que o lucro de US$ 13,17 bilhões representava uma queda de 47% em comparação com o segundo trimestre de 2022. “Culpa do governo Lula”, que em março havia desvinculado o preço da principal estatal do PPI (Preço de Paridade de Importação) imposto por Pedro Parente.
Já escrevi em vários momentos sobre este ex-presidente da Petrobras que mudou a política de preços praticada pelos governos petistas.
Curiosamente, a gritaria na imprensa não teve muito reflexo nas ações da Petrobras nas bolsas de valores. Parece que os grandes investidores internacionais que controlam boa parte das ações da Petrobras desde o fim do governo Dilma Rousseff e são cuidadosamente seguidos pelos investidores brasileiros estão mais bem informados do que os críticos intere$$ados ouvidos pela imprensa.
Isso ficou claro para mim ao ler neste domingo no site Poder360 que a Petrobras registrou o terceiro maior lucro líquido no primeiro semestre deste ano entre as cinco maiores petroleiras do mundo.
Seu lucro ficou atrás apenas da estatal saudita Saudi Aramco (lucro de US$ 61,96 bilhões) e da estadunidense Exxon Mobil [US$ 19,31 bilhões) e à frente de outras duas empresas privadas: Chevron, dos EUA, e da britânica Shell.
Portanto, estava certo o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, quando respondeu aos críticos de sua nova política de preços dizendo que a queda da lucratividade não estava relacionada ao fim da PPI e sim ao contexto global de queda de preço do barril de petróleo e das margens de vendas de combustível, em especial do diesel.
Parabéns a Eric Napoli pela reportagem publicada pelo Poder360. Talvez seja esperar muito que jornais e televisões repercutam a informação.
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Banho de água fria: a Associação de Engenheiros da Petrobrás (Aepet) afirma que o fim do Preço Paritário de Importação (PPI) é mais uma farsa. Ela já vinha desconfiando disso desde maio e agora afirma em seu site que a farsa está comprovada, pois a direção da estatal anunciou na última terça-feira um aumento do diesel em quase 26% e da gasolina em mais de 16%. Na tarde de hoje já havia 109 comentários à notícia, a maioria concordando com a farsa e ironizando: “faça o L”. Uma vitória dos importadores e porta vozes dos controladores de refinarias privatizadas e dos que têm ações da estatal na bolsa.
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Registrada a visão da Aepet exposta no comentário anterior, uma visão bem mais calorosa chegou já no começo da noite, com a publicação pela Folha/Uol de artigo de André Roncaglia, professor de economia da Unifesp e doutor em economia do desenvolvimento pela FEA-USP. Escreveu:
“A atual política de preços condiz com a natureza público-estatal da companhia. O ajuste nos preços dos derivados de petróleo manteve uma defasagem ainda expressiva em relação ao preço de importação (que inclui frete e tributos de importação). Deduz-se, portanto, que a nova política de preços visa conciliar os interesses da população, dos acionistas e do plano estratégico da companhia”.
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