Minha profissão me ensinou a perguntar muito, mas não sou acostumada a responder.
Hoje, dia de folga, me dei conta de que vivemos num mundo com cada vez mais respostas a dar, o que implica em alternativas e escolhas a todo momento.
Vejam, por exemplo, quando fui ao cinema:
— Por favor, uma inteira para “Um Método Perigoso” [bem legal, por sinal], às 14h.
— Não tem carteirinha de estudante ou de professora?
— Não.
— Nem é cliente Itaú?
— Nope.
— Qual lugar, senhora?
— Hummm, poltrona G4.
— Dinheiro ou cartão?
Estendo o cartão.
— Débito ou crédito?
— Débito.
— Bom filme.
***
Daí fui comprar pipoca:
— Uma pipoca média, por favor?
— De doce ou de sal?
— Sal.
— E para beber?
— Uma água.
— Com ou sem gás?
— Sem.
— Não quer um combo da pipoca com bebida? Fica mais barato.
— Não.
— Dinheiro ou cartão?
***
Mais tarde, vou almoçar.
— Um polpetone com salada, por favor.
— Qual o molho do polpetone? (…) Qual o acompanhamento da sala? (…) Qual o molho da salada? (…) Quer bebida? (…) Tem cartão fidelidade? (…) Débito ou crédito? (…) Nota fiscal paulista?
***
Até pra pedir o sorvete:
— Um sundae, por favor?
— Não prefere um XXXX (esqueci o nome)?
— Não, quero o sundae.
— Chocolate, morango, caramelo ou maracujá (!!)?
— Chocolate.
— Calda extra?
— Não.
— Quer castanha ou paçoquinha extra?
— Não.
— Algo pra beber?
— Não.
— Dinheiro ou cartão?
— Dinheiro.
— Débito ou crédito?
— Débito.
— CPF na nota?
— Não.
Ou seja: para ir ao cinema e comer porcaria na minha folga, ouvi mais de 20 perguntas! Depois reclamam da declaração do imposto de renda… 😯
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Pelo menos vc não ouviu a pergunta: “Quer casar comigo?” : )
[]s,
Roberto Takata
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hahaha, ainda bem!! 😀
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