Vale ver na Netflix: Nosso Amigo Extraordinário (Jules)
2023 | 1h27 de duração | Classificação: 12 anos | nota 9
Quer ver um filme leve e despretensioso, mas que, ao mesmo tempo, nos faz pensar? Este é “Nosso Amigo Extraordinário“, disponível na Netflix.
A sinopse é a seguinte: Milton, um homem de seus 70 e poucos anos, interpretado pelo sempre ótimo Ben Kingsley (vencedor do Oscar por sua interpretação de Gandhi e já indicado a outros três Oscars), vive uma vida fleumática, entre idas ao mercado, participações no conselho da cidade, cuidados com o jardim de azaleias e no sofá, assistindo à TV. Essa rotina é interrompida quando, numa madrugada, um disco voador despenca em seu quintal e um E.T. aparece, todo machucado, diante de sua casa.
Milton conta com a ajuda de outras duas senhoras, suas vizinhas, interpretadas por Harriet Sansom Harris e Jane Curtin, para cuidar do E.T., que batizam de Jules (o nome do filme em inglês). Ninguém mais sabe da presença do alien na casa de Milton e as poucas menções que ele fez ao extraterrestre são confundidas com sinais de demência.
Como bem resume o diretor Marc Turtletaub, mais conhecido por ter produzido outros filmes do mesmo estilo, como “Pequena Miss Sunshine”, em entrevista ao Papo de Cinema:
“É um conto sobre um homem já de uma certa idade, que está envelhecendo e perdendo algumas das suas faculdades, mas não é melancólico. Há emoções, mas não é depressivo. Geralmente, filmes sobre pessoas mais velhas envolvem alguém morrendo, são muito tristes, e essa não tem nada disso. O senso de humor está presente por todo a narrativa, além da ficção científica – e estes são elementos que geralmente parecem não combinar uns com os outros. Poderia ser um filme sobre amigos – afinal, são três idosos que descobrem a amizade a partir desse acontecimento especial – mas há um alienígena de um metro e meio entre eles!”
E é este o ponto de partida. O filme, curtinho, que passa bem rápido, mostra as aventuras desses três idosos na tentativa de ajudar o E.T. a consertar sua nave espacial e voltar para casa. Trata-se de uma comédia dramática (além de um clássico sci-fi), com momentos divertidos entremeados por uma reflexão mais séria sobre envelhecimento e senilidade, sobre a importância das conexões entre as pessoas (ou os aliens), sobre relações de amizade e rupturas familiares.
A abordagem do envelhecimento é muito interessante, ao mostrar o lado debilitante dessa fase da vida, mas como a presença de outras pessoas – uma filha, amigas, ou um E.T., quem sabe –, com escuta ativa e conexão real, pode contribuir para o bem estar geral até das pessoas mais fechadas. Sim, solidão é um problema grave, e mais ainda na velhice.
Enfim, vejam em quanta coisa incrível este filme nos faz pensar! E o melhor é que faz isso sem qualquer pretensão. Não é um filme de prêmios, de Oscars, de atuações brilhantes ou excepcionais.
Ainda assim, são boas as atuações, é bom o roteiro de Gavin Steckler (o primeiro que ele faz para um longa-metragem) e é boa a direção de Marc Turtletaub. E excelente também é a maquiagem, que transformava, após quatro horas de trabalhos, a atriz Jade Quon em um E.T. mudo, de olhos expressivos, com aspecto meio triste, mas amigável.
Tudo isso faz de “Nosso Amigo Extraordinário” um filme tocante e belo. Ao final, descobrimos se tratar de uma homenagem que o diretor faz a seu pai, Alan Turtletaub. Como toda homenagem, é muito rico em afeto e conexão. E o filme tinha mesmo esta intenção, segundo Marc Turtletaub:
“Acredito que a mensagem desse filme seja universal. Que é sobre essa capacidade que precisamos exercer de ouvir, de escutar quem está ao seu lado. Esse alienígena, que não diz uma única palavra, consegue ajudar todas essas pessoas a encontrar suas vozes. Isso é uma verdade em qualquer idioma. Em todos os países. Este é um filme sobre a capacidade de conexão que todos nós temos.“
Assista ao trailer de ‘Nosso Amigo Extraordinário’:
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