‘Judas e o messias negro’: uma história que nunca pode ser esquecida

Vale a pena assistir: JUDAS E O MESSIAS NEGRO (Judas and the Black Messiah)
Nota 9

Daniel Kaluuya interpreta Fred Hampton lindamente

Pela primeira vez na história do Oscar, um filme que só teve produtores negros foi indicado à categoria de melhor filme do ano, segundo me informou o IMDB.

Vale lembrar que estamos em 2021, e esta será a 93ª edição do Oscar.

O filme se passa em 1968, em Chicago. Há mais de cinquenta anos, portanto. Naquela época, Fred Hampton, com apenas 21 anos, vice-presidente dos Panteras Negras, pregava ideias muito razoáveis, como a liberdade dos negros e dos mais pobres, e outras mais contestáveis, como a morte de todos os policiais, que promoviam massacres aos negros.

Ele morreu, mas seguimos, mais de 50 anos depois, tendo Oscars sem negros, e homens como George Floyd sendo assassinados por policiais no meio da rua. Ou vamos trazer pra mais perto de nós: temos homens como Beto Freitas sendo mortos por seguranças do Carrefour diante das câmeras.

Os Panteras Negras eram radicais? Sim, eram. Mas muito do que o jovem Fred dizia antes de ser executado sumariamente sem direito a julgamento em um país supostamente democrático era incrivelmente correto. E o grande mérito deste filme é trazer aquelas ideias, esquecidas por muita gente, desconhecidas pela maioria, à tona, tantas décadas depois.

No mesmo ano em que os 7 de Chicago – jovens brancos – foram julgados num verdadeiro teatro, Fred Hampton – negro, com apenas 21 anos – foi executado sem nenhuma justificativa. Ah, e Bobby Seale, o único negro naquele julgamento, foi humilhado e praticamente torturado em plena corte.

LaKeith Stanfield como o “judas” Bill

Este filme concorre por seu roteiro excepcional, pela atuação brilhante dos dois principais atores (Daniel Kaluuya, de “Corra!”, como Fred Hampton, e LaKeith Stanfield como o “judas” Bill), pela canção, fotografia e na categoria mais importante de todas, de melhor do ano. Não sei se vai levar em muitas delas, porque, afinal, estamos falando do Oscar.

Mas, vencendo ou não, nos terá feito pensar e mergulhar numa história que nunca pode ser esquecida.

Assista ao trailer do filme:

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Por Cristina Moreno de Castro (kikacastro)

Mineira de Beagá, escritora, jornalista (passagem por Folha de S.Paulo, g1, TV Globo, O Tempo etc), blogueira há mais de 20 anos, amante dos livros, cinéfila, blueseira, atleticana, politizada, otimista, aprendendo desde 2015 a ser a melhor mãe do mundo para o Luiz. Autora dos livros A Vaga é Sua (Publifolha, 2010) e (Con)vivências (edição de autor, 2025). Antirracista e antifascista.

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