O exemplo da WEG e o Brasil em crescimento

Unidade da WEG em Itajaí (SC). Foto: WEG / Divulgação
Unidade da WEG em Itajaí (SC). Foto: WEG / Divulgação

Texto escrito por José de Souza Castro:

Em 2009 fui convidado pela professora Sônia Diegues, pesquisadora e professora da Fundação Dom Cabral, para colaborar na edição de livros da coleção “Grandes Empreendedores Brasileiros”. O primeiro foi sobre o fundador da maior fabricante de motores elétricos da América Latina, intitulado “Eggon João da Silva – Ideias e caminhos: A trajetória de um dos fundadores da WEG“.

Lembrei disso ao ler no “Diário do Comércio” esta notícia:

“A WEG, fabricante global de equipamentos eletrônicos, vai investir aproximadamente R$ 370 milhões para ampliar em quase 24 mil metros quadrados a fábrica de transformadores de potência em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) – adquirida em 2020 em acordo com a até então proprietária Tsea.

Após a conclusão da expansão, prevista para o segundo semestre de 2026, o parque fabril passará a ter 75 mil m² de área edificada.

O valor faz parte do aporte de cerca de R$ 543 milhões que a companhia catarinense planeja aplicar em unidades de Minas Gerais e do Rio Grande do Sul, ao longo dos próximos dois anos, para aumentar a capacidade produtiva de transformadores.”

Há 15 anos, ao participar da redação do livro da FDC, fiquei impressionado com a WEG e principalmente com seu fundador, o catarinense Eggon. Ele não tinha curso superior quando decidiu fundar uma indústria na pequena cidade onde morava (Jaguará do Sul). Uma fábrica de motores elétricos.

A primeira fábrica da WEG, criada em 16 de setembro de 1961, na cidade de Jaraguá do Sul/SC. Foto: WEG / Divulgação
A primeira fábrica da WEG, criada em 16 de setembro de 1961, na cidade de Jaraguá do Sul/SC. Foto: WEG / Divulgação

Tinha 31 anos e escolheu como sócios o técnico em eletricidade Werner Ricardo Volgt (29 anos) e o mecânico Geraldo Werminghaus (também de 29 anos). Das iniciais de seus nomes surgiu a WEG, com capital inicial equivalente a 12 mil dólares.

Werner, Eggon e Geraldo, os fundadores da WEG. Foto: WEG / Divulgação
Werner, Eggon e Geraldo, os fundadores da WEG. Foto: WEG / Divulgação

Os três tinham poucos estudos, mas grande vontade de aprender. Eggon começou a trabalhar aos 14 anos, num banco, que disse ter sido sua grande escola, pois aprendeu ali contabilidade e finanças.

Para suprir a carência de mão de obra treinada para garantir a expansão da WEG, Eggon e os sócios criaram um centro de treinamento, garantindo emprego no fim de três anos de treinamento e salário mínimo enquanto faziam o curso.

Ao trabalhar no livro, eu desconfiava que essa empresa iria muito longe. Consultei agora o endereço na Internet e a expectativa foi confirmada. O Grupo WEG tem hoje 45 mil colaboradores, entre os quais 4.700 engenheiros. Não tinha nenhuma fábrica em Minas, agora tem duas.

Unidade da WEG em Betim, na Grande BH. Foto: WEG / Divulgação
Unidade da WEG em Betim, na Grande BH. Foto: WEG / Divulgação

Em dezembro de 2023, a WEG divulgou investimentos de R$ 1,2 bilhão para expansão de capacidade de produção de transformadores no Brasil, México e Colômbia. Esses investimentos ainda estão em curso e serão somados aos novos aportes, que devem dobrar a capacidade de produção global de transformadores da empresa.

No México serão investidos R$ 765 milhões para atender ao mercado de transmissão norte-americano até 550 quilovolts (kV), liberando a atual planta mexicana para a produção de equipamentos de 138 kV a 230 kV, e ofertar mais capacidade para atender à demanda no País e nos Estados Unidos.

Para a Colômbia, o plano é aumentar a capacidade de produção local com o projeto de uma fábrica de transformadores de até 60 megavolts-amperes (MVA).

Fábrica da WEG, em foto de divulgação.
Fábrica da WEG, em foto de divulgação.

A nova unidade atenderá à demanda do setor petrolífero e a necessidade de ampliação e modernização do parque energético de mercados vizinhos como Chile, Bolívia, Peru, Equador e América Central. O investimento no país será de aproximadamente R$ 190 milhões, segundo WEG.

Bem, é o Brasil se transformando, apesar de toda a torcida contrária de certos desbrasileiros.

***

Você também vai gostar destes posts:

➡ Quer reproduzir este ou outro conteúdo do meu blog em seu site? Tudo bem!, desde que cite a fonte (texto de José de Souza Castro, publicado no blog kikacastro.com.br) e coloque um link para o post original, combinado? Se quiser reproduzir o texto em algum livro didático ou outra publicação impressa, por favor, entre em contato para combinar.

➡ Quer receber os novos posts por email? É gratuito! Veja como é simples ASSINAR o blog! Saiba também como ANUNCIAR no blog e como CONTRIBUIR conosco! E, sempre que quiser, ENTRE EM CONTATO 😉

Canal do blog da kikacastro no WhatsAppReceba novos posts de graça por emailResponda ao censo do Blog da Kikafaceblog


Descubra mais sobre blog da kikacastro

Assine para receber nossas notícias mais recentes por e-mail.

Avatar de José de Souza Castro

Por José de Souza Castro

Jornalista mineiro, desde 1972, com passagem – como repórter, redator, editor, chefe de reportagem ou chefe de redação – pelo Jornal do Brasil (16 anos), Estado de Minas (1), O Globo (2), Rádio Alvorada (8) e Hoje em Dia (1). É autor de vários livros e coautor do Blog da Kikacastro, ao lado da filha.

Deixe um comentário

Descubra mais sobre blog da kikacastro

Assine agora mesmo para continuar lendo e ter acesso ao arquivo completo.

Continue lendo