1 ano de pandemia e a conversa com nosso ‘eu’ do futuro

Lembro que quando a pandemia começou, lá no já longínquo março de 2020, muita gente, mas muita mesmo, achava que seria coisa de poucos meses. Que em setembro, por exemplo, a vida já teria voltado ao normal. E eu, que lia muito o noticiário internacional e científico, dizia: gente, isso é coisa para 2 a 5 anos.
Ainda assim, confesso que entrei em 2021 mais otimista, achando que, com a chegada das vacinas, este seria um ano bem mais leve. Nem nos meus piores pesadelos a gente completaria 1 ano de pandemia no pior momento do coronavírus, com variantes novas, vacinas insuficientes, governo federal catastrófico e colapso completo da saúde pública e privada. Com lockdown mais severo não só no Brasil inteiro mas em outros países do mundo, mesmo os que tiveram gestão pública mais eficiente que a do genocida que chefia o Executivo no Brasil.
Não tinha como saber se o Bolsonaro era genocida em 2018. Esse só disse que ia matar só a petralhada, os gays, que ia tomar a terra de indígenas e quilombolas, que o erro da ditadura foi torturar e não matar, mas não tinha como saber que ele era um genocida, poxa
— Leonardo Rossatto (@nadanovonofront) March 20, 2021
Mas chegamos ao primeiro aniversário da pandemia sem nada, nada para comemorar. Precisaremos de muito mais doses de vacinas, muito mais agilidade na vacinação e muito mais investimento em todo o resto (leitos, medicamentos, respiradores etc) para evitar que outras 300 mil vidas sejam ceifadas nos próximos meses.
No dia 3 de março do ano passado, antes de tudo isso começar, escrevi a mim mesma uma dessas “cartas para o futuro“. Recebi no dia 3 de março deste ano. Que inocente eu era então! Nem imaginava que o coronavírus ia vir com força total naquele momento. Achava que meu filho estaria curtindo a escolinha pra burro, como estava naquele inicinho de ano. Achava que a situação dos parentes, amigos e aqui em casa estaria plena de felicidade.
Espero, de coração, encontrar a Cris do futuro, de daqui a um ano, mais otimista que esta do presente. Vacinada, com a família toda vacinada, sem queridos mortos, preferencialmente empregada. E mais importante de tudo: vendo uma luz no fim do túnel.
Que este post sirva como uma carta para o futuro…
E você, como espera encontrar o mundo daqui a um ano? Escreva também uma carta para o futuro e compare, daqui a um ano, com a realidade que encontrará te aguardando.
Leia também:
- Direto do passado
- Que tal conversar com seu ‘eu’ do futuro?
- 10 desejos para 2021
- Carta ao meu filho Luiz, 5 anos
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Cristina Moreno de Castro Ver tudo
Mineira de Beagá, jornalista, blogueira, poeta, blueseira, atleticana, otimista, aprendendo a ser mãe. Redes: www.facebook.com/blogdakikacastro, twitter.com/kikacastro www.goodreads.com/kikacastro. Mais blog: http://www.otempo.com.br/blogs/19.180341 e http://www.brasilpost.com.br/cristina-moreno-de-castro
Na verdade acho que 99,9% da população planetária achava que era coisa de alguns meses!!!! Eu, por exemplo, estava chateada pq o clube fechou, pensei que em abril já estaria aberto novamente 🤦
E foi um texto que vc publicou aqui que me fez carina real. Obrigada! Confesso que no início fiquei chocada, mas depois me ajudou muito. Eu estava empurrando tudo com a barriga, mas depois que me dei conta de que a vida agora seria essa comecei a de fato fazer adaptações que já tinha que ter feito desde o início da pandemia.
Abraços
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Fiquei curiosa pra saber qual foi o post que te deu esta sacudida 🙂
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É aquele em que vc diz que 2021 seria igual a 2020. Acho que até então eu inconscientemente me recusava a internalizar a permanência da pandemia… Inclusive estava planejando viagem internacional para dezembro do ano passado (e não era para o Afeganistão, um dos poucos lugares que ainda nos recebia)
Mas de uma certa forma vc errou, Cris, 2021 está sendo ainda pior (infelizmente!!!!!)
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Está bem pior mesmo, e eu nunca achava que seria… 😦
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