Nos últimos dias, o presidente Jair Bolsonaro soltou mais algumas de suas “pérolas”, desta vez sobre a fome no Brasil.
Disse ele:
- “Alguém vê alguém pedindo pão no caixa da padaria? Você não vê, pô” (no dia 26/8/2022, em entrevista à Jovem Pan)
- “Se a gente for em qualquer padaria, não tem ninguém ali pedindo para você comprar um pão para ele. Isso não existe” (no mesmo dia, em entrevista a um podcast sobre fisiculturismo).
- “Fome no Brasil? Fome para valer, não existe da forma como é falado” (na mesma entrevista)
- “Esses mais pobres que estão passando necessidade, alguns passam fome, sim, não nesse número exagerado. Querer fazer demagogia com números aqui fica complicado. Isso é inadmissível” (no dia 28/8/2022, no debate na Band)
Não é a primeira vez que Bolsonaro desdenha das pessoas que passam fome no Brasil. Em entrevista ao “El País” em 2019, por exemplo, ele disse: “Falar que se passa fome no Brasil é uma grande mentira. Passa-se mal, não come bem. Aí eu concordo. Agora, passar fome, não”.
- Leia também: Bolsonaro: 1 mentira a cada 3 minutos
Só que, quer Bolsonaro aceite ou não, em 2022, segundo pesquisa divulgada em junho, temos 33,1 milhões de brasileiros sem o que comer – 14 milhões a mais de pessoas com fome em cerca de um ano.
Além disso, mais da metade (58,7%) da população brasileira convive com a insegurança alimentar em algum grau. O país regrediu ao patamar da década de 1990, segundo o mesmo estudo.
A fome no Brasil aumentou 63% desde 2004. Lembrando que, durante os governos de Lula e Dilma, ela tinha caído significativamente. Tanto que, em 2014, o Brasil saiu do Mapa da Fome, segundo relatório das Nações Unidas. Quatro anos depois, já estava de volta, segundo dados do IBGE.

Mas a explosão da insegurança alimentar se deu a partir de 2020. Quando todos nós – menos Bolsonaro, aparentemente – passamos a ver muito mais pessoas pedindo comida. Não só nas padarias, mas nos semáforos, nos cartazes improvisados no papelão, em qualquer esquina, em todas as ruas.
Como tem gente que só entende algumas coisas se a gente desenhar, compartilho a seguir algumas charges que encontrei na internet, publicadas nos últimos dias, como resposta ao presidente da República (o mesmo que disse “e daí?” quando foi questionado sobre as mortes causadas pela Covid-19 no Brasil, além de inúmeras outras barbaridades):
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