- Texto escrito por José de Souza Castro:
A última quinta-feira, dia 28 de agosto, foi marcante. Começou com a notícia da maior operação contra riquíssimos operadores da Avenida Faria Lima, centro do mercado financeiro brasileiro em São Paulo, envolvidos com o Primeiro Comando da Capital (PCC). E continuou com a capa da revista britânica “The Economist” com a chamada “What Brazil can teach America“. Isso mesmo, o que o Brasil pode ensinar à América.
A lição vem do julgamento de Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal, a desafiar o presidente dos Estados Unidos que ameaça retaliar o ministro Alexandre de Moraes, entre outros, e o próprio Brasil, com tarifas abusivas, caso o ex-presidente seja condenado pela tentativa de golpe de estado, no dia 8 de janeiro de 2023.
A capa dessa bíblia do capitalismo mundial é ilustrada com a figura de Bolsonaro com a cara pintada de verde e amarelo e ornada com chifres. Aqueles do chapéu do “viking do Capitólio“, um folclórico invasor que, no dia 6 de janeiro de 2021, ocupou com milhares de outros o Congresso dos Estados Unidos. Um protesto violento contra a derrota de Donald Trump na sua tentativa de reeleição.

Bolsonaro podia ter aprendido a lição e não tentar impedir, usando seguidores fanáticos enquanto se refugiava nos Estados Unidos, que o presidente Lula governasse o Brasil. Uma história bem conhecida por todos nós, mas que pode esclarecer milhares de leitores, mundo afora, de “The Economist”.
Julia Braun, da BBC Brasil em Londres, escreveu que Bolsonaro e seu julgamento são o foco da revista, que discute as diferenças entre a forma como os Estados Unidos lidaram com as ameaças contra a sua democracia, após os ataques ao Capitólio em 2021, e a conduta adotada pelo Brasil nos últimos meses.
Em editorial, “The Economist” afirma:
“Os Estados Unidos estão se tornando mais corruptos, protecionistas e autoritários – com Donald Trump, esta semana, mexendo com o Federal Reserve (Fed), ameaçando cidades controladas pelos democratas. Em contraste, mesmo com o governo Trump punindo o Brasil por processar Bolsonaro, o próprio país está determinado a salvaguardar e fortalecer sua democracia”.
Afirma ainda a revista britânica que o plano contra a democracia brasileira pelo qual Bolsonaro é acusado “fracassou por incompetência, e não por intenção”. Em tom pejorativo, “The Economist” chama Bolsonaro de o “Trump dos trópicos“. E prevê que, ao contrário de Trump, que escapou da prisão ao ser eleito de novo presidente, a mesma sorte não terá Bolsonaro, o inelegível.

“The Economist”, num tom otimista, acredita que “a maioria dos políticos brasileiros, tanto de esquerda quanto de direita, quer deixar para trás a loucura de Bolsonaro e sua polarização radical”. Tomara!
Recomendo a leitura completa da reportagem da BBC News Brasil. A “Folha de S.Paulo” também reproduziu a reportagem original da revista “The Economist”, traduzida para o português.
Ah, e sobre a grande operação referida no começo deste texto contra riquíssimos operadores da Av. Faria Lima em conluio com o PCC, acho desnecessário relatar aqui. Certamente, os jornais estão se ocupando dela. Espero, com a mesma competência de “The Economist”.
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