Em 1 mês de Jair Bolsonaro eleito, ao menos 40 retrocessos e absurdos; veja a lista

Charge do Duke em 26.11 no jornal “O Tempo”. O sábio ainda está otimista com sua dúvida. Eu só espero trevas para 2019…

 

Quando tinha se passado apenas uma semaninha desde a eleição de Jair Bolsonaro (PSL) para a Presidência da República, contabilizei aqui no blog ao menos 14 medidas anunciadas que significariam grande retrocesso ou que eram simplesmente absurdas. Continuei computando uma a uma (com as devidas atualizações, já que houve também vários recuos, após a péssima repercussão que alguns anúncios tiveram), e hoje divulgo a lista fechada do primeiro mês de Bolsonaro eleito. Cheguei ao número redondo de ao menos 40 retrocessos e absurdos – embora, vendo os parêntesis com links explicativos, o número possa ser bem maior, porque cada uma das coisas tem vários desdobramentos. Isso significa uma média de mais de um por dia. E olha que o novo presidente nem tomou posse ainda. Boa sorte para nós a partir de janeiro!

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Dentre as várias coisas escabrosas da lista, destaco as várias imbecilidades no campo diplomático, a começar pela escolha desastrosa de chanceler para o Itamaraty, mas seguindo com a ideia de trocar a embaixada de Tel Aviv para Jerusalém (comprometendo as relações com os países árabes, sem qualquer vantagem em troca dessa insanidade) e com o colapso do Mais Médicos a partir de fala estabanada do Bolsonaro, colocando em risco o atendimento de milhares de brasileiros.

Mas tem ainda um monte de coisas terríveis, como a investida contra jornais e jornalistas, a perspectiva de rifarem o patrimônio brasileiro para o capital estrangeiro (a começar pelo pré-sal), a escolha de um ministro da Educação que é contra o Enem, é pró-golpe militar e acha que democratizar as universidades é “bobagem”, e a convocação de vários outros nomes esdrúxulos ou corruptos para compor a equipe de transição e os futuros ministérios (que, diga-se de passagem, devem ser 20, e não os 15 prometidos em campanha).

Enfim, como muitos de nós temíamos, as perspectivas para o Brasil nos próximos quatro a oito anos não são nada boas.

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Por Cristina Moreno de Castro (kikacastro)

Mineira de Beagá, jornalista (passagem por Folha de S.Paulo, g1 e TV Globo, UOL, O Tempo etc), blogueira há 20 anos, amante dos livros, poeta, cinéfila, blueseira, atleticana, politizada, otimista, aprendendo desde 2015 a ser a melhor mãe do mundo para o Luiz. Antirracista e antifascista.

2 comentários

  1. “Brasil, um país do passado.” É como Philipp Lichterbeck, um jornalista alemão que viveu no Brasil desde 2012, conclui seu artigo sobre os retrocessos que vêm ocorrendo no país desde a eleição de Bolsonaro. O artigo foi publicado pela Deutsche Welle, emissora internacional da Alemanha que produz jornalismo independente em 30 idiomas. Em Português, aqui: https://www.dw.com/pt-br/brasil-um-pa%C3%ADs-do-passado/a-46477566

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  2. Trecho do artigo do alemão, ilustrado por uma famosa pintura cubista:

    “Está na moda um anti-intelectualismo horrendo, “alimentado pela falsa noção de que a democracia significa que a minha ignorância é tão boa quanto o seu conhecimento”, segundo dizia o escritor Isaac Asimov. Ouvi uma anedota de um pai brasileiro que tirou o filho da escola porque não queria que ele aprendesse sobre o cubismo. O pai alegou que o filho não precisa saber nada sobre Cuba, que isso era doutrinação marxista. Não sei se a historia é verdade. O pior é que bem que poderia ser.”

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