‘A Filha Perdida’: um drama que lembra filme de terror

Olivia Colman não está em seu melhor papel.

Não vale conferir na Netflix: A FILHA PERDIDA (The Lost Daughter)
Nota 4

 

Olivia Colman não está em seu melhor papel.

 

Eu sempre concordei com a máxima de que os livros são muito melhores do que os filmes que se baseiam neles. (Acho que a única exceção foi com “Na Natureza Selvagem”, que é um livro-reportagem meio insosso e virou uma poesia maravilhosa na tela.)

Com este “A Filha Perdida” a sensação que tive foi pior ainda que a de ver um filme mediano baseado em um livro bom. A questão é que não li o livro de Elena Ferrante em que o roteiro da também diretora Maggie Gyllenhaal se baseou. Mas acabei de ler a tetralogia napolitana da mesma autora e constatei, neste filme, sombras de várias partes dos quatro livros.

Ou seja, me pareceu que “A Filha Perdida” se repetiu na série que começa com “A Amiga Genial”, e aí foi parar na tela de sua adaptação um pedaço de Lenu, de Lila, de Nino, Pietro e Stefano.

E os livros foram bem melhores que aquele eco que encontrei na tela da TV…

Dá-lhe o drama da maternidade, da mãe que não consegue conciliar a carreira e as filhas, da mulher que só quer SUMIR, que só quer sossego (quem nunca?). E o que começa como drama vai se transformando num terror psicológico, com a mescla entre passado e presente.

Jessie Buckley faz a Leda jovem e também concorre ao Oscar pelo papel.

Achei, em resumo, mórbido, desagradável de ver, um contínuo despertar de pena. (Aquela boneca, meu deus do céu, que aflição!). Me parece improvável que esse roteiro vença o Oscar.

As duas atrizes principais, que interpretam a mesma personagem, Leda, são excelentes, mas também acho que têm poucas chances de ganhar a estatueta. Inclusive porque Olivia Colman venceu o Oscar há pouquíssimo tempo com uma interpretação bem mais impactante, em A Favorita.

Enfim, é um filme para assistir apenas se você quiser se incomodar com o constante déjà vu ferrantiano.

 

P.S. Dei a mesma nota que a que dei para “Drive my Car“. Coincidentemente, este filme também é baseado na obra de um autor muito famoso, Haruki Murakami. As razões para eu não ter gostado muito dos dois filmes se diferem, mas acho que temos aí um problema sério de adaptações. (Ou talvez eu esteja levando a sério demais aquela máxima…)

Assista ao trailer:

 

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Por Cristina Moreno de Castro (kikacastro)

Mineira de Beagá, escritora, jornalista (passagem por Folha de S.Paulo, g1, TV Globo, O Tempo etc), blogueira há mais de 20 anos, amante dos livros, cinéfila, blueseira, atleticana, politizada, otimista, aprendendo desde 2015 a ser a melhor mãe do mundo para o Luiz. Autora dos livros A Vaga é Sua (Publifolha, 2010) e (Con)vivências (edição de autor, 2025). Antirracista e antifascista.

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