Texto escrito por José de Souza Castro:
O Brasil é grande produtor agrícola, mas precisa importar 85% de todos os fertilizantes que consome nas lavouras. A Petrobras, que vendeu ou paralisou fábricas, tem agora planos para retomar obras paradas, enquanto lambe as feridas das privatizações feitas nos governos Temer e Bolsonaro.
E o presidente Lula pode, quem sabe, assistir no próximo dia 13, ao lado do governador mineiro, o início de operação, na Serra do Salitre, Alto Paranaíba, de um complexo mínero-industrial com capacidade para produzir 1 milhão de toneladas por ano.
Um investimento de 1 bilhão de dólares feito, primeiro, pela norueguesa Yara Fertilizantes e, depois, pela suíça EuroChem. Já neste ano, deverão ser produzidas 500 mil toneladas de fertilizantes acabados, dobrando o volume em 2025.
A EuroChem, um gigante mundial no setor de fertilizantes, já importa matéria prima para produzir em 21 misturadoras compradas da Heringer e da Fertilizantes Tocantins. Em 2021 comprou por 450 milhões de dólares o complexo na Serra do Salitre e investiu mais de 500 milhões para concluir a obra, empregando cerca de 3 mil pessoas. Durante a operação, empregará mil trabalhadores.
Nos próximos 25 anos a mina de rocha fosfática de Serra do Salitre deve se esgotar, mas até lá terá sido responsável por 15% da produção nacional de fertilizante fosfatado.
Manter esse projeto não será fácil. Enquanto a rocha fosfática de Serra do Salitre tem 4% de teor de fosfato e exige beneficiamento para produzir um concentrado com 33% de fosfato, em outros países, como o Marrocos, a rocha fosfática in natura já tem este mesmo teor.
A vantagem é que será produzida no Brasil para consumo interno. Com isso, a dependência da importação de fertilizantes deve cair 15%.
E a Petrobras? No último dia 23, o presidente da empresa, Jean Paul Prates, disse que a Araucária Nitrogenados (Ansa) será a primeira da companhia a voltar a operar no Brasil, em Três Lagoas, Mato Grosso do Sul. Não há prazo certo para entrar em operação, mas pode acontecer ainda neste ano.
Segundo Prates, a fábrica estava com 80% das obras concluídas, quando estas foram paralisadas em 2014. Muitos equipamentos abandonados ao relento terão que ser repostos e, calcula ele, agora faltam 30% e não mais 20%.
Outros projetos como este ficaram no meio do caminho. Porém, o novo Plano Estratégico colocou fertilizantes de volta à pauta de investimentos da Petrobras.
Não bobeiem, pois os suíços estão de olho.
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