Texto escrito por José de Souza Castro:
Em 2009 fui convidado pela professora Sônia Diegues, pesquisadora e professora da Fundação Dom Cabral, para colaborar na edição de livros da coleção “Grandes Empreendedores Brasileiros”. O primeiro foi sobre o fundador da maior fabricante de motores elétricos da América Latina, intitulado “Eggon João da Silva – Ideias e caminhos: A trajetória de um dos fundadores da WEG“.
Lembrei disso ao ler no “Diário do Comércio” esta notícia:
“A WEG, fabricante global de equipamentos eletrônicos, vai investir aproximadamente R$ 370 milhões para ampliar em quase 24 mil metros quadrados a fábrica de transformadores de potência em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) – adquirida em 2020 em acordo com a até então proprietária Tsea.
Após a conclusão da expansão, prevista para o segundo semestre de 2026, o parque fabril passará a ter 75 mil m² de área edificada.
O valor faz parte do aporte de cerca de R$ 543 milhões que a companhia catarinense planeja aplicar em unidades de Minas Gerais e do Rio Grande do Sul, ao longo dos próximos dois anos, para aumentar a capacidade produtiva de transformadores.”
Há 15 anos, ao participar da redação do livro da FDC, fiquei impressionado com a WEG e principalmente com seu fundador, o catarinense Eggon. Ele não tinha curso superior quando decidiu fundar uma indústria na pequena cidade onde morava (Jaguará do Sul). Uma fábrica de motores elétricos.

Tinha 31 anos e escolheu como sócios o técnico em eletricidade Werner Ricardo Volgt (29 anos) e o mecânico Geraldo Werminghaus (também de 29 anos). Das iniciais de seus nomes surgiu a WEG, com capital inicial equivalente a 12 mil dólares.

Os três tinham poucos estudos, mas grande vontade de aprender. Eggon começou a trabalhar aos 14 anos, num banco, que disse ter sido sua grande escola, pois aprendeu ali contabilidade e finanças.
Para suprir a carência de mão de obra treinada para garantir a expansão da WEG, Eggon e os sócios criaram um centro de treinamento, garantindo emprego no fim de três anos de treinamento e salário mínimo enquanto faziam o curso.
Ao trabalhar no livro, eu desconfiava que essa empresa iria muito longe. Consultei agora o endereço na Internet e a expectativa foi confirmada. O Grupo WEG tem hoje 45 mil colaboradores, entre os quais 4.700 engenheiros. Não tinha nenhuma fábrica em Minas, agora tem duas.

Em dezembro de 2023, a WEG divulgou investimentos de R$ 1,2 bilhão para expansão de capacidade de produção de transformadores no Brasil, México e Colômbia. Esses investimentos ainda estão em curso e serão somados aos novos aportes, que devem dobrar a capacidade de produção global de transformadores da empresa.
No México serão investidos R$ 765 milhões para atender ao mercado de transmissão norte-americano até 550 quilovolts (kV), liberando a atual planta mexicana para a produção de equipamentos de 138 kV a 230 kV, e ofertar mais capacidade para atender à demanda no País e nos Estados Unidos.
Para a Colômbia, o plano é aumentar a capacidade de produção local com o projeto de uma fábrica de transformadores de até 60 megavolts-amperes (MVA).

A nova unidade atenderá à demanda do setor petrolífero e a necessidade de ampliação e modernização do parque energético de mercados vizinhos como Chile, Bolívia, Peru, Equador e América Central. O investimento no país será de aproximadamente R$ 190 milhões, segundo WEG.
Bem, é o Brasil se transformando, apesar de toda a torcida contrária de certos desbrasileiros.
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