O melhor texto que você vai ler sobre o programa Mais Médicos
Logo que o programa Mais Médicos foi anunciado, em julho de 2013 (na esteira dos protestos que varreram o Brasil), promovi um verdadeiro debate aqui no blog, com vários posts de gente mais entendida de saúde pública do que eu. O melhor e mais aprofundado texto que chegou foi escrito pelo médico Giovano de Castro Iannotti. Ele é doutor em medicina pela Universidade de Córdoba, professor de medicina na mesma universidade e já atuou com gestão pública de saúde em todas as esferas de governo.
Neste momento em que uma fala desastrosa de Jair Bolsonaro coloca a perder um programa que trouxe 10 mil médicos de um país que é referência em atendimento de saúde, deixando 24 milhões de brasileiros na mão, vale a pena reler o texto de Giovano e entender por que o Mais Médicos era tão importante para o Brasil:
CLIQUE AQUI e boa leitura!
Leia o resto do debate:
- A polêmica dos médicos estrangeiros – parte 1 (buscando uma posição)
- A polêmica dos médicos estrangeiros – parte 2 (artigos para refletir)
- A polêmica dos médicos estrangeiros — parte 3 (a resposta de duas médicas)
- Vale a pena ser médico no Brasil? – parte 4 (um contraponto)
- O “trabalho escravo” dos médicos
Categorias

Cristina Moreno de Castro Ver tudo
Mineira de Beagá, jornalista, blogueira, poeta, blueseira, atleticana, otimista, aprendendo a ser mãe. Redes: www.facebook.com/blogdakikacastro, twitter.com/kikacastro www.goodreads.com/kikacastro. Mais blog: http://www.otempo.com.br/blogs/19.180341 e http://www.brasilpost.com.br/cristina-moreno-de-castro
Para otimistas natos, um alento essa reportagem de Ricardo Kotscho na Folha de S. Paulo de hoje:
https://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2018/11/medico-negro-ignora-ate-conselhos-da-mae-e-vira-raridade-na-periferia-de-sp.shtml?loggedpaywall
Primeiros parágrafos, para quem não tiver acesso ao link acima:
SÃO PAULO
Diálogo à porta do consultório do médico de família Roberto Jaguaribe Trindade, na UBS (Unidade Básica de Saúde) de Cidade Tiradentes, no extremo leste da cidade de São Paulo.
– Você é o médico?
– Sim, sou eu o médico. Pode entrar.
– Não vou entrar. Eu não quero ser atendida por um preto.
Dr. Roberto chamou o próximo paciente e continuou seu trabalho normalmente, como se nada tivesse acontecido.
Ali ele atende a 36 pacientes por dia. Nunca, antes, alguém havia se recusado a ser atendido pelo médico negro, ainda uma raridade na sua profissão. A paciente andou apressada pelo corredor e desapareceu rapidamente da UBS, onde nunca mais foi vista. Roberto nem guardou o nome dela.
O crime de racismo foi praticado em 2014, mas ficou tão gravado na memória dele, como se tivesse acontecido ontem.
Desde o início da sua carreira, este paulistano de 39 anos, solteiro, formado médico em Cuba, com especialização em pediatria, já está acostumado a ser confundido pelos pacientes com enfermeiros e funcionários do posto de saúde.
Ele até entende a confusão, porque médicos negros ainda não são comuns e causam estranheza aos cidadãos brancos de um país onde o racismo sobrevive, 130 anos após a promulgação da Lei Áurea.
Sobre o Dia da Consciência Negra, a ser celebrado nesta terça-feira (20), diz o médico: “Defender nossa identidade é questão de sobrevivência e deve ser praticado diariamente, já que nossa sociedade discrimina e adoece quem é negro”.
A melhor forma de Roberto batalhar em defesa da causa dos negros é a sua própria história de vida e o seu trabalho, que podem servir de exemplo e estímulo a outros jovens como ele, que sonham em ser médicos, mesmo sendo de famílias pobres. (….)
….
Acho que Kotscho se deixou contaminar pelo otimismo. O post dele de hoje no Balaio do Kotscho, um dos blogs mais lidos aqui (https://www.balaiodokotscho.com.br/ ) ele procura dar um banho de ânimo nos leitores.
CurtirCurtir