Comecei minha vida na blogosfera, há exatos 8 anos e 9 meses, quando a primeira bomba dos Estados Unidos soou no solo do Iraque, sob o comendo de George W. Bush, com a desculpa, então já esfarrapada, de que Saddam Hussein possuía armas de destruição em massa.
E só agora, cumprindo tardiamente uma promessa de campanha, Barack Obama anuncia a retirada definitiva dos soldados norte-americanos no país invadido. Sem cantar vitória, pelo menos.
O saldo, obviamente, foi aquela carnificina prevista:
- 4.487 militares americanos
- 10.000 soldados iraquianos
- 104 mil civis iraquianos (a 113 mil)
Nunca vi guerra, ou invasão unilateral, deixar mais soldados que civis mortos. É sempre na escala de dez vezes mais civis destroçados do que soldados pagos para matar outros soldados.
Bom, quem melhor contou a história da saída dos Estados Unidos do Iraque foi um garoto que hoje deve estar com 14 anos.
Confesso que quando a Folha anunciou que João Montanaro seria novo chargista da nobre página 2 aos sábados, meu preconceito replicou: “Mas ele é muito novo! Não tem nem repertório!”
Mas, apesar de não ser meu traço favorito, tenho me surpreendido a cada dia com as charges do rapaz. E, convenhamos, eu também era quase “uma garota” quando comecei a palpitar pela internet afora — como posso criticar, então?
E vamos à que interessa, publicada no último sábado:
Disse tudo, não?
***
P.S. Sobre a morte de Kim Jong-il, hoje, deixando o filho de nome parecido em seu lugar, não tenho muito o que comentar. Que os norte-coreanos aprendam com os árabes e iniciem sua primavera atrasada (ou adiantada). E sempre há lugar para o humor (Dica do @AFranca :))
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Veja você o que é blogosfera hoje: fiquei sabendo da morte do lelé da cuca coreano por aqui!
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E eu vi primeiro no Twitter rs 😉
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Eu butucando de novo.
Sobre a guerra no Iraque. O que eu achei interessante foi a maneira como ela correu, com ajudas humanitárias do EUA e etc. Essa situação é a perfeita guerra sem guerra. A guerra com menor perdas, guerra estratégica, que, no fim, não deu muito certo. Porém, a tentativa de ajudar os civis sob o argumento de que “não era culpa deles – não tem nada a ver com o conflito”, é a tentativa inútil de mostrar um lado legítimo na guerra. Porém, a guerra foi, desde o início, por motivos econômicos! Não há legitimidade nenhuma!
Esta é a característica da guerra justa, ou da guerra pela paz, onde se combate somente O Mau, sem a intensão de prejudicar os civis inocentes. Seria uma guerra em nome dos direitos humanos universais, mas que se mostra como guerra por direitos particulares não-universais – ou melhor, se mostra como um interesse de um grupo sendo mostrado como interesse geral – pura ideologia.
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É, não existe guerra legítima… Os civis mortos são efeito colateral de algo que já nasce absurdo.
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Cris, estou lendo “Paris no século XX”, escrito por Júlio Verne em 1863 e ambientado no ano de 1960. Ele previu que no começo do século 20 as guerras chegaram a um fim em todo o mundo, porque os homens compreenderam que não mais havia honra (!!!) em lutar numa guerra em que máquinas batalhavam umas com as outras. O editor de Júlio Verne, Pierre-Jules Hetzel, escreveu a ele em 1984, dizendo que não publicaria esse livro, para não desmerecer o autor de “Cinco semanas em balão”, considerando que esse livro futurista era obra de um escritor imaturo. E muito ingênuo, como se vê. O livro permaneceu inédito até 1994, quando alguém descobriu os originais esquecidos dentro de um cofre do filho de Júlio Verne e quis ganhar dinheiro com ele. Foi publicado no ano seguinte no Brasil, pela Ática. Comprei agora um exemplar novo na bacia das almas, por R$9,90. Não devia ter feito isso. Como você, li Júlio Verne quando adolescente. Há autores que devem ser lidos nessa idade, e nunca mais. Como Rafael Sabatini e seus piratas heróis. Talvez você escreva um post, se se animar a ler o livro nas férias. Quanto às guerras, enquanto houve grandes interesses econômicos disputados por países, haveremos de tê-las, até mesmo porque ajudam a minimizar algumas das contradições do capitalismo, ceifando vidas humanas e bens materiais, para que uns e outros sejam repostos para começar tudo de novo. Ah, se você for escrever um livro futurista, trate de ambientá-lo daqui a pelo menos três mil anos. Nem H. G. Wells resiste a um tempo mais curto que isso.
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Depois vou ler!
bjos
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Na sexta linha de meu comentário, onde se lê 1984, leia-se 1864…
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